Artigo – Competição é bom ou ruim? Para o desenvolvimento tecnológico é ótimo!
Por Oswaldo Bezerra
O principal dogma do capitalismo é a competição. Competição faz parte do verdadeiro e sólido liberalismo. Claro, o mundo todo caminhou para o neoliberalismo e agora caminhamos para o ultra neoliberalismo que em nada tem a ver com competição e sim com monopólio. Afinal de contas, competição é bom ou ruim?
No sentido positivo ela pode nos estimular e nos desenvolver; até mesmo na competição consigo mesmo. A competição positiva estimula, por exemplo, os esportes; as olimpíadas acadêmicas e diversos concursos; desde o bolo de laranja até a Justiça.Um dos aspectos mais importantes da competição é o desenvolvimento tecnológico.
Um dos problemas da competição, sobretudo hoje em dia que parece que ela é mais acirrada; é que há muitíssimos mais perdedores do que ganhadores, e não haveria de ser de outra forma. Há uma espécie de pirâmide onde poucos estão no topo.
Quando a China anunciou que nos próximos 5 anos investiria a bagatela de 1,4 bilhões de dólares causou enorme preocupação aos EUA (Link 1). Os EUA não deixaram barato e anunciaram que vão investir em tecnologia no mesmo patamar Chinês.
O Senado dos EUA aprovou mais de US$ 200 bilhões em financiamento para ajudar as empresas locais de tecnologia a enfrentar a concorrência da China, em uma disputa cada vez mais intensa em meio a uma escassez global de microchips.
Este é um dos poucos projetos de lei sendo negociados no chamado espírito bipartidário norte-americano, visto que tanto democratas quanto republicanos o apoiam.
Do total, cerca de US$ 120 bilhões vão para o desenvolvimento de Ciência e Tecnologia e cerca de US$ 53 bilhões para Pesquisa e Produção de chips semicondutores, entre outros.
O projeto foi aprovado em meio a uma luta crescente entre Washington e Pequim pelo domínio tecnológico global e uma escassez de semicondutores que atingiu os fabricantes de automóveis, eletrodomésticos e telefones dos Estados Unidos.
Certa vez, quando eu trabalhava com equipamentos geofísicos de perfilagem, prestando serviço para a Petrobras, minha companhia foi chamada para uma plataforma em alto mar. Lá, percebi que havia outra empresa que era concorrente da empresa em que eu trabalhava já executando o serviço. Perguntei ao fiscal da sonda por que Petrobras desenvolveu esta estratégia.
O Fiscal me explicou que estava usando a estratégia da cenoura para competição. Ele afirmou que um coelho corre bastante com uma cenoura a sua frente o estimulando. Contudo, disse ele, se a cenoura ficar atrás ameaçando sua parte íntima o coelho correria mais. A presença da em presa que eu trabalhava estimularia a concorrente em não falhar e perder o contrato.
Esta intensa competição moderna nos trará alguns ganhadores e maravilhas tecnológicas, sem dúvida. O problema é que criará muitos perdedores. Assim como os humanos são intensamente afetados pela competição no que se refere a doenças psicológicas, os países perdedores terão suas economias esfaceladas.
Um avanço tecnológico global mais intenso da história está por vir. O que nos causa imensa preocupação é que o Brasil nunca investiu tão pouco neste setor como agora. Isso vai nos empurrar cada vez mais em direção ao “sítio”, ao desemprego, a desigualdade social, a violência e a falta de soberania.
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RG 15 / O Impacto