Mulher é presa por esquartejar o marido ainda vivo e concretar o corpo no chão da cozinha
A mulher de 62 anos foi presa na última terça-feira (31) acusada de matar, esquartejar e concretar o corpo do marido no chão da cozinha. O caso aconteceu em em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte (MG), e deixou parentes e vizinhos do casal chocados pela frieza com que o crime foi cometido. Dilson Bicalho, de 55 anos, estava desaparecido desde o dia 11 de agosto. Uma das irmãs dele chegou a procurar a polícia e registrou um boletim de ocorrência no dia 21. Foi a partir de uma denúncia anônima e de pesquisa nos registros da segurança pública do estado que a Polícia Civil chegou até a casa da vítima e descobriu a trama macabra.
Na residência do casal, chamou a atenção dos policiais um retângulo de concreto no quintal com terra que parecia ter sido mexida. Os agentes chegaram a escavar, mas nada encontraram. Foi durante a revista nos cômodos da casa que uma das investigadoras notou que, sob uma mesa, entre a pia e a geladeira da cozinha, havia um pequeno retângulo de concreto fino, com aparência de ter sido colocado recentemente e feito com material e pintura destoantes do resto do piso. Além disso, havia um odor não muito agradável no ambiente.
Com o auxílio de uma equipe do Corpo de Bombeiros, a polícia decidiu escavar o local, ao pé da parede da cozinha. A partir daí o mau cheiro foi se intensificando até que os agentes toparam com um volume que parecia um saco. Dentro dele estava o corpo da vítima, esquartejado e coberto por cal. A perícia encontrou lesões no coração e próximo dele, compatíveis com um objeto pontiagudo, como uma faca, além de uma fratura de grande extensão na base do crânio.
De acordo com o delegado que conduz o caso, Fábio Werneck, o exame pericial mostrou que havia reação vital em algumas partes do corpo para esquartejamento. O que significa que, quando os cortes começaram a ser feitos, a vítima ainda estava viva, provavelmente agonizando. A suspeita é de que um serrote teria sido usado para cortar o corpo em pedaços. Pela idade e porte físico da acusada, que não teve a identidade revelada, a polícia não descarta a possibilidade dela ter tido ajuda de uma terceira pessoa.
“A investigada acompanhou todo o trabalho dos policiais muito fria, muito tranquila, não derramou uma lágrima. Ela apresentou diversas versões conflitantes entre si e com os relatos que nós tínhamos de familiares e vizinhos, e acabou sendo conduzida e presa em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver”, informou o delegado.
Fábio Werneck também revelou que, durante as buscas nos registros de segurança pública, foi encontrado um boletim de ocorrência do ano de 2012 por atentado contra a vida de Dilson Bicalho. A acusada, mais uma vez, foi a companheira, que teria colocado soda cáustica em uma garrafa d’água que estava na geladeira. Ao ingerir a água, a vítima foi parar no hospital e a mulher foi presa.
Após 90 dias, ela foi solta e retornou para o convívio com a vítima, que desde então foi bem tumultuado. Há relatos de ameaças, de separação de corpos – os dois não dormiam mais na mesma cama – e de conflitos permanentes. Testemunhas relataram que a convivência entre o casal, que estava junto há 30 anos, era ruim e que a esposa não gostava de Dilson.
“Além disso, há informações de que a vítima teria contraído um empréstimo no valor de R$ 8 mil para custear uma cirurgia para câncer de próstata. E uma das razões da acusada para o crime seria essa, pois ela pretendia se apossar desse dinheiro”, disse o delegado.
Fonte: O Liberal