Buracos, mato e esgoto a céu aberto causam transtornos a moradores do Residencial Salvação

O prolongado inverno amazônico castigou diversos bairros de Santarém, deixando rastros de destruição. Em alguns locais, este período agravou os problemas já existentes, como: surgimento de buracos, lama, terrenos abandonados, esgoto a céu aberto, canos quebrados e acúmulo de lixo em áreas inapropriadas.

Os moradores do bairro Salvação vivem um cenário desolador, e são obrigados a trafegarem em vias com condições precárias, correndo risco de se acidentarem ou até mesmo, idosos e crianças caírem nos inúmeros esgotos à céu aberto. Na tentativa de amenizar o problema, populares apenas colocaram umas tábuas em cima do buraco, mas a medida é insuficiente comparada ao perigo que oferece aos transeuntes da rua 11 entre a Cardeal e Pirelli.

O denunciante, José de Jesus, fez diversos registros por fotos e vídeos, no bairro, relatando os problemas enfrentados durante anos. Dentre as reclamações, estão os terrenos abandonados com um matagal, o habitat favorito de vetores e de alguns moradores que utilizam o local para despejar resíduos domésticos.

“No cruzamento da Jaçanã com 28, entre Cardeal e Pardal, bem no canto há o início de uma construção inacabada. Ao lado só mato e sacas de lixo, entulho que as pessoas jogam aqui. Na Pardal e Talha Mar também mais mato, não sabemos se esses terrenos pertencem a Prefeitura ou se é de terceiros, mas tem alguns que possuem placas do Vereador Aguinaldo Promissória. Bem próximo a igreja também só mato. Fora as vias que a maioria tem cano quebrado e algumas construções pela metade que servem de abrigo para usuários de drogas”, contou o morador.

O que mais causa preocupação e até é tratado com certa “naturalidade”, são os mais de 5 esgotos a céu aberto, que transbordam por diversas vias, exalando um fedentina insuportável, além dos vazamentos de águas de tubulações quebradas que alagam por metros de distâncias. Alguns moradores cansados pela espera de providências do poder público, realizaram um mutirão na rua Pipira e compraram 12 sacos de cimentos para cobrir os buracos do perímetro.

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, um residente que cooperou com a obra improvisada, menciona o nome do Secretário Daniel Simões e também do Gestor Municipal, Nélio Aguiar. “Olha, ta aí, pessoal da Pipira trabalhando até agora, para ajeitar as ruas aqui porque a prefeitura mesmo, eu acho que ta sem recurso, só pode. Oh aí Daniel Simões, se tu ajeitasse ao menos uma rua por mês, era uma boa mano. Ta aí, povo trabalhando até agora, doa ao menos os cimentos, o asfalto que nós trabalha aqui. Até agora, acho que já vai da meia-noite, estamos aqui”, finaliza o narrador.

Em outras imagens de videomonitoramento, outro habitante relata que todos estão fazendo a sua parte como cidadão de bem e clamam por ajuda para salvá-los, do que ele considera como  “precipício”.

Outros moradores que preferiram não se identificar, afirmaram que há muito tempo não sabem o que é um olhar mais sensível da atual gestão municipal e além disso, uma minoria do bairro infelizmente colabora com a situação crítica do local.

“Era bom falarmos sobre as limpezas dos terrenos  e principalmente  ver se a população do Salvação começa ter uma cultura diferente, porque o problema aqui é que ninguém pode ver um terreno vazio, uma frente vazia, um negócio vazio que estão colocando lixo, por exemplo, tem pessoas que não conheço, mas viram carros de fretes pequenos jogando lixo nos terrenos, mas não conseguiram tirar foto do carro, placa e nem nada. A gente limpa, gasta 100 a 150 do terreno para fazer limpeza, e mesmo assim as pessoas vendo que nós que fazemos e não é da Prefeitura, ainda tem gente que vai descartar seu resto de obra, pau, guarda-roupa, isso é revoltante! E queremos saber quando é o valor da multa para quem joga lixo, porque quando se pensa em dinheiro, as pessoas pensam melhor. E não sei se procede, não sei como que ta, parece que pra jogar lixo, no lixão, estão cobrando uma taxa, não tenho certeza,e aí dá a entender por isso estão jogando lixo, alguns, modéstia parte são nojentos mesmo e temos trabalhando muito nessa parte de conscientização”, relatou uma moradora.

Sobre as ruas com a infraestrutura comprometida, alvo de mais reclamações, entramos em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), a qual nos responderam o seguinte através de nota:

“A prefeitura de Santarém por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura informa que fez um levantamento técnico no Bairro Salvação, e que está trabalhando na confecção das tampas a base de concreto para sobrepor os poços de visitas de drenagens pluviais existentes no bairro em questão. A Seminfra informa ainda que com relação aos poços de visitas do sistema de tratamento de esgoto sanitário, que estão sem a tampa de proteção, os mesmos são de responsabilidade da Companhia de saneamento do Pará, entretanto, a Secretaria de infraestrutura já notificou a Cosanpa, informando a atual situação da rede de esgoto, para que sejam resolvidos o mais rápido possível. Informa também, que a operação Tapa buraco está ocorrendo em toda cidade, em pontos distintos, a fim de melhorar a trafegabilidade de diversos pontos afetados por conta das chuvas intensas do inverno amazônico.  O bairro da Salvação consta no cronograma para receber os serviços.”.

Residencial Salvação

O Residencial Salvação, agora reconhecido como Bairro Salvação foi inaugurado em maio de 2016. Na época, foram cerca de 3.081 imóveis entregues, realizando o sonho de muitas famílias que almejavam a casa própria. Atualmente, a população existente na área cresceu consideravelmente, em razão de  novas construções, igrejas, farmácias, mercados, academia pública, posto de saúde, dentre outras atividades que aumentaram o fluxo e o desenvolvimento do bairro.

Por Diene Moura

O Impacto