Construtora abandona obras do Residencial Moaçara
Prazo para entrega dos apartamentos poderá ultrapassar 2020.
Há pelo menos 60 dias o canteiro de obras dos Residenciais Moaçara I e II, foi abandonado pela construtora espanhola Tragsa, que assumiu a obra em 2015, após a mesma ficar paralisada por dois anos, devido à entrada em recuperação judicial da empresa Carmona Cabrera, que venceu a licitação inicial.
Assim, o sonho de milhares de santarenos de possuir a casa própria foi adiado mais uma vez. A novela mexicana que se tornou a construção dos conjuntos habitacionais no bairro do Aeroporto Velho, pertencentes ao Programa Minha Casa Minha Vida, ganha mais um capítulo, daqueles capaz de fazer, as lágrimas caírem pelo rosto, principalmente de parte da população que se adequam aos critérios exigidos pelo Programa Habitacional.
“Não é possível que diante de um descaso tão grande, sobre o tempo para construção desta obra, tenhamos mais uma vez nossos sonhos jogados na sarjeta”, diz revoltada a dona de casa Izabel Silva.
Para ela, o sentimento é de inconformismo e indignação, pois ela, uma vez contemplada, poderia ir para um teto próprio, se livrando do aluguel. “Minha mãe mora comigo, uma senhora de 82 anos que precisa de sossego. Muitas vezes não temos condição de pagar o aluguel em dia, e somos ameaçadas de despejo”, lamenta.
SEM PRAZO: Com mais essa paralisação, o término da obra fica indefinido, devido aos processos burocráticos necessários para a retomada dos serviços. Os engenheiros da Caixa Econômica Federal devem realizar um levantamento do que foi construído, o chamado inventário, para em seguida iniciar um novo processo licitatório para escolha de uma nova empresa. Informações extraoficiais, é que a construtora espanhola Tragsa, deixou a obra, porque estava acumulando medições que não foram quitadas pela Caixa Econômica, acarretando com isso um grande prejuízo. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Santarém, José Santana, nos últimos meses, o número de trabalhadores contratados pela construtora, foi reduzido para cerca de 50. Ainda de acordo com o sindicalista, a Tragsa cumpriu com todos os pagamentos referentes às rescisões contratuais com os trabalhadores.
Para especialistas em obra pública públicas, ouvidos por nossa reportagem, o prazo para conclusão e entrega das unidades habitacionais pode ser posterior a 2020, sendo ‘otimista’, garantem.
Além de todo o processo de inventário do que foi executado, o novo processo licitatório implica em: atualização das planilhas referenciais e consequente aumento orçamentário, que será mais difícil devido ao processo eleitoral vigente e troca de presidente.
O PROJETO: Iniciado em 2013, o Residencial Moaçara I e II, localizados na Avenida Moaçara, no bairro Aeroporto Velho, faz parte do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. É composto por 1.408 apartamentos, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, sistema de aquecimento de água, sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto, mais a área externa em 48 blocos para o Residencial I e 40 blocos para o Residencial II, dispostos em 4 andares.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto
Se houvesse custado o real, máximo 20 mil a unidade, já estaria terminado todo o conjunto, porém superfaturado a 60 mil, haja grana pública para terminar !