Santarém – Mercenário contratado por facção é condenado por morte de criminoso
“O mercenário, Pablo Oliveira (Pitbull), vítima Flávio Lessa (Cóia) e Elisvaldo Lobo (Roxo)”
Por Diene Moura*
O elemento identificado como Pablo Oliveira Neves, conhecido pela alcunha de “Pitibull’’ foi condenado há 24 anos de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe. A sentença proferida na manhã de terça-feira (24) na Comarca de Santarém também absolveu o condutor da motocicleta, Elisvaldo Lobo (roxo).
O titular da Delegacia de Repressão a Roubos, Gilvan Almeida, responsável pelo inquérito das investigações na época do crime, ocorrido no dia 21 de junho de 2020, na rua Santo Antônio, bairro Esperança, falou sobre o caso à TV Impacto.
“A investigação correu de forma linear, nós conseguimos capturar imagens de câmeras de segurança que mostraram o momento da ação. Essas imagens fazem parte do caderno investigativo que foi colocado à disposição do Poder Judiciário. Dentro das investigações, se apurou que o indivíduo de alcunha ‘Pitbull’ teria sido o executor dos disparos que mataram ‘Cóia’”.
O delegado disse ainda que o crime foi encomendado, pois Flávio Lessa teria uma pendência financeira com a facção criminosa, intitulada de Comando Vermelho (CV). “Foi um homicídio mercenário, pois ele foi contratado supostamente por integrantes de uma facção para que realizasse o homicídio da vítima ‘Cóia’, que era um indivíduo que tinha envolvimento com a criminalidade. Segundo apurado, está nos autos do processo, em virtude dessa dívida foi encomendado a morte dele”, ressaltou.
O condutor da motocicleta Elisvaldo Lobo (roxo), foi identificado e ouvido. Imagens de segurança utilizada para subsidiar as investigações, mostram Roxo conduzindo Pitbull na garupa de uma motocicleta e também saindo com o mercenário em rumo ignorado. Embora tenha negado os fatos e as investigação o apontarem como envolvido no crime, a Justiça decretou a absolvição do réu.
“Pelo que me recordo das investigações, Roxo teria contratado esse indivíduo (Pitbull), feito essa intermediação, conseguido inclusive a motocicleta para a prática do crime e seria possivelmente o piloto da motocicleta. Não me recordo muito bem dos detalhes das investigações, mas havia indicios que apontavam para a participação dele”, finalizou o delegado.
Com relação a morte do Cóia, o delegado destacou que mesmo que o elemento tenha uma ficha criminal, a lei vale para todos. “Mesmo que Cóia tenha tido uma vida pregressa criminosa, aqui não existe Estado paralelo, o Estado de direito é o responsável por aplicar a medida de Justiça”.
Natural de Macapá, Pitibull com apenas 20 anos, confessou ser autor do crime que ceifou a vida de Flávio Lessa e ainda relatou ser responsável por mais sete homicídios. Ainda menor, já teria praticado outros homicídios a mando da facção em sua cidade de origem. “Como ele executou a ação, demonstra total desvalor à vida, demonstra também uma certa semelhança com outros crimes que foram investigados com a participação dele”, finalizou o delegado.
O crime
Flávio de Sousa Lessa (Cóia), 31 anos, foi executado a tiros quando estava sentado, conversando com amigos na rua Santo Antonio situada no bairro Esperança.
A vítima segundo a família, estava trabalhando como açougueiro, em um ponto em frente da residência de sua família, situada no bairro Jardim Santarém. No dia do crime, informou aos familiares que estava com problema na motocicleta e iria se deslocar para consertá-la.
Imagens de câmeras de segurança mostram Pitbull chamando a vítima, quando o surpreende com vários tiros.
O Impacto