Pará – Homem é morto a pauladas e assassinos filmam execução
Atanael da Silva Lucena, de 23 anos, foi morto a pauladas em Murinim, distrito de Benevides, na Grande Belém. O corpo dele foi encontrado na manhã de quarta-feira (23), num poço que fica próximo a um sítio, na rua Manoel Pirão. Quatro pessoas são suspeitas do crime, sendo que um filmou a execução.
A família de Atanael, que é do Maranhão, acabou tendo acesso ao vídeo da morte do filho, que circulou nas redes sociais desde, pelo menos, a última terça-feira, 22. Nas imagens, é possível ver três homens, ainda não identificados atacando a vítima com pedaços de pau.
Pelas investigações preliminares, com base no relato do pai de Atanael, conhecido pelo prenome Antônio, o rapaz teria brigado com um outro homem, ainda não identificado, no domingo (21). Na briga, essa pessoa teria sido ferida com uma facada. Atanael chegou em casa, no domingo, sem comentar nada com a família. No outro dia, saiu para trabalhar por volta das 7h sem demonstrar nenhum comportamento estranho. Ele era funcionário de uma serraria em Murinin.
Mais tarde, ainda na segunda-feira, Antônio, que ficou em casa, foi procurado por uma mulher que se dizia tia de um homem morto por Atanael no domingo. Antônio, desconhecendo a história, chegou a propor que ele e a mulher fossem a uma delegacia dar queixa do rapaz, mas a mulher não quis:
“Eu disse ‘vamos na delegacia registrar ocorrência, porque meu filho está na serraria e qualquer coisa a gente prende ele’. Mas ela não quis. Ela, e o pai do cara que disseram que meu filho matou, falaram que eles não eram de dar queixa. Eles queiram vingança”, conta seu Antônio.
Antônio relata que chegou a procurar pelo filho na serraria onde trabalhava, mas ele não foi mais encontrado lá. Voltando para casa, muito preocupado, ele foi encontrado por outro dos seus seis filhos, que procurava pelo pai para avisar que a família estava sendo ameaçada de morte. Antônio diz que, neste momento, decidiu ir à delegacia registrar a ocorrência.
“Eu corri e fui registrar a ocorrência. Aí a polícia veio comigo, fomos até essa tia que dizia que meu filho tinha matado o sobrinho dela, e eles perguntaram para ela lá como foi esse episódio da confusão, mas como eu precisei me afastar na hora, eu não sei o que eles falaram. Como a gente não tinha notícia do Atanael, a polícia me orientou a fazer outra ocorrência, de desaparecimento. Eu fiz essa outra ocorrência ontem à tarde”.
Antônio relata que, desde então, vários áudios chegaram a ser enviados aos familiares de Atanael por meio de contatos desconhecidos dando pistas de onde estaria o corpo. Na terça-feira, depois de receberem também o vídeo que mostra o momento da execução do jovem, Antônio disse que ele mesmo encontrou o corpo em uma área de mata, próximo ao ‘Sítio da Lucila’. Ele foi localizado dentro de um poço desativado.
O poço onde Atanael estava tem cerca de 3 metros de profundidade. Peritos da Polícia Científica do Pará pediram ajuda ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará para fazer a remoção, pois estava coberto com muita vegetação e pedaços de madeira. Uma serra elétrica e uma escada de aproximadamente três metros foram necessárias para fazer o serviço. A operação para a retirada foi longa e demorada e aumentava o sofrimento do pai do rapaz, que chorava ao acompanhar esse trabalho da perícia criminal. Apesar do sofrimento, ele também se disse aliviado, pois espera que a família fique em paz e não sofra mais ameaças.
“A vingança já foi feita. Se meu filho matou alguém, agora mataram ele, eu espero que isso acabe. A gente quer ficar em paz. Eu não quero confusão com ninguém”, apela.
Caso segue investigado
De acordo com informações da polícia militar, que acompanhou toda a ocorrência, buscas vem sendo feitas para tentar localizar os suspeitos do homicídio. A Polícia Civil não esteve no local, mas, em nota, informou que investiga o caso por meio da Unidade Integrada do distrito de Murinim, em Benevides.
“Informações preliminares apontam que a vítima, identificada como Atanael da Silva Lucena, foi morta após ser agredida por pelo menos 3 indivíduos, com pedaços de madeira. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso e levantar informações sobre a motivação, bem como identificar os envolvidos no crime”.
Quaisquer informações que possam ajudar na solução do caso podem ser encaminhadas ao Disque-Denúncia (181). A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone. Também é possível mandar fotos, vídeos, áudios e localização para a atendente virtual Iara, pelo WhatsApp (91) 98115-9181. Em ambos os casos, não é necessário se identificar.
Fonte: O Liberal
Foto: Reprodução