Alter do Chão é a maior referência do turismo no Pará
Vila balneária completou 260 anos, tendo a Ilha do Amor e a Serra Piroca como atrações
Alter do Chão, o grande berço de cultura e turismo no coração da Amazônia, completou na terça-feira (06), 260 anos de elevação à categoria de vila (1758). Versada, proseada, encantada, musicalizada, o Caribe Brasileiro, como é considerada pela grande mídia internacional, ao longo dos seus mais de trezentos anos de catequização pelos jesuítas portugueses da Ordem Franciscana, é reconhecida pelas suas belezas naturais, por suas tradições religiosas e culturais, pela simplicidade de seu povo e pela grande característica acolhedora que fascinam a todos que têm a oportunidade de ter o contato com o povo Borari, nativos que mantêm viva a tradição de seus antepassados.
Sempre imponente, Alter do Chão possui muitos elementos culturais e naturais que a transforma no atrativo turístico mais importante da região oeste do Pará que tem seu acesso pela rodovia estadual, toda pavimentada, Everaldo Martins, a PA-457 e também por via fluvial. Banhada pelo Rio Tapajós e pelo Lago Verde, a vila tem outros atrativos naturais como praia da Ponta do Cururu, a Serra Piroca, a praia da Gurita, conhecida carinhosamente por praia do Cajueiro, além de outros lagos e igarapés. A Vila dos Borari tem uma grande infraestrutura turística de hotéis, pousadas, hostels, restaurantes, caixas eletrônicos, lanchonetes, barracas que oferecem o melhor da gastronomia, artesanato, lojas, bares, associações que trabalham para oferecer os melhores passeios tanto terrestre, como fluvial.
A religiosidade é muito presente nas manifestações de fé do povo de Alter do Chão, que tem a sua devoção em Nossa Senhora da Saúde, a padroeira da vila. Um dos maiores símbolos de fé dos antepassados é a Festa do Çairé, que representa o processo de catequização do povo Borari pelas missões jesuíticas, que faz referência à Festa da Santíssima Trindade, que tem o Arco do Çairé simbolizando o Deus Uno e Trino (Arco Maior a figura da Santíssima Trindade em um só Deus e os três arcos internos a representação do Deus Pai, Filho e o Espirito Santo), que se transformou na maior manifestação cultural e religiosa da vila, A Festa do Çairé, que ganhou notoriedade com a incorporação do Festival dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa em 1997, evento que tornou a mola propulsora da visibilidade turística de Alter. Outras manifestações da cultura popular do povo Borari são o carnaval da Vila, denominado de Carnalter, e o Festival Borari, festa autenticamente indígena.
Santarenos, Boraris, visitantes e turistas terão mais um motivo para se orgulhar de Alter do Chão, pois na tarde de terça-feira, foi entregue oficialmente a identificação turística da vila, o letreiro “As Cores do Amor”. O Projeto da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), da Prefeitura de Santarém, intitulado “As cores do Amor”, visa divulgar, através de caracteres e ícones inerentes aos aspectos turísticos, que identificam Alter do Chão, com a frase “EU AMO ALTER” de forma estilizada. Além das letras, os ícones que compõem a escultura representam os elementos da cultura da vila, como o Arco do Sairé e os botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, e o coração que significa o amor pelo maior atrativo turístico da região oeste do Pará, Alter do Chão. O monumento terá um jardim rebaixado, com a parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), para dar um toque a mais de beleza ao local.
O Projeto da identificação turística foi apresentado para o empresariado santareno e ao trade turístico de Alter, em maio de 2017, em uma reunião na Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces). O projeto foi abraçado pelo empresário da rede hoteleira Paulo Barrudada que, por meio do documento nº 274/2017, expedido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), datado de 18 de dezembro de 2017, recebeu autorização para a instalação permanente da escultura em forma de letreiro “Eu Amo Alter”, na vila balneária de Alter do Chão. O Projeto da Identificação Turística de Alter do Chão foi elaborado pela técnica da Semtur, Mônica Carvalho, revisado pelo assessor de comunicação, Tadeu Pinho. Baseado no projeto, o designer gráfico Alex Augusto Pastana deu vida ao letreiro. O monumento foi construído pelo artista plástico santareno Apolinário Oliveira.
Na cerimônia de entrega, na orla fluvial de Alter, em frente ao Restaurante Lago Verde, foi feita a entrega da miniatura do letreiro “As Cores do Amor” ao vencedor do concurso de “Foto Mais Curtida”, em comemoração aos 260 anos de Alter do Chão, nas redes sociais. O ganhador, Glauber Marinho, com o título: “Uma história de amor com Alter” declarou seu sentimento pela vila. “Nessas águas cristalinas tive a honra de aprender a nadar, a pescar, a me divertir, a trabalhar e a respeitar o Todo-Poderoso pelas maravilhas inigualáveis que fez ali diante dos meus olhos!!! Hoje procuro repassar essa vivência aos meus filhos, pois acredito que seja o mínimo que devo fazer com o objetivo de contribuir para que tenha uma infância inesquecível e repleta de memórias felizes. Esse lugar é minha querida Alter do Chão”, disse Glauber Marinho.
A programação dos 260 anos de Alter do Chão culminou com a cerimônia do Corte do Bolo, na Praça 7 de Setembro, que contou com apresentação de artistas locais.
Fragmento de sua história, retirado do Inventário da Demanda e Oferta Turística o de Santarém: Em razão da grande distância entre Santarém e Alter do Chão, anos mais tarde, a Missão do Tapajós seria dividida, culminando com a criação da Missão de Nossa Senhora da Purificação ou Nossa Senhora da Saúde, que viria a tornar-se padroeira da nova missão na aldeia dos Boraris. Em 1693, a missão de Nossa Senhora da Purificação dos índios Boraris já era uma das mais desenvolvidas da região do Tapajós e, em razão do seu desenvolvimento expressivo, seria elevada à categoria de vila no dia 06 de março de 1758, pelo então governador da província do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado que estava em visita à região a fim de definir os limites das fronteiras entre Portugal e Espanha estabelecidos pelo Tratado de Madri. Com informações da Ascom/PMS.
Fonte: RG 15/O Impacto