Aprendizado de máquina ainda não consegue identificar fakenews, diz estudo

A tecnologia de inteligência artificial evoluiu muito nos últimos anos e já está disponível no nosso dia a dia em funções como a Siri e o Google Assistente, que identificam e personalizam os padrões nas buscas individuais. Na tentativa de aperfeiçoar ainda mais a IA, pesquisadores do MIT desenvolveram e treinaram um algoritmo que permite que as máquinas produzam notícias falsas – as fakenews– de forma autônoma e muito convincente. O que eles não conseguiram ainda é fazer com que a IA identifique se uma notícia é falsa ou verdadeira.

De acordo com estudo feito e divulgado pelo estudante de doutorado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), Tal Shuster, os programas são muito bons em identificar os textos escritos pelas máquinas, mas não para reconhecer quais deles contêm informações verídicas.

Os sistemas automatizados de verificação dos fatos contidos na redação usam como base um banco de dados com declarações verdadeiras, o FEVER (FactExtractionandVerification, ou Extração e Verificação de Fatos). A equipe de Shuster identificou que os programas têm muita dificuldade em entender as informações que são falsas, mesmo sabendo qual a verdadeira.

Eles apontam que um dos maiores problemas para isso pode ser que o programa ainda está limitado à capacidade humana, pois todos os conceitos da programação foram feitos por humanos. Os pesquisadores reforçam que o FEVER tem grande influência dos seus criadores, que ao desenvolverem o programa, descreviam as entradas falsas como se fossem declarações negativas e as mensagens verdadeiras, como positivas. Isso fez com que o programa automaticamente reconhecesse as frases com declarações negativas como falsas.

Além disso, os sistemas foram treinados para resolver problemas mais fáceis e de forma mais ágil. O programa ainda não consegue reconhecer o contexto da redação para fazer a identificação correta.

O problema das fakenews

 

As fakenews tiveram início com a eleição de 2016 nos Estados Unidos, em que os eleitores de Donald Trump compartilhavam de forma massiva conteúdos falsos a respeito da concorrente, Hillary Clinton. Desde então, elas começaram a fazer parte do cotidiano das pessoas que utilizam as redes sociais e geralmente têm conteúdo de cunho político.

O grande problema das fakenews é que elas têm o poder de persuadir e viralizam de forma muito rápida. Isso dificulta o acesso das pessoas às informações verdadeiras. “Por mais que ainda se compartilhe bastante esse tipo de notícia, os brasileiros estão começando a ficar com o pé atrás ao ler notícias na internet. Nem os humanos conseguem identificar de fato quando uma notícia é real ou não”, explica o editor do site Guia55, Felipe Ruiz.

Para ele, a moda das fakenews pode atrapalhar as compras online. “Há quem se aproveite para criar notícias mentirosas com promoções falsas de marcas famosas e enganar o público. Isso tem acontecido com recorrência”, explica. Felipe recomenda sempre ficar atento e verificar no site oficial das lojas se as ofertas são verdadeiras.

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