Auxílio emergencial e bolsa família: fim dos pagamentos levará milhares de pessoas à fome

Por Thays Cunha

Embora sejam criticados por algumas pessoas, geralmente aquelas que deles não necessitam, os auxílios financeiros pagos pelo governo para a população mais pobre é o que muitas vezes separa uma família da fome e da miséria extremas. Os valores não são altos, substanciais e nem mesmo capazes de segurar todo o sustendo de uma casa, no entanto, apesar de pouco faz toda a diferença na vida dos cidadãos que os recebem, principalmente nesse momento de crise pelo qual estamos passando, fato piorado com o agravamento da pandemia do novo coronavírus.

O Auxílio Emergencial, criado em 2020 para atenuar os impactos econômicos aos trabalhadores que ficaram sem renda durante a pandemia, e o Bolsa Família, “programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País”, chegaram em alguns momentos a serem os únicos subsídios com os quais muitas famílias podiam contar para se alimentar.

Porém, o fim iminente desses pagamentos sem que haja uma solução substitutiva sólida e imediata vem gerando muita preocupação. O Auxílio Emergencial pagou a sua última parcela no início de novembro para 22 milhões de brasileiros, sem que fosse anunciada uma renovação, apesar da crise. E em meio a isso também foi divulgado o fim do Bolsa Família, que seria substituído por um outro programa, o Auxílio Brasil, porém a notícia não foi tão tranquilizadora uma vez que nem todos os beneficiários do Auxílio Emergencial irão ser contemplados pelo novo programa social.

O Auxílio Brasil promete pagar R$ 400 mensais até o fim de 2022, por isso vem recebendo críticas ao ser visto como proposta eleitoreira, pois não tem nenhuma previsão de continuação depois desse prazo, ao passo que o Bolsa Família já estava há anos consolidado. Além disso, essa proposta improvisada ainda não tem pontos básicos definidos, como, por exemplo, quais os critérios de inclusão das famílias, se ele pagará mesmo o que está sendo prometido e de onde sairá esse financiamento.

Conseguir participar do novo Auxílio Brasil não parece ser tarefa fácil. O programa será limitado aos já inscritos no CadÚnico, que já tem uma fila de 1,2 milhão de pessoas que desejam entrar. Além do mais, novos cadastrados estão suspensos, ou seja, milhares de brasileiros podem não ser contemplados com o Auxílio Brasil mesmo que a ele tenham direito.

Assim, famílias necessitadas que antes recebiam ou o Auxílio ou o Bolsa Família temem ficar sem acesso ao novo programa, e sem essa ajuda muitos serão levados à fome e a miséria, vivendo em situação de total desamparo. Com o preço dos alimentos aumentando cada vez mais, a renda da população mais vulnerável tende a encolher, e os impactos em longo prazo poderão ser catastróficos.

RG 15 / O Impacto

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