Escritor de Itaituba lança livro em Marapanim, região do salgado

Segundo o escritor, esse é o único projeto literário do Brasil que paga para as pessoas lerem um livro.

Nazareno Santos participou do projeto “Bolsa Leitura”, na comunidade de Cipoteua

O sonho se tornou realidade a partir de uma ação pioneira na educação da comunidade Cipoteua, que pertence ao município de Marapanim, na região do Salgado, no Pará e segundo seus idealizadores, o único projeto do gênero em atividade no Brasil, denominado “Bolsa Leitura”. Esse projeto não tem nenhum tipo de apoio do Município, sendo mantido apenas por pessoas voluntárias, da comunidade e de outras partes do Brasil.

Mas não se trata de uma simples ação cultural, lá em Cipoteua foi construído um Centro Cultural que homenageia a professora Minerva Trindade (in memoriam). Dílson Andrade, filho da homenageada, é quem criou o projeto como um último desejo feito a ele antes da morte de sua mãe, que se dedicou a ensinar e alfabetizar, grande parte de sua vida como voluntária e que nasceu e viveu na comunidade. Dilson Andrade é engenheiro elétrico da Eletronorte, em Brasília, mas está sempre presente em Cipoateua dando apoio ao projeto “Bolsa Leitura”.

O Centro Cultural é bem organizado, construído em alvenaria, e tem como presidente a professora Conceição Flecha, vice-presidente Eng. Dilson Trindade, secretaria executiva Eng. Neila Monteiro; João Monteiro, diretor financeiro; O conselho fiscal é composto pela professora Benedita dos Santos, professor Delmo Monteiro e professora Claudete Barroso. No interior do Centro há um acervo de mais de três mil livros em todos os gêneros, inclusive livros lançados recentemente.

COMO FUNCIONA O PROJETO: O projeto “Bolsa Livro”, segundo seus idealizadores, funciona assim: por cada livro lido pelas pessoas da comunidade é pago cinco reais. Independentemente da quantidade, eles retiram os livros no Centro, depois de um período de leitura a cada três meses é realizado um sarau literário onde são escolhidos os três melhores leitores e todos são premiados financeiramente, com o adendo de que a pessoa pode ficar com o livro como doação se assim desejar.

Mas, além da atividade com livros, o Centro promove oficinas de teatro, de leitura, música, cinema. Sobre a estratégia de pagar para ler, não seria uma via de mão dupla, Dilson Trindade explicou que na verdade esse dinheiro é apenas um estimulo, já que a comunidade é carente, mas muitas das crianças e outras pessoas já gostavam de livros, mas eles passaram a incentivar as demais pessoas que não gostavam de leitura, inclusive os próprios pais das crianças. Jovens e adolescentes começaram a pegar gosto pela leitura e com isso a comunidade tem um dos maiores percentuais de leitura de Marapanim, sendo que nem na sede existe projeto semelhante voltado a livros e cultura de um modo em geral.

LANÇAMENTO DO LIVRO DE ESCRITOR DE ITAITUBA: O projeto, pelo seu ineditismo e criatividade, atraiu atenção de pessoas de várias partes do Brasil, que se ofereceram como sócios voluntários já que se trata de um projeto sem fins lucrativos e todas as despesas são mantidas por Dilson Trindade, colaboradores, fundadores e demais pessoas. O escritor paraense, de Castanhal, mas radicado em Itaituba, Nazareno Santos, foi o primeiro a lançar um livro na comunidade e o projeto pretende levar mais escritores para interagir com a comunidade, de várias partes do Brasil.

“Participei do único projeto literário do Brasil que paga para as pessoas lerem um livro, lançando meu livro e proferindo palestras sobre leituras”, declarou o escritor Nazareno Santos.

“O projeto ocorre numa comunidade que fica 50 km distante de Marapanim. Depois de participar da festa dos grupos de carimbó raiz, no dia 29 de novembro, com apoio do Prefeito e Secretário de Cultura daquele Município, lancei meu livro. Agradeço a carinhosa manifestação de acolhida no porto da “Terra do Carimbó” e do verdadeiro rei do Carimbó, que é o Mestre Lucindo”, informou.

“Quem aqui já comeu pratiqueira? Comi no encontro de grupos de carimbó de Marapanim. Estou fazendo uma pesquisa sobre Mestre Lucindo para lançar ano que vem em Marapanim. Fiquei encantado”, disse Nazareno Santos.

Fonte: RG 15/O Impacto

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