Naufrágio Anna Karoline III – 22 mortes confirmadas e treze desaparecidos
A Polícia do Amapá investiga a suspeita de que a embarcação Anna Karoline III, naufragada no sábado (29), no rio Jari, carregava mais carga que o permitido. O naufrágio se deu na travessia de Santana, no Estado do Amapá, com destino a Santarém, no Pará. Um inquérito policial foi aberto na segunda-feira (20, no Amapá, visando identificar a causa do acidente que vitimou 22 pessoas, resultou no desaparecimento de 13 e no resgate de 49 até a noite desta terça-feira (3). A empresa de navegação Erlon Rocha Transportes, sediada em Santarém, no oeste paraense, é dona do navio, está sendo investigada no caso. A empresa informou em nota à Imprensa que a embarcação estava alugada. Não havia uma lista oficial de passageiros e cargas, de acordo com o Ministério Público do Estado do Pará.
No entanto, o Ministério Público do Amapá vai investigar a empresa. O promotor de Justiça, Anderson Batista, disse ter recebido a informação de que a empresa teria sublocado a embarcação, mas isso não exclui a responsabilidade civil decorrente do sinistro. A pessoa que alugou a embarcação deverá ser ouvida pela Polícia ainda nesta semana (4).
Sem autorização
O navio Anna Karoline III não tinha autorização para operar no trecho do acidente, ou seja, entre Santana (AP) e Santarém (PA), segundo informou a Agência Nacional de Transportes Aquaviários. A Agência também informou que a embarcação tinha capacidade de carga para transportar 89 toneladas. Não há informação sobre o número exato de passageiros a bordo, porque a embarcação fazia paradas para embarque e desembarque de pessoas durante a travessia.
A Polícia do Amapá está de posse de um vídeo no qual aparece grande quantidade de carga abarrotando a embarcação, inclusive, com imagens de um suposto vazamento de água no navio, o qual se daria em função do excesso de peso.
O vídeo foi incluído no inquérito policial. O delegado Vítor Crispim informou que uma testemunha disse ter embarcado 110 toneladas de açúcar na véspera da viagem. A Polícia atua para esclarecer se houve, de fato, um excesso de carga a bordo da embarcação, resultando no naufrágio.
O comandante da embarcação informou que havia aproximadamente 60 pessoas a bordo do navio, mas testemunhas relatam cerca de 80 passageiros. Os números informados pelo comandante, no entanto, destoam dos resultados dos resgastes que estão sendo feitos na localidade. Os números já ultrapassam os dados fornecidos pelo comandante do Ana Karoline III.
O barco de médio porte tinha capacidade para 242 passageiros. A embarcação, que fazia a linha Amapá-Santarém, tinha registro junto às autoridades marítimas e se deslocava para o município de Santarém, no oeste do Pará. O navio de Santana por volta 18h de sexta-feira, 28. O naufrágio teria ocorrido por volta de 5h da madrugada de sábado, após uma forte tempestade. O barco possuía janelas de vidro que estavam fechadas no momento do acidente. Por conta disso, muitos passageiros ficaram presos dentro da embarcação na hora do naufrágio.
ESTRUTURA
O Governo do Amapá informou que montou duas centrais de Acolhimento e Apoio: uma em Santana, no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), e outra em Macapá, na sede da Politec, onde os corpos chegam e devem passar identificação e liberação para funeral. Ambos reúnem assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros. O Governo do Amapá pede que familiares das vítimas procurem os locais de acolhimento para passar informações que ajudem na identificação dos corpos resgatados.
O estado do Amapá também tem o apoio da prefeitura de Macapá, que disponibilizou 25 urnas funerárias para o sepultamento das vítimas, e prefeituras de Santana e Laranjal do Jari, que ajudam nas buscas e atendimento às famílias de vítimas.
A estrutura montada pelo Governo do Amapá para resgate de sobreviventes, buscas por desaparecidos e translado de corpos conta com 5 aeronaves: 2 do Grupo Tático Aerotransportado (GTA) do Amapá, 2 cedidas pelo Executivo paraense; e um helicóptero de grande porte da Marinha do Brasil. Duas embarcações também dão suporte: uma do Corpo de Bombeiros do Amapá e outra da Marinha. Mais de 50 militares trabalham na operação, incluindo policiais militares do Amapá e Pará, Marinha e Corpo de Bombeiros dos dois estados. Entre o efetivo estão 18 mergulhadores, 9 do Corpo de Bombeiros do Amapá e 9 do estado do Pará.
Os governos do Amapá e Pará definiram que todos os corpos encontrados passarão pelo processo de identificação na sede da Politec, em Macapá, por ter a estrutura mais próxima do local do naufrágio. Os corpos que forem liberados serão transladados ao local de destino.
Fonte: O Liberal
Não chamo isso de acidente, mas , de crime.
Morrei em Santarém até 1993, quando mudei para sp, sempre acompanhamos estes crimes contra as pessoas que precisam ultilizar este popular meio de transportes. Vejamos:
O navio não tinha autorização – segundo a reportagem,
Se não tinha autorização, por estava em navegação? Capitão dos portos deve responder , no mínimo , por prevaricação.
Desde minha época no Pará , ouço que não tem pessoal para fiscalizar ,
Enquanto estes crimes não chegarem até alguns CPF,s vamos continuar a ver crimes contra nosso povo.
Uma lástima!!!!