Descaso do poder público com praças e áreas de lazer revolta santarenos

Um local que deveria ser ponto de esporte e lazer para os moradores da grande área da Prainha, a Praça Antonieta Dolores Teixeira, popularmente conhecida como Praça Júlia Passarinho, localizada na interseção da avenida Gonçalves Dias, com a travessa Dom Federico Costa, parece mais um palco digno de filmes de terror.

Além dos problemas de falta de manutenção, populares denunciam a violência no local. No período noturno, de acordo com usuários, a Praça se transforma em ponto de encontro de consumidores de drogas. Assaltos e tentativas de estupro já foram registrados no local.

A dona de casa Gilcilene Alves, 40 anos, que diariamente passa no local, fala em descaso do poder público com as praças da cidade. ”Somos pagadores de impostos e merecemos respeito. Não temos direito em ter um espaço público adequado para trazer nossa família“, reclama.

A praça Júlia Passarinho é uma das mais tradicionais da cidade e é utilizada pelas pessoas do bairro para a prática da caminhada, principalmente aos fins de tarde. Por estar situada em frente a uma escola, também era comum ver estudantes disfrutando de momentos de lazer e conversas com os colegas de turma, porém, a insegurança e péssima estrutura, tem afastado, além dos estudantes, grande parte dos moradores que tinham no local, um espaço para vivenciar momentos de esporte e lazer.

RISCO PARA FREQUENTADORES: Outro espaço público que é bastante frequentado pelos santarenos, e também por turistas, é o ‘Parque da Cidade’, localizado em uma área às margens da travessa Silva Jardim, avenida Barão do Rio Branco e avenida Bartolomeu de Gusmão, no bairro Jardim Santarém.

Os usuários reclamam da falta de segurança em alguns períodos do dia. Recentemente uma mulher denunciou nas redes sociais, que escapou de ataque de um homem, que segundo ela, queria lhe estuprar. Os pais que costumavam levar os filhos para se divertirem no play ground, lembram com nostalgia do tempo que os filhos podiam utilizar os brinquedos, que atualmente estão inutilizados, e foram isolados para evitar acidentes.

“O abandono aos logradouros públicos é quase que total, salve algumas exceções. Nas praças da cidade não podemos mais levar nossos filhos para brincar nos brinquedos, pois correm o risco de acidente, devido os mesmos estarem quebrados. O sentimento que temos é de tristeza, uma vez que nós – população – já não dispomos de outros lugares para frequentar com nossa família”, lamenta o autônomo José Gomes.

Para a aposentada Joana Silva, fica difícil frequentar o local, uma vez que o matagal causa insegurança. “Um bandido pode se esconder no meio do mato, que já está muito alto. Infelizmente não temos mais segurança aqui”, disse.

A população faz um apelo para que as autoridades realizem o serviço de manutenção do espaço, e desta forma, zelar com efetividade o patrimônio de todos os santarenos.

INTERDIÇÃO SEM SOLUÇÃO: No mês de maio, o chamado ‘Espaço Perola’, uma enorme tenda, localizada na parte interna do ‘Parque da Cidade’, local referência no município para a realização de eventos com grandes públicos, como Cristoval, Feira do Empreendedor e Salão do Livro foi interditado pelo Corpo de Bombeiros.

Em nota a prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap), responsável pela gestão do Parque da Cidade, disse que a “medida se deu em virtude de vistoria realizada pelo Corpo de Bombeiros que detectou a falta de cadastramento e adequações, conforme normas técnicas exigidas nacionalmente pelo órgão”, segue a nota: “Nesse sentido, a Semap realizou a interdição, já que o estabelecimento não pode funcionar sem o devido cadastro. A Secretaria informa que contratou uma empresa especializada para realizar os ajustes necessários no local conforme solicitado via notificação pelo Corpo de Bombeiros. Comunica ainda que os serviços já foram feitos. A Semap encaminhou um relatório ao Corpo de Bombeiros informando as adequações realizadas e aguarda a resposta. A Semap pede desculpas pelo transtorno e trabalha para que em breve o local volte a funcionar normalmente. Assim que voltar a operar, a população será informada”.

DEPREDAÇÕES DO PATRIMÔNIO: Sem qualquer tipo de vigilância, fios elétricos são furtados e vândalos destroem lixeiras, bancos e ornamentações. Uma solução para resguardar à segurança das pessoas, bem como do patrimônio público, seria a efetivação da Guarda Municipal. O Projeto de Lei que tramitou e foi aprovado na Câmara de Vereadores, aguarda resolução da Prefeitura de Santarém.

No estado do Pará, pelo menos dois municípios do interior possuem Guarda Municipal em pleno funcionamento. Em Marabá, região sudeste do Estado, o órgão de segurança municipal fundado em 2009 é exemplo. Inclusive com formação do Grupo de Operações de Pronto Emprego (Gope) e uma divisão para combate a crimes ambientais. Em 2015 constituí a ronda de bicicleta, com objetivo de evitar que os ambientes públicos virem refúgio de criminosos e assim a comunidade poderá usufruir desses espaços com segurança. Diariamente, por exemplo, na orla da cidade, é possível observar Guardas Municipais em bicicletas marcando presença. Os turistas que frequentam o local afirmam a sensação de segurança imposta com a presença dos agentes.

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