MPF apura causas para água esverdeada e com cheiro forte em rio de Barcarena (PA)
As causas para a água esverdeada e de cheiro forte que nas últimas semanas vem sendo detectada em maior intensidade no rio Pará, no nordeste paraense, estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
A partir de informações enviadas por moradores de comunidades de Barcarena, o MPF instaurou procedimento e solicitou análises ao Instituto Evandro Chagas (IEC) no final de janeiro. O instituto coletou amostras de águas das praias do Caripi, Itupanema, Conde e Beja, e do entorno do porto da Vila do Conde, em Barcarena, e na última semana apresentou nota técnica sobre os resultados da coleta.
Os pesquisadores do instituto vinculado ao Ministério da Saúde informam que a mudança de coloração e o surgimento de uma espécie de pasta verde na água ocorrem pela multiplicação excessiva de microorganismos chamados de cianobactérias, também conhecidos como algas azul-esverdeadas. Nas amostras coletadas pelo IEC, a densidade de cianobactérias estava até 22 vezes acima do limite estabelecido pela legislação sobre qualidade de água.
Os cientistas apontaram ainda que essa substância pode provocar irritação da pele humana e é imprópria para banho e consumo. A água não deve ser usada mesmo que seja filtrada ou fervida. Outro risco provocado pelo aumento excessivo – a chamada floração – de cianobactérias é a redução do oxigênio na água, o que pode acarretar mortandade de peixes.
Atuação conjunta – Em reunião promovida pelo MPF no último dia 25, instituições ambientais e sanitárias foram chamadas a atuar de maneira integrada para monitorar a intensidade das florações, medir os riscos e buscar evitar ou reduzir novas ocorrências do fenômeno, incluindo a realização de fiscalizações de campo para identificação de fatores causadores da proliferação excessiva de microorganismos.
Para a reunião em que o IEC apresentou os resultados, foram convidados pelo MPF representantes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), da Secretaria de Estado da Saúde (Sespa), e das Secretarias de Saúde e de Meio Ambiente dos municípios de Barcarena, Abaetetuba, e Ponta de Pedras.
Nos próximos dias, o IEC deve apresentar ao MPF e demais instituições a avaliação sobre se as cianobactérias estão ou não expelindo essas substâncias tóxicas na água.
RG 15 / O Impacto com informações do MPF