José de Lima: “Sem os portos, Santarém pode perder R$ 7,5 bilhões”
Economista diz que implantação dos portos gerará mais de 7 mil empregos diretos
O professor e economista José de Lima Pereira, concedeu matéria exclusiva à TV Impacto e Jornal O Impacto, onde fala sobre o momento pós-crise em Santarém, bem como de outros assuntos que podem alavancar a economia em nosso Município e região.
“A cidade está se adequando. A economia cíclica tem um período, em um momento está embaixo, em outro está em pleno emprego. Sempre foi e sempre será assim, isso é histórico. Para que as pessoas possam entender, por exemplo, em um ano você cultiva milho e você tem uma safra de 70, 80, 90 ou 100 sacas por hectares. Em outro ano vai dar menos. Então, é cíclico. Você tem uma curva o tempo inteiro, vai e volta. Assim que funciona a economia. Eu diria que o momento agora é adequação, só que em alguns setores, falando de Santarém, nós estamos na frente e bem. Se nós temos no centro comercial algumas lojas fechadas, a gente diz que alguns empresários não se adequaram à nova realidade, à modernização dos segmentos econômicos. Então, as lojas tradicionais tendem a fechar. Por outro lado, quando há modernização, quando você começa a concentrar segmentos, atividades no local, onde tenha estacionamento, bom atendimento, aí já começa a mudar o cenário. Eu vou citar um exemplo de segmento de posto revendedor de combustível, derivado de petróleo. De 2016 para 2017, a média era de 350.000 litros em Santarém, no início 2016 nós tínhamos 27 postos. De lá para cá já foram construídos mais 14 postos e tem um deles que começou a se modernizar com implantação de uma loja de conveniências ultra-moderna, mas saiu da média de 350 para 1 milhão de litros vendidos mês. Isso porque se modernizou. Olha, quando você chega lá, ganha um cupom para concorrer a tal coisa, você ganha um brinde, tem um pão, tem sanduíche; isso chama o cliente. Para isso, nós chamamos na economia, de um trabalho de marketing. Isso faz com que a empresa cresça no mercado, tenha um aumento, ou seja, o percentual relativo da sua participação no mercado se eleva com constância mês a mês”, informou.
Um segmento que também está crescendo é o de restaurante. Você, que é economista, deve ter observado isso. “É o segmento de alimentação por completo, aí entra restaurante e lanchonete, de uma forma profissional, inclusive agora tem carrinho de venda autônoma, que tem essa maquininha de cartão de débito e crédito. Quer dizer, é uma modernização e você está entrando numa equação de economia, você está se ajustando aos novos tempos, onde a criatividade é o caminho do Sucesso”.
José de Lima Pereira também falou em relação a empregos, onde aqui em Santarém, por falta de um parque industrial, muito se reclama da falta de vagas para o trabalhador.
“O produto interno bruto em Santarém hoje, segundo o IBGE, 35% é agronegócio, setor primário da economia, onde entra agricultura, pecuária e extrativismo. 15% é industrial, mas isso deveria ser muito mais. Por exemplo, o município de Almerim está com 64% no setor industrial; Oriximiná com 55%, chegou a 62 e caiu agora, que passou para o município de Terra Santa por causa da Mineração Rio do Norte, que está mais focada para lá. Terra Santa é o primeiro lugar no IDEB do Pará dessa região, com a média 5.6 e Santarém com a média 5.5, ficou em segundo. Mas por quê? Porque lá tem outra metodologia de ensino, um nível médio, a própria Mineração tem o seu método de ensino, que é uma franquia que ela própria administra. Na região, se não me engano, são 6 municípios que não atingiram suas metas. Santarém, que é uma cidade universitária, ficou em segundo lugar, perdendo para Terra Santa. Para nós aqui, 50,3% da nossa economia é o setor terciário “Comércio e Serviço”, então, onde que está o maior número de empregos? Exatamente no setor terciário, pois a indústria representa 15%. O setor primário tem aguentado como pode nos três últimos anos. O agronegócio cresceu 6,7%. O agronegócio tem evoluído com constância e isso são traços de uma evolução tecnológica. Hoje você já não tem mais um operador de uma máquina colheitadeira, ela trabalha sozinha e rouba emprego; aquele outrora operador passa a compor um outro segmento de trabalho. É a história do telégrafo, saiu ele vai para outro segmento tecnológico; por isso que temos as escolas tecnológicas do Estado, outra da União; no setor privado nós temos 3 escolas tecnológicas e a tendência é aumentar o número de cursos voltados para Ciência e Tecnologia”, afirma o economista.
Qual sua sugestão aos que estão pensando em um empreendedorismo e querem montar um negócio aqui em Santarém? Quais são os segmentos hoje que acha que despontam? Questionamos.
“Alimentação, com certeza absoluta, e a tendência é crescer. Nunca parou o ritmo de crescimento em Santarém, modificou para o ritmo de Capital. Segundo o IBGE, na publicação do dia 29 de agosto, nós passamos de 296.312 para 302.677 habitantes. Tem mais 47.551 habitantes que se chama de população residente. A população fixa está em 302.677, mas tem mais 47.551 que são estudantes, aquelas pessoas que foram contadas em uma outra cidade no ano de 2010 e que agora estão aqui em Santarém. Essas pessoas ainda não entraram para as contas do IBGE. Então, tem um total 47,551 entre estudantes, universitários e do ensino médio, que são novos empreendedores e também pessoas ligadas a tratamento de saúde, pois Santarém tornou-se uma referência em saúde”, informou José de Lima.
Na questão da saúde, embora a gente saiba que esse setor público continue caminhando a passos de jabuti, a iniciativa privada tem aparecido muito nesse segmento. “Os principais laboratórios, com diagnóstico principalmente por imagem, por ondas, estão todos no setor privado. Isso traz dinheiro de outros municípios pra cá, virou uma fonte de referência. Você não precisa mais ir a Belém ou Manaus para fazer um diagnóstico por imagem, por onda ou por som, já tem tudo aqui. Então, é uma referência em saúde, principalmente de baixa e média complexidade. Agora, com a entrada de transplantes de rim, fígado e outros órgãos, entramos na era da alta complexidade no Município”, declarou.
José de Lima Pereira disse que Santarém já está voltando a respirar e há expectativa de que a gente melhore em um ritmo mais acelerado. “Nosso produto interno bruto não caiu, ao contrário, ele cresceu, acompanhando o ritmo do momento da população também. Falando da questão dos portos, se nós não tivermos a coragem de implantar os portos no município Santarém, com certeza vamos perder para outros municípios e aí a geração de emprego e renda vai para outro lugar. Nós já perdemos um porto que hoje está em Parintins, quase que a gente perde o porto da Cargill. Nós temos investimentos portuários para Santarém com uma estimativa de 7,5 bilhões de reais, tudo com dinheiro em caixa, para começar a gerar emprego e renda imediatamente. Então, eu vejo assim, a Fundação Palmares hoje é quem tem a bola no momento; o Estado deu um prazo para a Fundação Palmares terminar os estudos referentes aos portos em Santarém. Como essa Fundação não tem funcionários para isso e o prazo está findando, acho, na minha opinião, que o Estado deva conceder a licença aos portos em Santarém. Ninguém pode perder 7,5 bilhões de reais de investimentos, incluindo 3 portos, 5 fábricas, parque industrial, armazém em geral, Zona Franca de Manaus e plataforma logística, uma gama de investimentos, em decorrência de falta de estudo. Eu acho que nós temos que olhar de forma mais racional, olhar o meio ambiente que sempre vai ser alterado. Se não fosse assim, Santarém não teria prédios hoje. Nosso Município está em outra era, numa época em que a verticalização é que está comandando os negócios Imobiliários. Nós temos de 3 a 4 prédios lançados para a população de alta renda e, todos seus apartamentos de luxo já estão praticamente vendidos. Então, a tendência na questão dos portos é que o Estado tenha que ceder para licenciar e começar a construção imediata, gerando emprego e renda e fomentando a economia como um todo. Com certeza absoluta já fizemos uma estimativa, uma análise de correlação entre não investir e investir certo. Nós devemos investir, pois teremos pelo menos de 7 a 8 mil empregos diretos e mais 20 mil empregos indiretos”, finalizou José de Lima Pereira.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto
Concordo e como fica as áreas que são Apa?, quem realmente está interessado em escoar produção?, ou simplesmente implantar fábricas?, mero pretexto ao poder!, Alter do Chão já não é uma praia tão bela, sem contar que nem asfalto decente tem, e quando tem são crateras, cadê ciclovias, universidades cujo o ensino foca em formar pessoas críticas, mais não formam profissionais sérios e comprometidos com o bem estar do outro, cujo o padrão universitário é sempre o mesmo. O egocentrismo de muitos, entre outros fatores em destruir Apas para escoar a produção do Mato Grosso.”Viva o tempo do Império da província do Grão Pará”!
Concordo e como fica as áreas que são Apa?, quem realmente está interessado em escoar produção?, ou simplesmente implantar fábricas?, mero pretexto ao poder!, Alter do Chão já não é uma praia tão bela, sem contar que nem asfalto decente tem, e quando tem são crateras, cadê ciclovias, universidades cujo o ensino fica em formar pessoas críticas, mais não formam profissionais sérios e comprometidos com o bem estar do outro, cujo o padrão universitário é sempre o mesmo. O egocentrismo de muitos, entre outros fatores em destruir Apas para escoar a produção do Mato Grosso.”Viva o tempo do Império da província do Grão Pará”!
Ótimo artigo , eu também concordo com o professor Lima ! Difícil (ou impossível ) é convencer aquela turma do nada pode , pois estão com a vida ganha recebendo verbas do exterior sem se importar com o bolsão de miséria que vive a maioria dos nossos irmãos e irmãs santarenos que precisam de emprego e renda . Classe produtiva vamos a luta !!!
Excelente artigo, prof. Lima continua antenado.