Artigo – Uma semana de surpresas novas, e de não tão novas assim
Por Oswaldo Bezerra
Esta semana que está se encerrando nos trouxe muitas novidades. Por exemplo, a descoberta da presença do corona vírus no Brasil desde novembro do ano passado, feita através pela pesquisa da UFPR. Fato que pode fazer com que muitas pessoas que queriam levar a China aos tribunais pelo Covid-19 repensem suas ideias.
No entanto, o que mais surpreendeu foram as novidades velhas. Finalmente fatos novos demonstraram que o FBI e o Departamento de Estado Norte-Americano estiveram por trás da operação “Lava Jato”. O que todo mundo já sabia.
O fato novo foi trazido pela Vaza Jato (série de informações confidenciais reveladas ao público divulgadas por cidadão norte-americanos que trabalham em órgãos de espionagem nos EUA) que apontou a cooperação ilegal entre EUA e a Lava Jato, com divulgação de 13 agentes do FBI que atuaram na operação que destruiu não só a democracia brasileira e a soberania nacional mas principalmente focou na destruição da indústria brasileira (Link 0).
O problema é que foi uma parceria ilegal. Toda esta ilegalidade foi demonstrada nos diálogos entre os então procuradores Deltan Dallagnol e Vladimir Aras vazadas pelo site Intercept. Nesses diálogos também se caracteriza que a Lava jato se tornou um poder paralelo sob o comando dos EUA.
Dos três aparelhos de interceptação telefônicas (guardiões) compradas pela Lava Jato dois sumiram. Grande parte das gravações foram apagadas já no ano passado. Com esta informação, o ministério publico junto com o TCU pediu investigação a Lava Jato sobre irregularidade na distribuição de processos e o desaparecimento dos guardiões. Esta denúncia é gravíssima e deve ser investigada.
Mais grave ainda é o domínio do FBI e do Departamento de Estado dos EUA comandando a PF e a Lava Jato através de investimentos. Parceria esta que promoveu espionagem com grampos de presidentes da república do Brasil e hackeamento das nossas principais empresas brasileiras. Tudo isso sob o comando da agente do FBI Leslie Backchies . Leslie Backchies criticou o Brasil por corrupções na Petrobras, mas nunca conseguiu enxergar a corrupção de empresas de petróleo dos EUA.
A Petrobras foi obrigada pela Lava Jato a pagar US$ 2,95 bilhões a cidadãos e empresas norte-americanos que se sentiram “lesados” com a gestão da empresa, o que, convertido para o câmbio de hoje, significa quase R$ 10 bilhões.
A multa de R$ 2,5 bilhões paga pela Petrobras ao governo dos Estados Unidos foi desviada do Tesouro para um fundo gerido pelo Ministério Público Federal (MPF) que ficaria a cargo dos principais personagens da força-tarefa da Lava Jato. O ministro Alexandre de Moraes tirou 1,6 bilhão da Lava Jato para o combate do corona vírus. Desfalcou deste modo a pretensão de uso eleitoral dos fundos da Lava Jato, do qual Moro se candidata a presidente.
Por falar em Moro, outra novidade velha se mostrou nesta semana. Foi o caso do Banestado, hoje o atual Itaú. Para relembrar o caso, a falcatrua do Banestado (Banco do Estado do Paraná) ocorreu há 20 anos, consistia em que todos os doleiros brasileiros, aproveitando da fronteira do estado com o Paraguay, depositavam dinheiro em uma agência no Brasil e retiravam em uma agência no Paraguay. O dinheiro retirado no Paraguay eram retirados e enviados para contas CC-5 nos EUA.
Na época o juiz responsável pelo caso era o Sérgio Moro. Moro prendeu quase todos os doleiros do Brasil, menos Alberto Youssef. Sim, é o mesmo Alberto Youssef que deu início delação premiada na Lava Jato, e que havia se tornado o monopolizador das operações de doleiros, pois seus concorrentes foram presos.
Muitos nomes famosos, tidos como honestos, foram desmascarados e o vazamento de informações causaram raiva em políticos. Foi o caso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que considerou o vazamento de informações sobre operações bancárias em poder da CPI do Banestado, incluindo familiares do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), como grave. Do crime em si ele não achou que havia nenhuma gravidade. Depois foi descoberto que a própria família do Sarney estava envolvida e nomes importantes como Luis Roberto Barroso, Márcio Thomaz Bastos, Daniel Dantas e Lemman supostamente estariam na lista do CC-5 que nunca foram totalmente divulgadas.
Abaixo seguem as CC-5 do Banestado, publicadas 30 anos depois:
– BANESTADO – CC5 – VOLUME III
Esta ligação entre o Banestado e a Lava Jato demonstra o início da atuação do chamado Deep State (uma espécie de máfia de servidores públicos de serviços secretos norte americanos que tentam governar os EUA acima de funcionários públicos eleitos), provocando golpes e destruindo economias mundo afora par favorecer empresas de seu país. Ação esta que fez o Brasil a se tornar exemplo, nas escolas de Relações Internacionais, de como é fácil promover um golpe através de guerra jurídica (lawfare).
RG 15 / O Impacto