Use a honestidade e a generosidade seletivas para desarmar a sua vítima
Artigo de Fábio Maia
“Um gesto sincero e honesto encobrirá dezenas de outros desonestos. Até as pessoas mais desconfiadas baixam a guarda diante de atitudes francas e generosas. Uma vez que a honestidade seletiva as desarma, você pode enganá-las e manipulá-las à vontade. Um presente oportuno – um cavalo de Tróia – será igualmente útil.”
Tanto o título – que é uma das leis -, quanto a citação do texto – que é uma síntese da lei -, estão no livro As 48 Leis do Poder, de Robert Greene e Joost Elffers. Tanto essa, como as demais 47 leis elencadas pelos autores, mostram o quanto a manipulação e a doutrinação política e ideológica, são verdadeiros jogos de poder nas mãos de grupos poderosos, e em nossa região, o ambientalismo é um bom exemplo disso.
“Surpreendentemente”, logo após a aprovação unânime do plano diretor pela Câmara legislativa Municipal, e a consequente sanção do prefeito, eis que surge mais um daqueles artigos apocalípticos, onde pregam a destruição total da biodiversidade e o fim dos povos tradicionais. Um verdadeiro misto de sensacionalismo barato e corrupção intelectual. Típico de quem está incólume aos males econômicos que essa prática causa.
No entanto, eu já vi esse discurso antes. É o mesmo discurso de viés ideológico, parcial e terrorista, que prega o fim de espécies de peixes e “riquezas arqueológicas”, mudança no sentido de rios, além da “suposta” bancarrota dos povos tradicionais – que ao que parece, são “mais povos” que nós -. Toda essa balela ambientalista foi alardeada à exaustão, há mais de quinze anos atrás quando a Cargill iniciou seu processo de instalação, bem ao lado do Porto da Companhia Docas do Pará.
Todo esse mesmo terrorismo ambiental foi propagado à época.
E sabe o que de fato aconteceu de lá para cá? Nada!! Do lado ambientalista, lógico! Pois pelo lado econômico, a Cargill hoje emprega em torno de 400 funcionários, transaciona com centenas de outras empresas que empregam outras centenas de colaboradores, além de garantir a compra da produção agrícola na região, movimentando uma média de 300 milhões de reais anuais que circulam na economia, garantindo assim a estabilidade econômica de, no mínimo, três municípios: Santarém, Belterra e Mojui dos Campos.
Entretanto, recentemente, o Lago do Juá que também era visto como um santuário de preservação, berço de sobrevivência de espécies e pescadores tradicionais, foi mais uma vítima da hipocrisia dessa gente, que lutaram pelo embargo do empreendimento Buruti, uma construção legalizada, que cumpria as normas técnicas e ambientais. No entanto, mesmo assim, não escapou da sanha dos “heróis” ambientalistas. Muito diferentemente da invasão ao lado, que apesar de estarem fazendo tudo aquilo que a turma da clorofila dizia combater contra a Buruti, o Lago não pode contar com a indignação seletiva dessa turma, mostrando mais uma vez a controvérsia “indignação ambientalista” que os move, e o quanto isso é perigoso para o ambiente que tanto dizem proteger. Pois, se a indignação dessa turma só surge efeito contra empreendimentos que estão formalmente legalizados, e são ineficientes, coniventes e até causadores de verdadeiros crimes ambientais desordenados, o quê nos garante que isso não se repetirá também no Maicá? O MP..!? O mesmo que se calou contra a invasão? Certamente, se a grande área do Maicá não for ocupado de forma ordenada e não tiver seu planejamento estrutural e social bem definido, seu destino será uma nova invasão aos moldes do Juá. Pois o que destrói é a ação humana desordenada, não planejada e desenfreada, assim como vem acontecendo com o Juá, onde a “proteção” do ambientalismo fajuto não alcança, chegando apenas sua hipocrisia.
Criamos duas castas em nossa região: a dos que se servem do ambientalismo, e a dos que são escravizados por ela.
É essa turma – dos que se servem – que está preocupada com a “possível” extinção de insetos e espécies de peixes, mas não esboçam reação alguma em relação aos pais de família desempregados, ou os jovens que se perdem no crime e nas drogas por falta de oportunidades – os escravos -, são os mesmos que cobram do município infraestrutura para o desenvolvimento do turismo, ao passo que impedem a captação de recursos através de impostos cobrados dos empreendimentos.
Exemplo disso, foi que em outubro o Estado repassou 250 milhões de reais aos municípios como suas quotas no ICMS. Belém ficou com R$ 40 milhões. Para Parauapebas foram 28 milhões.
Seguiram-se: Marabá (R$ 15 milhões), Barcarena (12 milhões), Tucuruí (11,6 milhões), Ananindeua (7,7 milhões), Castanhal (6,3 milhões).
Santarém, que já foi o 2º município do Pará na repartição do principal imposto, ficou apenas em 8º, com R$ 5,1 milhões, oito vezes menos do que o da capital. Além disso, outros tributos importantes para o equilíbrio das contas do município, como o IPTU e ISS, também tiveram quedas significativas. Só a título de informação, só essa empresa do setor portuário – que está embargada graças a ação da turma da clorofila – irá gerar aproximadamente 12 milhões de ISS e 42 milhões de ICMS. Será que os “heróis de insetos” sabem disso?
É justamente esses recursos que alimentam o erário público, que pagam a manutenção dos hospitais e escolas públicas, é essa arrecadação que garante a manutenção das estradas vicinais para o escoamento da agricultura familiar, é o que mantém a segurança pública funcionando, impedindo o aumento da violência, é o que paga até o gabinete, o “super salário” e o ar condicionado do servidor público que faz “resistência” contra os empreendimentos.
A grande maioria dessa turma nunca soube o que é viver fora da bolha estatal. Vivem em um mundo paralelo, entrincheirados em gabinetes refrigerados de órgãos públicos, salas de universidades federais ou em uma ONG qualquer, e nunca souberam o que é gerar riqueza, assinar uma carteira de trabalho, ou manter uma empresa de portas abertas. Isso explica seu distanciamento da realidade, e dos verdadeiros anseios da sociedade.
Para eles empreendedorismo é crime, enquanto estimular o ambientalismo exacerbado – fingindo ser para combatê-lo, gerando miséria e verdadeiros crimes ambientais -, está liberado.
Essa turma vive, não de servir a sociedade, mas de se servir dela. O que esse ambientalismo fajuto faz, é socializar a miséria, pois suas medidas causam subdesenvolvimento, onde todos nós pagamos a conta.
Vivemos sob a égide do ambientalismo, a despeito do que pensam muitos desinformados que acham justo embargar empresas, para logo em seguida, perguntar: “porque não tem emprego?”
Aqui não existe um livre empreendedorismo, uma vez que nada pode ser feito sem que os burocratas de gabinete outorgem permissão expressa. Aqui não existe propriedade privada, pois tudo é passivo de ser uma reserva indígena, um quilombo ou um cemitério arqueológico. Aqui não existe liberdade individual, pois a maioria está condenada à ressarcir uma minoria. Basta que os “especialistas” assim decidam, e implantem a “justiça social” e o pagamento de uma “dívida história”..
Precisamos enterrar de vez essa falácia ambientalista de que não podemos desenvolver sem destruir o ambiente, e que o desenvolvimento e a biodiversidade não podem conviver harmoniosamente.
Creio que a aurora desse tempo chegou, e nossos representantes do legislativo e executivo já deram o primeiro passo. Agora, é a vez da população se libertar, e decidir o que queremos para nós e para as futuras gerações. Se também podemos nos servir, ou se seremos eternos escravos.
Fonte: RG 15/O Impacto