Deslizamento de terra mata ao menos 12 na Colômbia

Equipes de resgate já recuperaram 12 corpos das até 145 pessoas que aparentemente morreram soterradas por uma avalanche de terra numa cidade no noroeste da Colômbia, na pior tragédia da atual estação chuvosa, informou o governador local nesta segunda-feira (6).

O deslizamento gigante de terra aconteceu no domingo no bairro La Gabriela, construído numa encosta de montanha no município de Bello, no Departamento de Antioquia, nas proximidades da cidade de Medellín.

Moradores esperam notícias sobre parentes soterrados nesta segunda-feira (6) em La Gabriela, na Colômbia. (Foto: AFP)

A Colômbia enfrenta o que o governo qualificou como a pior tragédia natural de sua história provocada por chuvas, que já deixaram mais de 190 mortos e 1,5 milhão de desabrigados neste ano.

‘São 145 pessoas desaparecidas, incluindo 12 cujos corpos foram resgatados até o momento’, disse a jornalistas o governador de Antioquia, Luis Alfredo Ramos.

Socorristas da Cruz Vermelha e Defesa Civil com pás e picaretas avançam lentamente na busca das vítimas em meio a um mar de barro e lama que soterrou pelo menos 50 casas em um bairro operário.

Dezenas de familiares de pessoas dadas como desaparecidas se juntaram aos trabalhos de busca e resgate.

Se for confirmado o número de 145 vítimas fatais, será a pior tragédia natural ocasionada pelas chuvas na Colômbia nos últimos anos.

A dona de casa Orfanely Madrigal perdeu 12 de seus familiares no deslizamento e olhava impotente para a lenta remoção da lama, com a esperança de que fossem resgatados alguns dos corpos de seus entes queridos.

‘Eu estava pressentindo esta tragédia e tinha falado a minha mãe sobre o risco, mas ela não acreditou’, disse a mulher, chorando.

‘Perdi mais de metade de minha família — minha mãe, quatro irmãos, meus sobrinhos pequenos e minhas filhas de 13 e 10 anos.’

O governo do presidente Juan Manuel Santos se dispôs a declarar estado de emergência, que lhe permitirá acessar recursos fiscais para fazer frente ao caos provocado pelas avalanches e inundações no país.

No início de janeiro o governo declarou estado de calamidade pública em 28 dos 32 Departamentos do país, para enfrentar a situação de emergência provocada pelas chuvas decorrentes pelo fenômeno La Niña.

As avalanches e enchentes destruíram pontes e estradas, levando várias partes do país a ficar incomunicáveis por via terrestre.

O Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais da Colômbia previu que as chuvas causadas pelo La Niña devem se estender até março, justamente quando começa a estação normal de chuvas, de modo que o estado de emergência continuará pelos próximos seis meses.

Os especialistas temem um forte impacto das chuvas sobre a produção agrícola colombiana, incluindo a colheita do café, e também sobre a infraestrutura rodoviária deficiente do país, que é exportador de petróleo, carvão e ferroníquel.

Cão farejador ajuda na procura de vítimas desaparecidas após deslizamento de terra soterrar bairro no noroeste da Colômbia. (Foto: Albeiro Lopera / Reuters)
Socorristas contam com ajuda de moradores voluntários, soldados do Exército, policiais, bombeiros e equipes da Defesa Civil e da Cruz Vermelha colombiana. (Foto: Albeiro Lopera / Reuters)

Do G1, com agências internacionais


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