Governador do Tocantins teria usado máquina do Estado para investigar suposta infidelidade
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, afastado no mês passado, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, teria utilizado a máquina estatal para investigar suposta infidelidade da primeira dama, Fernanda Mendonça Carlesse. É que aponta a íntegra do inquérito que levou ao afastamento do governador por 180 dias, por corrupção. Ele também é acusado de outras irregularidades. As informações foram divulgadas pela revista Veja.
Carlesse foi apontado como chefe de uma quadrilha que desviou R$ 44 milhões dos cofres do estado. Segundo as investigações, durante a pandemia, os hospitais autorizados a atender o plano de saúde dos funcionários do estado eram instados a pagar propina.
Porém, segundo o inquérito que levou ao afastamento, além das evidências de corrupção, a Polícia Federal apurou que Carlesse usava o aparato estatal para outros fins, como investigar e perseguir adversários. O deputado Vicentinho Júnior (PL-TO), por exemplo, teve os telefones interceptados clandestinamente e as informações colhidas foram parar em um dossiê apócrifo.
Mas entre as situações que mais chamam a atenção, uma está na esfera pessoal. Carlesse também teria colocado a polícia no rastro de um caso de traição envolvendo a primeira-dama, Fernanda Carlesse, de 35 anos. Em junho do ano passado, um promotor de eventos de rodeio chamado Ernandes Araújo procurou os federais para pedir ajuda, após ter passado 11 dias na cadeia, acusado de uso e tráfico de drogas. O rapaz alegou que tinha sido vítima de um flagrante forjado.
Dias antes da prisão, Ernandes foi apontado como autor de um vídeo postado na internet que revelava um caso amoroso entre a primeira-dama e o vaqueiro Welisson Barbosa de Souza. O vídeo mostrava fotos íntimas de Fernanda e cópias de mensagens que ela trocou durante um bom tempo com o suposto amante através de um aplicativo.
A PF acrescentou mais essa situação ao rol de denúncias contra o governador — e, depois de meses de diligências, comprovou que o rapaz estava dizendo a verdade. Imagens de câmeras de segurança mostravam um carro a serviço do Departamento de Inteligência da polícia do Tocantins parado nas proximidades da casa de Ernandes às vésperas do flagrante. Além disso, a casa do promoter foi invadida no mesmo dia, certamente para “plantar” a droga. E nenhuma das autoridades estaduais conseguiu explicar de onde partiu a tal denúncia anônima.
Fonte: O Liberal
Foto: Reprodução