Criança autista de 3 anos teria sido agredida em escola por monitora
A monitora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) do Bairro Ipiranga, Região Leste de Belo Horizonte, suspeita de envolvimento nas agressões sofridas por uma aluna de 3 anos foi afastada da unidade escolar. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Educação.
O caso veio à tona nessa terça-feira (28/2), quando a mãe da menina que possui transtorno do espectro autista, denunciou as agressões que a criança vinha sofrendo dentro da instituição.
Segundo Karina Lima, na última sexta-feira (24/2), a criança, de 3 anos, chegou em casa com lesões “bem fortes e aparentes” nas coxas, costas e joelhos. Em vídeo, Karina mostrou os machucados pelo corpo da filha.
“O primeiro lugar que identifiquei foi a coxa, mas, após o banho, vi também nas costas, além de um roxo em cada joelho, que só apareceu no dia seguinte”, disse Karina, em seu Instagram.
Karina disse que, ao perceber as lesões, ela e o pai da menina levaram a criança à Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher, no Barro Preto, na região Centro-Sul da capital, onde fizeram um Boletim de Ocorrência (BO).
Após o registro do BO, a criança foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML), onde exames feitos por um médico legista constataram que ela havia sofrido agressões físicas causadas por um adulto, provavelmente por unhas.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Educação, informou que está ciente do caso e já se reuniu com a direção da unidade e com os envolvidos. “A Diretora Regional de Educação compareceu à casa da família para fazer a acolhida e escuta do caso”, afirmou.
Em entrevista ao Estado de Minas, a mãe contou que vinha notando comportamentos estranhos da menina em casa e que isso levantou suspeitas de que algo poderia estar acontecendo.
Segundo ela, a criança diagnosticada com o transtorno do espectro autista, não verbal, que é quando a criança não tem o diálogo, fala apenas algumas palavras isoladas e se comunica por gestos.
“Minha filha não é verbal, se eu não tivesse observado isso, ela estaria sofrendo até hoje. Ela já estava apresentando comportamentos estranhos, desde o segundo dia de aulas”, desabafou.
Karina, que é formada em Marketing e Administração, mas que atualmente não trabalha para cuidar da criança, se diz indignada, pois, além da revolta causada pelas lesões “bem fortes e aparentes” nas coxas, costas e joelhos da criança, ela afirma que o estresse causado pela situação tem desencadeado crises em sua filha e afetado todas as pessoas ao redor.
“São anos de terapia, faço acompanhamento psicológico para saber lidar com ela e aí vem uma pessoa e faz ela regredir.”
Um outro ponto ressaltado por Karina Lima foram questionamentos recebidos por ela em relação a uma possível crise que sua filha tivesse tido na escola e que pudesse ter resultado nas lesões. “Isso não justifica. Minha filha é uma criança tranquila, raramente ela dava crise. E mesmo se tivesse dado, seria obrigação da escola ter me notificado, mas não, apenas entregaram minha filha machucada”, argumenta.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: Reprodução