Bebidas e cigarro têm alta de 30,96%
Os finais de semana, ao invés de servirem para espairecer, estavam se tornando uma dor de cabeça para a secretária Adriana Malato. A saidinha para o bar com as amigas estava custando em média R$120, dívida que no final do mês só fazia aumentar com os juros do cartão de credito. “Era um gasto extra que eu não conseguia controlar. Uma bela mordida no meu orçamento. Teve uma hora que tive que optar por cortar a bebida”.
A mordida é realmente dolorosa. Produtos como bebidas alcoólicas e cigarros tiveram um aumento de 30,96% nos últimos três anos, quase o dobro da inflação acumulada no período, de 16,07%. A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) pesquisou produtos e serviços ligados aos vícios e às virtudes dos brasileiros.
VÍCIOS
Entre setembro de 2008 e agosto de 2011, a pesquisa mostra que vícios como a bebida alcoólica subiu 19,53%. Mas a má noticia é para o fumante, que tem que arcar com um aumento de 40,19% do cigarro. Os preços vinculados às virtudes do consumidor também ficaram acima da inflação, com alta de 18,73%. A maior alta foi das academias de ginástica. com 24,75%. Em seguida vêm as escolas e cursos complementares com, 20,84%. Cinema, teatro e shows subiram 17,75%.
Segundo os elaboradores da pesquisa, o objetivo foi demonstrar que alguns tipos de gastos podem funcionar como investimentos para o consumidor.
“Se você cuidar da saúde fazendo academia, terá menos gastos com médico e remédios”, explica o economista José Pires. “O principal no orçamento é satisfazer suas necessidades básicas: educação, saúde, alimentação, transporte. Sobrando algum dinheiro, uma atividade física é bacana, investir no lazer é importante. Um cineminha, um DVD, ir ao teatro, uma saída para o bar com os amigos”.
A professora de inglês Maíra Carvalho tenta manter a saúde dos hábitos de compra e do orçamento da família. “Frequento academia. Reservo um dinheiro para livros e cinema. Ver filmes é um beneficio para mim, pois me ajuda no trabalho. Os filmes americanos e ingleses servem de referência para minhas aulas”.
Fonte: DOL