Artigo – Argentina luta para salvar a população pobre
Por Oswaldo Bezerra
A situação argentina caminhou para o caos com a implantação do Neoliberalismo com o ex-presidente Macri. Foi o mesmo fracasso do neoliberalismo dos anos 90. Durante seu mandato, a pobreza atingiu 41% da população. A dívida externa argentina aumentou 100 bilhões de dólares. Atingiu 90% do PIB e pediu empréstimo ao FMI. Quando eleito a dívida não atingia nem 38% e a pobreza era de 13%. É uma situação muito precária.
Macri foi o homem dos EUA. Ele era apresentado pelos americanos como um senhor que era elegante nos meios empresariais. O que significou toda esta elegância foi uma subida muito veloz da dívida externa argentina e empobrecimento da população. A dívida argentina não é como a dívida japonesa, que atinge 200% do PIB, mas lá ela é dívida junto ao banco japonês. Ou seja, devem a eles mesmos. Parte da dívida argentina estão nas mãos do FMI e dos criminosos internacionais, conhecidos como fundos abutres.
A dívida externa de um país latino americano é ótimo para as elites bancárias americanas. O efeito cantillon explica isso. Os bancos centrais criam poder de compra no topo, entre aqueles que primeiro têm acesso a fundos sem nenhum custo, com a moeda impressa sendo filtrada pela economia, à medida que diminui gradualmente o valor em relação aos ativos. Esta moeda chega até os países latino americanos em forma de dívida para sua população. É o vandalismo financeiro em que participam bancos centrais e bancos de empréstimos.
A Argentina é uma país que vive crises contínuas. As causas são a enorme desigualdade e polarização da sociedade. A Direita argentina crê que o liberalismo os favorecem. Crê também que seus benefícios irão por fim se estender as populações mais pobres. No entanto, o liberalismo só tem, historicamente, concentrado renda nas camadas mais ricas e aumentado a pobreza.
Por outro lado, a esquerda peronista quando chega ao poder se propõe a aumentar os ingressos das populações mais carentes. Grande parte da classe pobre ascende a classe média, e passa a votar na Direita. Quando a Direita volta ao poder extingue as políticas anteriores, e a pobreza volta a crescer. Isso ocorre na Argentina há 70 anos.
O livre mercado oferece dinheiro grátis para as classes privilegiadas, na esperança que este dinheiro chegue as massas. Forma-se ai uma plutocracia que enriquece cada vez mais. Isso gera um populismo que balança a bandeira do socialismo, que pelo estado das coisas, se opõe ao livre mercado. O socialismo passa a determinar indicadores sobre a economia, o que também não funciona.
O que funcionaria seria um livre mercado de verdade. Com ele se obteria um descobrimento dos preços. O que proporcionaria uma distribuição equitativa de riscos e benefícios compensados na sociedade. Isso aconteceu por 100 anos durante a norma do padrão ouro. Foi quando a economia crescia realmente. Com o fim da norma do ouro nos restou o socialismo ou a cleptocracia.
A partir de 1880 houve a chegada de milhões de migrantes europeus à Argentina. Fugiam dos conflitos do velho continente. Eles contribuíram com o crescimento argentino, de uma forma tão importante, que o país se tornou o 3o mais rico do mundo. Foi fortemente atingido pela recessão mundial e caiu para o posto de 15o país mais rico do mundo.
Nesta crise chegou ao poder o presidente Peron, em 1945, criando o socialismo argentino. Este presidente multiplicou por 5 o PIB argentino. Na década de 70, os EUA deram um golpe de estado na Argentina e a economia dos portenhos veio abaixo. O golpe saqueou o país.
Henry Kissinger foi quem aprovou a guerra suja na Argentina. Esta guerra aprovada em 1970 matou mias de 30 mil pessoas, de acordo com os documentos desclassificados do departamento de estado americano (publicado pelo The Guardian). Foi um golpe apressado por Kinssinger. Ele pressionou os militares argentinos a matarem todos os líderes da oposição, antes que o congresso americano retomasse sua atividade, e o povo norte-americano se desse conta do crime.
Quando Nixon fechou a janela do ouro, em 1971, os EUA puderam ter toda a dívida e todo o Dinheiro Fiat para causar o caos na América Latina. No final das contas, o Dinheiro Fiat americano se tornou a melhor ferramenta para o terrorismo internacional e saquearem países. Deste modo, Kissinger também se aproveitou para dar o golpe no Chile e instalar Pinochet no poder em 1973.
A situação social dos hermanos hoje se tornou tão séria que o governo deve agir primeiro nesse sentido. Por isso, o pacote do presidente Fernandez chamado de “solidariedade ética”, vem para acabar com a pobreza e a miséria no país. Para resolver esses problemas, o ministro da economia Martín Guzman está tentando reviver o crescimento econômico do país, e aumentar a produção no setor de exportação.
Ele argumenta contra despejar o dinheiro do FMI para atender aos títulos da Argentina, e implementar o esquema de austeridade da organização. Segundo ele, o programa do FMI não funciona enquanto o aprofundamento das políticas de austeridade está apenas levando a uma grande recessão.
RG15/O Impacto