Dados da Segup apontam redução de crimes em Santarém e região
Coronel Tomaso, comandante do CPR-I fala sobre os índices
A sensação de segurança em Santarém já não é àquela vivenciada a alguns anos. No entanto, ainda podemos dizer que os índices estão sob controle, principalmente quando consideramos outras regiões do estado e do país. Situada entre as duas maiores capitais da região norte, onde a criminalidade alcança números grotesco, a Pérola do Tapajós e outros municípios da região, conquista números positivos em relação à segurança pública. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) demonstra redução nos crimes de homicídio, latrocínio e roubo.
Para o comandante do Comando de Policiamento Regional I (CPR-I), Coronel Héldson Tomaso, a redução é ocasionada por vários fatores, entre eles o trabalho integrado das forças de segurança e o excelente preparo dos policiais, além do trabalho de planejamento e organização do trabalho ostensivo.
“Os nossos números, tem sido bastante positivo. São dados que mensurados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública. Dentro de uma perspectiva regional, são 15 regionais, chamadas de Regiões de Integração de Segurança Pública (RISP). Com a conclusão do primeiro semestre, temos um apanhado geral, o que chamamos de fechamento de ciclo das ocorrências. Então realiza-se uma análise sobre o aumento ou diminuição dos índices, levando em consideração o mesmo período do ano passado. Recebemos com muita satisfação, os dados, que apontaram a diminuição dos três grandes crimes, que é homicídio, latrocínio e roubo. Para termos uma ideia, o número de homicídios conseguimos reduzir em 3,45 por cento. Tivemos 58 ocorrências de homicídios no primeiro semestre de 2017. Neste ano, foram 56 ocorrências. Parece pouco, no entanto, ressalto que diante do cenário nacional e estadual, onde houve aumento exponencial, aqui nós conseguimos reduzir. Latrocínio, foi registrada uma redução de 70 por cento. Foram 8 ocorrências no primeiro semestre do ano passado, e este ano, foram duas ocorrências apenas. Outro crime, em que conseguimos reduzir, trata-se do roubo. Fechamos o 1º semestre deste ano com menos 739 registros. Sendo que no mesmo período de 2017, foram registrados 1793, uma redução de 41 por cento. São índices capazes de nos dar uma razão para continuar o trabalho, que tem como base a integração entre as forças de segurança, objetivando a diminuição de área de atuação dentro da nossa regional. A integração em nossa região é incomparável para qualquer lugar do Brasil. Falo isso por conhecimento próprio, pois antes de vir para cá, passei por outras regionais, e posso garantir que aqui existe uma integração efetiva no combate ao crime, e para mim é uma integração ímpar. Aqui em Santarém, por exemplo, temos uma estrutura orgânica que envolve órgãos na esfera federal, estadual e municipal. Temos esse diferencial também. Agora eles não atuam isoladamente. Quando a gente ver, por exemplo, uma operação como a Caravana da Segurança, onde conta com a participação da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, da Polícia Militar, Polícia Civil, Detran, CPC Renato Chaves, e na esfera municipal a SMT, Vigilância, Conselho Tutelar e o próprio Juizado da Infância e Juventude, inclusive o Ministério Público. Isso mostra que essa união é um dos fatores que proporcionam a redução dos índices. Essa comunicação é tão boa, que até mesmo em situações corriqueiras, do dia a dia, com a PRF fazendo incursão, quando precisa de um apoio nosso, nós atuamos de imediato. Assim acontece com a Polícia Federal e Polícia Civil fazendo operações integradas, no caso da polícia judiciária estadual, em apoio ao cumprimento de mandados cautelares. Ao contrário também acontece quando a gente realiza operações. Assim a gente consegue ter uma capilaridade muito maior, em termos da nossa atuação em si”, explica o Comandante do CPR-I.
PERIGO BELÉM-MANAUS: Sobre a possibilidade da onda de violência que assola Belém e Manaus chegar a Santarém, o Comandante discorre: “Estamos situados entre duas capitais, onde existe um problema muito grande envolvendo a criminalidade. A gente faz o acompanhamento por meio do setor de inteligência. Temos um trabalho importantíssimo realizado pelos Núcleos de Inteligência e os Reservados, juntamente com a investigação da Polícia Civil, para que a gente possa realizar este combate muito mais preciso. Já prendemos traficantes foragidos de outros estados, até mesmo do Mato Grosso, Amazonas e Amapá. Quando chega a informação, os órgãos de inteligência vão para cima, a gente então monta operação”.
Desde que assumiu a função, Coronel Tomaso visualizou estratégias para melhoria da atuação das unidades sob sua gestão. Em Santarém, por exemplo, efetivou o 35ª Batalhão e a 2ª CIME.
“Outro ponto que credencia como importante para redução dos números, principalmente em Santarém, porque a maioria desses crimes acontecem mais aqui, até mesmo devido a massa populacional maior, acredito que a divisão da área de atuação da Polícia Militar. Diante de nossa avaliação, observamos que a partir da efetivação do 35º Batalhão, esses números, principalmente de roubo, vêm apresentando um decréscimo bem interessante para gente. O que mostra que o controle em termos de segurança pública, o controle ostensivo, que é feito pela Polícia Militar, quanto menor a área de controle dos policiais, melhor o resultado da segurança. Isso ficou notório com a divisão de Santarém e dois Batalhões. O que antes nós tínhamos um Batalhão para tomar conta em uma área que envolvia quase 300 mil habitantes, agora nós temos uma estrutura de 2 Batalhões, divididos em área menores. Cada Batalhão tem 4 Companhias Orgânicas, e cada Companhia comanda e controla o combate à criminalidade em determinado setor, ou seja, são área menores para se fazer policiamento, e consequentemente, a gente observou que isso mostrou uma redução na questão dos números, principalmente nesta questão dos roubos. Grasças ao empenho de nossos comandantes e nossos policiais, a Polícia Militar evoluiu muito em nossa região. Em Santarém, além da efetivação do 35º BPM, também tivemos a evolução do Grupamento de Missões Especiais, para a 2ª Companhia Independente de Missões Especiais (2ª CIME), muito maior do que antes. Realizamos cursos específicos para isso, para aumento este leque a atuação. Criamos a ROCAM, e trabalhamos para efetivar em cada município da nossa regional, que são 13. Cada um deles terá o motopatrulhamento, que nós conseguimos por meio do planejamento do CPR-I adquirir motos para todos os municípios, isso é um ganho que irá se refletir no futuro também com a redução dos números, com certeza. Independente disso, nós sempre dizemos que os órgãos de segurança pública não podem se deitarem em cima de números positivos. Tem que estar sempre buscando novos mecanismos, para que possamos acompanhar essa dinâmica da criminalidade”, expõe Tomaso.
POLICIAMENTO AMBIENTAL: O Comandante deve ainda neste mês, obter notícias positivas quanto à implantação de uma nova unidade da Polícia Militar em Santarém.
“Em cima disso, vou falar em primeira mão aos leitores do Jornal O Impacto. Vamos na semana que vem em Belém, para as tratativas finais, para implantação de mais uma unidade policial para Santarém. Que seria uma Companhia Independente de Policiamento Ambiental, que iria fazer o atendimento não apenas no suporte às ações dos órgãos de fiscalização, mas atuar de uma forma mais ostensiva na área rural do município. São situações que estamos na eminência, se Deus quiser, com aquiescência do Comando Geral, estamos trabalhando algum tempo, o planejamento é antigo, para que ele se torne realidade, neste segundo semestre de 2018”, afirmou. Assista está entrevista na íntegra em www.oimpacto.com.br/tv-impacto
Por Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto