Pai que lutou com ladrões por remédio do filho diz que não se arrepende: ‘por ele faço de tudo’
Mesmo com dores e muitos hematomas pelo rosto e pelo corpo, o mecânico Adex George Alves não se arrepende de ter resistido a assaltantes que levaram o seu carro na quinta-feira (7), em São Carlos (SP), e impedido que eles entrassem na sua casa, onde estava a mulher e os dois filhos. Segundo ele, seu pensamento era evitar que levassem medicamentos do filho que estava no veículo.
“Por eles eu faço de tudo, família, filho é tudo. Eu não me arrependo, eu brigaria com uma boiada por eles”, afirmou.
Uma câmera de segurança flagrou parte da ação (confira o vídeo abaixo).
Ao lutar contra dois homens, ele também tentava manter o carro que estava sendo levado, mas a sua maior preocupação era com um remédio raro e de alto custo, essencial para um de seus filhos que estava no porta-luvas.
Encontrado carro de pai agredido ao tentar impedir ladrões de levar remédio de alto custo
“Reagi porque tinha a medicação do meu menino dentro e ele não pode ficar sem. E a gente luta para ter uma coisa melhor, tudo o que eu faço é por ele, para dar certo conforto e vem certas pessoas tirar da gente”, lamenta.
O carro roubado tinha sido comprado um mês antes antes justamente para dar conforto à família, e dentro dele, estavam documentos, dinheiro para pagar contas, que também estavam no veículo, e duas seringas de um medicamento de canabidiol, usado para controlar as crises convulsivas do filho João Vitor, de 11 anos, causadas pela Síndrome de Dravet.
Agredido em roubo a carro queria impedir que assaltantes levassem remédio de alto custo do filho em São Carlos — Foto: Reprodução/EPTV
Luta durou mais de 10 minutos
Era para ser uma quinta-feira como todas as outras, quando, de manhã, Alves abre o portão da sua casa no Jardim Medeiros e coloca o lixo na calçada, mas nesta quinta, pouco depois das 7h, ele foi surpreendido pelos dois ladrões.
“Para ajudar os lixeiros para eles não ficarem catando sacolinha por sacolinha, eu amarro uma nota outra e nisso que eu estava amarrando, os dois rapazes subiram, passaram por mim e eles voltaram e me pegaram pelas costas, me mandaram deitar no chão, eles queriam a chave do carro.”
Dupla agride motorista e rouba carro em São Carlos
Ele percebeu que a arma usada por um dos homens era de brinquedo. O outro ladrão o golpeou com a arma e ele ouviu barulho de plástico, foi quando ele resolveu reagir.
“Eles queriam entrar em casa e eles queriam pegar a minha família aqui dentro e eu pensei: ‘minha família não’.”
Ele lutou com um dos ladrões enquanto o outro tirava o carro da garagem, mas quando os dois entraram no carro, ele também entrou.
Foi retirado do veículo pelas pernas, arrastado na rua e agredido com chutes e socos e abandonado na rua pelos homens que fugiram com o carro. Essa parte da briga foi gravada por uma câmera de segurança (veja vídeo acima), mas Alves, diz que ficou mais de dez minutos em atrito com os dois homens.
Remédio recuperado
Remédio feito com canabidiol foi recuperado em São Carlos — Foto: Wilson Aiello/EPTV
A polícia encontrou o carro de Alves sendo desmontado em uma casa no bairro Cidade Aracy. O veículo não era segurado.
No local também encontraram uma das seringas do remédio intacta. A outra estava queimada junto com documentos e as contas.
A família lutou muito para conseguir na justiça o direito a usar o remédio e os pais de João Vitor foram os primeiros brasileiros a terem permissão para a sua importação, em 2015. A EPTV, afiliada da Rede Globo acompanhou o caso de perto.
EPTV mostrou o caso de João Vitor em 2015 em São Carlos — Foto: Arquivo/EPTV
A mãe de João Vitor, que preferiu não ser identificada, contou que o medicamento trouxe qualidade de vida para o menino.
“O João não andava, ele não falava, ele não frequentava uma escola , ela não tinha interação com outra criança, as crises deles eram diárias, de 80 até 130 crises no dia, dos médicos falarem que ele não ia sair vivo da UTI”, disse.
Com a utilização do remédio as convulsões não acabaram, mas são raras. Segundo a mãe, ele tem uma a cada 15 ou 20 dias, e já chegou a ficar dois meses sem crises.
Ela comemorou a recuperação do medicamento. “Pelo menos 15 dias de tratamento a gente vai ter. Perdemos 15 dias, mas ganhamos 15 dias.”
Fonte: G1
A que ponto de atrevimento chegaram os bandidos no Brasil, tudo graças a essa lei desatualizada, feita por teóricos metidos a socialistas, porém que se resguardam em suas mansões cheias de segurança, algo que o cidadão comum não pode ter. A pena de morte pode não resolver cem por cento, mas elimina a volta desses almas sebosas às ruas !