Artigo – Trump diz que venceu, mas vencer depende do significado do que é vitória
Por Oswaldo Bezerra
Na madrugada de hoje Donald Trump disse que “ganhou” a eleição presidencial dos EUA. Ele pode ter ganhado porque não a perdeu. Em uma metáfora insurgente clássica, ele pode corretamente alegar ter sido um presidente guerrilheiro, mesmo quando muitas vezes agia mais como um gorila truculento.
O poder do Deep State (profundo estado americano, uma máfia formada por funcionários públicos da área de segurança) e os níveis sem precedentes de escoriação, ódio das classes liberais, da imprensa, das Big Tech não conseguiram quebrar Donald Trump. Nem o golpe do Russiagate de quatro anos, o falso impeachment ou o Relatório Mueller também tentaram, mas falharam.
Praticamente todos os comentaristas na América ficaram atônitos. Não ocorreu “onda azul” (enxurrada de votos para os Democratas. O partido do presidente, é o que o partido realmente é, ganhou cadeiras na Câmara e a virada dos democratas no Senado foi muito rasa. Até os mais baixos dos homens do presidente, Lindsey Graham e Moscow Mitch McConnell, triunfaram puxado pela gravidade de Trump.
A aposta democrata de colocar, pela segunda vez consecutiva, o único candidato que poderia perder para Donald Trump fracassou, aconteça o que acontecer a seguir. O centrismo não é a mão vencedora contra o populismo de direita. Algo que os partidos do Brasil devem aprender e rápido.
Neste caso, os Democratas que são representados pela figura de um burro já deviam saber. Mesmo assim tentaram a mesma coisa novamente e esperaram por um resultado diferente é, de fato, uma definição de burrice.
A conferência de imprensa de Trump foi descarada e ele reivindicou vitória e fraude. Foi exatamente o que um populista de direita faria. Ele sincronizou o exato momento, quando houve o inexplicável abandono da contagem da noite, para protestar. Trump pode até ser um idiota, mas com certeza não é burro.
Seu voto subiu desde 2016. O suposto “racista” parece ter obtido mais apoio entre as “comunidades de cor” do que da última eleição, ganhou mais votos dos homens negros. Foi vendido pela imprensa como sexista vulgar, mas obteve mais votos das mulheres. O homem que “enjaulou” crianças latinas na fronteira viu seu voto aumentar entre latinos e latinas.
Na verdade, o voto de Trump é maior entre todos os grupos demográficos de gênero e etnia, exceto homens brancos. Supostamente, as mesmas pessoas que ele imagina ter ganhado o voto com cada arroto movido a Coca.
Ele triplicou sua votação na Flórida e venceu confortavelmente no Texas e em Ohio, onde a aristocracia destruída afirmava que o oposto aconteceria. Parece óbvio que os liberais-centristas da América não conhecem bem seu país. Os salões políticos da costa leste e oeste estão decadentes.
Foi um homem que presidiu a catástrofe do coronavírus, governa agora um turbilhão de desempregos em massa, pobreza em massa e níveis extremos de fome e falta de moradia, de alguma forma venceu. Depende, ainda assim, do que você entende por “vitória”.
Em direção à Suprema Corte, e em toda velocidade, pois agora ela está entulhada, até o talo, de juízes conservadores. É o suficiente para um candidato republicano, mesmo sem o zigomático maior e menor (músculos do sorriso), pôr-se a sorrir.
RG 15 / O Impacto