“Urina preta” – Técnicos da Sespa apoiam monitoramento de casos suspeitos em Santarém

Equipes da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) estão acompanhando todos os casos notificados e em investigação sobre a doença de Haff – conhecida como “urina preta” – em Santarém, no oeste do Pará. O trabalho conta com a parceria das equipes do 9º Centro Regional da Sespa e da Secretaria de Saúde de Santarém, que prestam também suporte às investigações iniciadas na terça-feira (05) por três técnicos do Ministério da Saúde (MS) destacados para atuar no município.

O objetivo das equipes é o de investigar possíveis agentes causadores da doença, a partir das amostras coletadas dos alimentos consumidos, bem como de material biológico das pessoas que apresentaram sintomas da doença.

“O trabalho também envolve estudar o comportamento das pessoas que estiveram perto dos doentes e observar a ocorrência de possíveis novos casos”, explica a diretora de Epidemiologia da Sespa, Daniele Nunes.

O grupo de trabalho em ação em Santarém também conta com o apoio com técnicos dos Departamentos de Vigilância Sanitária e Ambiental da Sespa e do Instituto Evandro Chagas (IEC).

 “É uma investigação criteriosa, detalhada, mas assim que estivermos com as respostas, estaremos divulgando, no sentido de propor ações que objetivem minimizar os impactos da síndrome sobre a população local”, explica Veronilce Borges, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) da Sespa.

As ações em Santarém fazem parte de uma série de medidas adotadas pela Sespa, como a quarta nota técnica emitida em setembro pela Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), para orientar os profissionais das secretarias municipais quanto à notificação, investigação e coleta de amostras para casos suspeitos de doença de Haff no Pará. Além disso, a Sespa também lançou uma cartilha voltada para a população com orientações para a prevenção da doença. A publicação pode ser acessada pelo link: https://www.agenciapara.com.br/midias/anexos/31855A_vigilancia-sanitaria-cartilha-sindrome-de-haff_1.pdf

Sintomas 

Os sintomas da doença costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo de pescado ou crustáceos e se manifestam por meio de rigidez muscular repentina, dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina cor de café – resultado da necrose dos músculos. Com o aparecimento desses sintomas, a Sespa recomenda que a população deve procurar imediatamente uma unidade de saúde.

O prognóstico de recuperação costuma ser favorável se as medidas forem instituídas em tempo oportuno. Os sintomas começam a melhorar a partir de 24 horas e as dores, geralmente, desaparecem em até 72 horas. Contudo, a Sespa recomenda imediato acompanhamento médico, mesmo em pacientes que não apresentem comorbidades.

No momento, o Cievs da Sespa investiga 17 casos suspeitos da síndrome de Haff no Pará, sendo 09 em Santarém, 03 em Juruti, 02 em Almeirim, 02 em Belém e 01 em Trairão. Os exames sanguíneos e de urina dos casos suspeitos foram encaminhados, por meio do Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen), para laboratório de referência fora do Estado.

Por isso, a Sespa continua aguardando a conclusão dos resultados e, enquanto isso não acontece, o tratamento dos pacientes pode prosseguir com acompanhamento médico, assim como as ações de vigilância, notificação e monitoramento, que devem ser adotadas pelas Secretarias Municipais de Saúde.

RG 15 / O Impacto com Agência Pará

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