Em entrevista, Helder diz que o Pará tem um déficit de mais de R$ 1 bilhão

O governador Helder Barbalho (MDB) falou à Globo News na manhã de ontem sobre os principais desafios que enfrenta como gestor do Estado. Além de justificar o chamado pela Força Nacional, falou do enxugamentos e redução na máquina administrativa e ainda declarou apoio pessoal à reeleição de Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara dos Deputados.

Perguntado pelos apresentadores sobre a motivação do pedido de reforço externo na Segurança Pública, Helder lembrou que o próprio Governo Federal, nos últimos dois anos, ofereceu esse apoio justamente por reconhecer que os índices da criminalidade colocaram o Pará dentre os estados mais
violentos do País.

“O governo anterior, em uma decisão administrativa, negou a oferta por não achar que havia necessidade. Mas só na primeira semana deste ano tivemos quatro agentes da Segurança Pública assassinados. Temos nossas estratégias de combate, mas reconhecemos a dificuldade de termos um efetivo de 16 mil agentes, quando precisaríamos de mais de 30 mil”, explicou.

O governador ressaltou que sua gestão também já coloca outras iniciativas em prática para este enfrentamento, como a redução do número de policiais em ambientes administrativos, para que atuem no policiamento ostensivo, uma negociação que ele já conduz com vários órgãos da administração direta e indireta do Estado. A começar pela Casa Militar, que teve 50% do seu efetivo remanejado.

Helder lembrou ainda que o colapso do Sistema Penal contribui para este cenário, já que são 19,5 mil custodiados, mas só há 9,1 mil vagas nas unidades carcerárias. “Estamos dialogando com o Ministério da Justiça para retomar obras que ampliem as vagas do sistema e alçamos a Superintendência do Sistema Penitenciário ao status de secretaria, para evitar que facções tomem conta dos presídios e orientem o poder paralelo nas ruas”, informou.

MISSÃO

Para o novo governador, o Pará passou 20 anos sendo governado pelo PSDB, e o resultado das urnas, que lhe elevaram ao cargo máximo do Executivo estadual, representa um cansaço da velha política. “A população cansou desta realidade e a me concedeu a missão honrosa de ser governador. Tenho absoluta sintonia do recado das urnas no Pará e no Brasil de revisão cultural, de procedimentos e práticas administrativas para a qualidade de serviços e transparência”, confirmou.

“Já reduzimos a máquina pública, secretarias, exoneramos 2,5 mil assessores, uma economia de R$ 3,5 milhões por mês. Por meio de decreto, está estabelecida a contenção de gastos e da segurada de qualquer nova contratação e licitação. Temos um déficit de mais de R$ 1 bilhão e apenas 5% de capacidade de investimento.

Por isso estamos enxugando”, justificou, reforçando entender que não foi eleito para “fazer mais do mesmo” e revelou ter orientado todos os secretários de seu Governo a revisar contratos, estrutura funcional e focar em realização de
concursos públicos.

Sobre a Reforma da Previdência, o governador não emitiu um posicionamento fechado, mas afirmou que tratou com Rodrigo Maia sobre o assunto em visita recente do deputado ao Estado e lembrou que o Pará precisa cobrir R$ 1,4 bilhão mensalmente para dar conta de 36 mil inativos e 11 mil pensionistas. “E para os 8,3 milhões de paraenses faltam estradas, escolas, polícia, hospital. Estamos antenados e acompanhando o que o Governo tem que fazer”, resumiu.

Em uma temática mais política puxada pelos jornalistas, confirmou que vê Maia como a melhor opção para a presidência da Câmara nesse momento. “Ele (Rodrigo Maia) representa estabilidade nesse processo de transição. É uma opinião pessoal, eu não represento o MDB, mas minha recomendação é que Rodrigo representa o que é melhor para estabilidade política nesse
momento”, disse.

Fonte: Carol Menezes/Diário do Pará

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