Petrobras muda política de preço do diesel ante ameaça de caminhoneiros

Um dia após os rumores de uma paralisação de caminhoneiros supostamente marcada para essa sexta-feira (29/3), a Petrobras mudou a política de alteração do preço do óleo diesel nas refinarias. Os reajustes, que antes eram feitos diariamente, agora ocorrerão a cada 15 dias. A alteração está entre as pautas da categoria. Os trabalhadores do setor pediram, no entanto, que as mudanças no valor do combustível fossem mensais, como chegou a ser no governo
Sob essa perspectiva, a mudança promovida pela Petrobras atende apenas parcialmente a reivindicação. Vem acompanhada, porém, da criação do Cartão Caminhoneiro, a ser implementado em até 90 dias. A intenção é possibilitar que os caminhoneiros paguem preço fixo no litro de diesel nos postos BR. Com o benefício, segundo nota divulgada pela própria empresa, os motoristas terão “uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo assim a estabilidade durante a realização de viagens”.

Como funcionará

Valores do diesel operados pela Petrobras nas refinarias correspondem a 54% do valor aplicado ao consumidor final. É essa parcela que sofrerá reajustes quinzenais. A companhia ainda vai atrelar os custos ao preço de paridade internacional (PPI), para garantir que não atuará com poder de monopólio no Brasil. A Petrobras ressaltou, annda, que o valor do diesel no país é 18% inferior à média global.

Reivindicações

Além da alteração na política de reajustes do preço do diesel, os caminhoneiros pedem, também, a aplicação do piso mínimo de preço do frete. A crise, que promete chegar dia 30, já era discutida com lideranças desde a semana passada, quando uma das principais lideranças do movimento de 2018, Wallace Ladim, o Chorão, se reuniu com o chefe da casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com a diretoria da Agência Nacional dos transportes Terrestres (ANTT).
Diferente de maio de 2018, Wallace está com um discurso apaziguador. Afirmou ser contra a paralisação, destacou que o governo está abrindo as portas para o diálogo, “o que nunca aconteceu”, ressalta, e que a ANTT intensificou as fiscalizações de abusos contra a categoria. Ele acredita que caminhoneiros devem parar em algumas regiões do país, mas com impacto pequeno, e afirma que a categoria não está tão mobilizada quanto no ano passado. “Há insatisfação. Isso é fato”, pondera.
Fonte: Correio Braziliense

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