Família denuncia possível negligência em morte de grávida no HMS

Geisiane Assunção da Mota, 32 anos, não pode ser mais uma vítima do acaso. Os familiares querem respostas sobre o que de fato aconteceu para que ela tenha evoluído a óbito, na semana passada, nas dependências do Hospital Municipal de Santarém.

De acordo com Ronildo Pereira, cunhado de Geisiane, dias antes de ela morrer, procurou a unidade hospitalar com dores que demonstravam a hora de chegada do parto.  Na ocasião o médica mandou que ela voltasse para casa.

Posteriormente ela reclamou de muitas dores e voltou a procurar a unidade hospitalar.

“O médico olhou ela, não fez nenhum exame e mesmo assim detectou que ela tava com uma infecção urinária. Passou a medicação e fizeram toque. Ela tava com 2cm de dilatação e mandaram novamente para casa e disseram que só era para voltar quando ela tivesse muitas dores mesmo, para fazer o parto. No sábado (dia 29 de junho), por volta de uma hora da tarde, ela foi para fora de casa, e viu que as unhas dos pés estavam roxas. Então ela foi imediatamente para o Hospital Municipal. Naquele dia ela deu entrada, e o médico disse que era o caso era de emergência, e que ela precisava fazer uma cesariana de urgência, inclusive pediu para a acompanhante, no caso a mãe, orar, acreditar e foi fizeram o parto dela. Depois do parto, com a criança estava tudo bem mas, ela todo tempo no balão de oxigênio, foi para uma sala vermelha não teve contato com a família nesse tempo”, disse Ronildo.

O cunhado de Geisiane questiona a falta de informações no Boletim Médico, que não apresentava nada do que teria acontecida na sala de cirurgia. Segundo ele, no domingo ela teve uma melhora, e ficou no leito. Em companhia de sua genitora, Geisiane falava que estava sentindo muita agonia, muita inquietação. Quando na madrugada de segunda-feira(1º), ela passou mal e retornou para a sala vermelha, pois a pressão dela baixou.

Às 17 horas de segunda, ainda de acordo com Ronildo, o médico disse que ela teve duas paradas cardiorrespiratória. Ele também teria dito que ela tinha apresentado pneumonia e um princípio de eclampsia.

Ainda na noite do mesmo dia, ela teve de ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Então eu tive acesso ao médico que era responsável pela UTI e ele me relatou que o caso dela era muito sério, muito complicado, que ela já não urinava, que a pressão dela não normalizava. Após um dia, recebemos a informação da morte dela”, disse o cunhado de Geisiane.

SEM EXPLICAÇÕES: Além da dor pela perda de um ente querido, os familiares de Geisiane convivem com a falta de informação sobre o que teria acontecido com a jovem, que subitamente perdeu a vida.

Para Ronildo, o desencontro de informações, revela o quanto o caso deve ser averiguado. Segundo, é estranho as várias versões dadas no interior do hospital, pelos médicos, e a informação que consta em documento dado à família,  aponta que causa morte é desconhecida.

“Primeiro haviam dito que era problema de coração, depois ele (médico) não relatou algum problema de coração como anteriormente. Depois disseram que teria sido uma embolia pulmonar. Um médico disse que segundo o conhecimento dele, que era um caso raro, que poderia ter sido o líquido amniótico que entrou na corrente sanguínea na hora do parto e atingiu os pulmões”, disse Ronildo.

Os familiares procuraram a Polícia e também acionaram a OAB/Santarém, através da Comissão de Saúde, buscar esclarecimento, com objetivo de acesso ao prontuário.

“Solicitamos dentro dos órgãos competentes do Hospital Municipal e eles pediram prazo de 15 dias para entregar esse material. Com esse material, poderemos dar prosseguimento, desvendar esse grande mistério”, conclui.

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