Sequestro: açougueiro aliciava menina há dois anos
A Polícia Civil do Rio de Janeiro usou as mesmas armas do suspeito do sequestro de uma menina de 12 anos na cidade e levá-la para o Maranhão. Era por meio das redes sociais, na internet, que ele ficava em contato com a criança.
Os investigadores foram atrás do TikTok dele para identificá-lo. E descobriram, em postagens do rapaz, que ele se comunicava com ela há cerca de dois anos.
Em conversas antigas do açougueiro Eduardo da Silva Noronha, 25 anos, os policiais descobriram que ele fazia planos para morar com a criança. Ela tinha apenas 10 anos à época.
No último dia 6 de março, Eduardo colocou o plano em prática. Aproveitou que a menina começou a ir sozinha para a escola e a pegou na porta do colégio, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, para levar para um bairro periférico de São Luís, no Maranhão. Lá, ficaram durante oito dias em uma quitinete.
Mantida em cárcere, a menina conseguiu pedir socorro também ao se aproveitar da tecnologia. De acordo com Ellen Souto, delegada na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), a menina conseguiu conectar na rede de internet enquanto o suspeito, de 25, comprava roupas para ela na loja.
“Ela se aproveitou do fornecimento da rede de wi-fi para acessar o Instagram e mandou uma mensagem para a irmã dizendo que estava num quitinete, não sabendo explicar onde, trancada”, informou a delegada.
Com as informações, a polícia traçou um raio de busca nas proximidades da loja, seguindo as “dicas” da garota desaparecida.
O suspeito pode ser condenado pelo crime de estupro de vulnerável, mesmo que não tenham ocorrido relações sexuais. Ele afirma que beijou a menina, no entanto, nega qualquer abuso sexual. Porém, quando a vítima é menor de 14 anos, a legislação considera estupro de vulnerável mesmo quando não há conjunção carnal.
Entenda o caso
Em 6 de março, uma menina de 12 anos foi sequestrada pelo jovem de 25 após ir à escola. Ela o conheceu por meio de um aplicativo de compartilhamento de vídeo. Segundo a polícia, ele foi de São Luís até Sepetiba, zona oeste do Rio, para buscá-la.
O acusado gastou R$ 4 mil para levar a menina à capital maranhense em um veículo do sistema de transporte por aplicativo — o percurso é de 3.110,2 km, e a viagem demorou dois dias.
O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Maranhão. Os crimes cometidos pelo suspeito serão apurados pelas polícias dos dois estados.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução