Artigo – “55 pessoas têm R$ 176 bilhões em riqueza”. “188 milhões de pessoas não cobrem uma despesa extra de R$ 1.400”.
Por Oswaldo Bezerra
A pandemia COVID fez com que o fosso entre os ultra-ricos e, o restante de nós, ficasse maior do que nunca. Graças às políticas hiperinflacionárias do Governo Federal para ajudar nossos exportadores.
Os preços das ações dispararam a níveis sem precedentes nos últimos meses. Os bancos tiveram lucros recordes. Isso empurrou a riqueza dos super-ricos a alturas vertiginosas, mas para o resto do país 2020 foi um pesadelo absoluto.
Uma pesquisa descobriu que 2020 foi um “desastre financeiro pessoal” para 71% de todos os brasileiros. Mais de 716.000 empresas fecharam definitivamente no ano passado, os brasileiros sem trabalho formal somaram 64 milhões. Foram mais de um milhão de demitidos só durante a pandemia. Milhares de famílias enfrentaram o despejo. Mas, embora estejamos atolados na pior crise econômica da história do país, aqueles que estão no topo da pirâmide econômica estão rindo a toa.
Hoje no Brasil, 50 bilionários possuem R$ 176 bilhões em riqueza. Enquanto isso 64 milhões de pessoas não tem nem uma renda de um salário mínimo (R$ 1045) para sobreviver.
Não há nenhum problema com pessoas ganhando riqueza trabalhando muito duro e fazendo da sociedade um lugar melhor no processo. O problema é que a maioria das pessoas, no topo da pirâmide, econômica só aumentou sua riqueza, em 2020, porque a nossa política equivocada proporcionou a abertura da mangueira de fazer chover quantias obscenas de dinheiro sobre elas.
Como resultado das políticas profundamente falhas, implementadas por causa da pandemia COVID, a diferença entre “ganhos em ativos financeiros e a saúde da economia” foi a maior já registrada na história.
Como os índices do mercado de ações encenaram uma recuperação em relação às baixas observadas em março, quando a pandemia começou, a lacuna entre ricos e pobres estendeu uma tendência já crescente só que em proporções históricas.
Um relatório do BofA Global Research publicado na sexta-feira observa que uma medida do diferencial entre os ganhos em ativos financeiros e a saúde da economia atingiu um recorde de 6,3 vezes em 2020. O mercado de ações se separou completamente da realidade econômica.
Enquanto escrevo este artigo, o índice Ibovespa está acima de 12.000, e isso é um absurdo. Mesmo que caísse para 6.000, ainda estaria supervalorizado. Enquanto isso, uma nova pesquisa descobriu que 88% de todos os brasileiros não “seria capaz” de cobrir uma despesa inesperada de R$ 1.400 . Apenas 12% dos americanos seriam capazes de cobrir uma despesa inesperada de R$ 1.400. De acordo com o Google, a população atual do Brasil é de 209,5 milhões e 88% desta população é de 184 milhões.
São cerca de 184 milhões de brasileiros que mal conseguem sobreviver. Isso levando em conta que para ter mínimas condições de sobrevivência, um salário mínimo deveria ser de R$ 5.000, segundo o DIEESE.
A recuperação em V prometida por Paulo Guedes parece estar longe da realidade. A recuperação de 2021, possivelmente, não recuperará as perdas de 2020. Uma pesquisa da CNI mostra que 2 de cada 3 brasileiros não acreditam em rápida recuperação econômica do país.
Infelizmente, aqueles que estão pessimistas sobre como a economia do Brasil terá um desempenho em 2021 estão certos.
Claro, não são apenas os consumidores que estão preocupados com o ano que se inicia. O otimismo das pequenas empresas também está caindo. O Brasil caiu 10 posições no ranking que analisa otimismo de empresários.
Os brasileiros geralmente tendem a ser bastante otimistas sobre o futuro, mas olhando para o futuro simplesmente não há motivos para serem otimistas sobre a economia do Brasil em 2021.
A pandemia COVID continua a piorar ainda mais, novos bloqueios deverão ser instituídos em todo o país, nosso governo federal está em um estado de caos e haverá inevitavelmente agitação civil, com o fim do Auxílio Emergencial.
A politicagem com a vacina só faz piorar a situação. Ter um Ministro da Saúde que demonstra incompetência gerou críticas até do presidente da República.
Além disso, haverá, sem dúvida, algumas surpresas inesperadas adicionais que a maioria das pessoas não está antecipando. Um programador em San Francisco chamado Stefan Thomas é o orgulhoso proprietário de 7.002 Bitcoin (R$ 1,5 bilhão), mas ele não pode acessar sua fortuna porque esqueceu a senha. Ele só tem mais duas tentativas antes de ser bloqueado permanentemente.
Mesmo deixando de lado as perspectivas de longo prazo para a criptografia, a mensagem principal dessa história de terror é que, assumir as finanças digitais nas próprias mãos, é um grande risco se você não conseguir gerenciar suas senhas.
Você pode imaginar como se sentiria se isso acontecesse com você? Infelizmente, pode-se argumentar que, essencialmente, a mesma coisa está acontecendo com nossa nação. Somos um país com grande riqueza, as sobras de caixa dos bancos, em vez de estar patrocinando nossa recuperação econômica, está presa no banco central aumentando a riqueza apenas dos 50 bilionários brasileiros.
O Brasil, que já foi a 6ª economia do mundo, parece ter esquecido a senha para a prosperidade de todo o povo. Não temos mais a senha para mudar isto.
RG 15 / O Impacto