Indígenas realizam caminhada em Brasília por demarcação e contra a mineração e o agronegócio em suas terras

Concentração se inicia a partir das 9h30 da manhã, em frente ao Museu Nacional; caminhada com distanciamento segue pela Esplanada dos Ministérios

Indígenas dos povos Xerente, Krahô, Krahô Takaywra, Xokleng, Kaingang, Terena, Guarani e Kaiowá, Kinikinau, Munduruku, Tupinambá e Arapium realizam uma caminhada pela Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (20), em Brasília, em defesa de seus territórios e direitos constitucionais e contra os projetos de exploração de suas terras pela mineração e pelo agronegócio.

Em especial, os indígenas manifestam-se contra o Projeto de Lei (PL) 191/2020, apresentado ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro, que pretende legalizar a mineração dentro das Terras Indígenas (TIs). Participam da mobilização povos de seis estados: Tocantins, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará.

Como ocorreu nas manifestações realizadas nesta segunda-feira, serão adotadas medidas de proteção sanitária: uso de máscaras e distanciamento durante a caminhada. Todos os indígenas que participam da atividade já foram imunizados com duas doses de uma das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 e realizarão uma quarentena quando retornarem aos seus territórios e regiões.

A previsão é que os indígenas se concentrem em frente ao Museu Nacional a partir das 9h e sigam em direção ao Ministério da Justiça, onde realizarão um ato, passando também pelos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.

No Ministério da Saúde, os povos pretendem chamar a atenção para o descaso na atenção às suas comunidades, duramente afetadas pela pandemia, que já contaminou mais de 50 mil indígenas, causou mais de mil mortes e afetou mais de 160 povos originários, segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

No ministério do Meio Ambiente, a intenção é denunciar não apenas o descaso, mas também os incentivos concedidos pela pasta à prática de crimes ambientais, incentivados pelo próprio ministro – inclusive dentro de terras indígenas, como no caso do garimpo e da extração de madeira.

O Ministério da Justiça, por fim, é a pasta a qual está vinculada a Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pela demarcação das terras indígenas, paralisada e desfigurada sob o governo Bolsonaro, e pela fiscalização de combate às invasões nos territórios, inoperante na atual gestão.

 

RG15/ O Impacto

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