DIREITO DE RESPOSTA
Na tarde de segunda-feira (27), Adilson Barbosa de Oliveira (foto à esquerda) e Jhon Way Coelho Soares (foto à direita), mencionados na matéria: Área da Ufopa é alvo de suposto esquema de invasão de terras, solicitaram direito de resposta.
Na entrevista com Lorenna Morena da TV Impacto os dois destacaram suas versões sobre a área que abriga a Estação Florestal de Barreirinha (EstFB), localizada na região conhecida como Barreirinha, próximo a Pacoval, município de Prainha, Oeste do Pará. Acompanhe a reportagem na íntegra:
Adilson Barbosa: Essas denúncias que houve aí elas não são verdades, não tem nenhuma base pra justificar essas denúncias. A gente chegou lá nessa comunidade da melhor forma possível, não teve a questão de ninguém armado para intimar ninguém. Até porque eu não sou desse nível e o que a gente conversou com eles lá, todos são verdades, tem como provar as verdades aqui. Como é que a gente chegou lá? A gente chegou lá quando descobrimos que a área de barreirinha, que é uma área grande, que eles falam lá que é da Ufopa, enfim que é antiga Sudam, essa coisa toda. Então, a área o Incra disponibilizou para assentamento, nessa área que estava disponibilizado para assentamento tinha grileiro, madeireiro, lá dentro usufruindo de tudo, cometendo crime, tanta coisa, aqui até então estava sabendo, mas tava quieto com isso né.
Adilson Barbosa: Então, quando a gente descobriu que a área tava disponibilizada para assentamento, o que a gente foi, fomos lá ver se realmente isso poderia acontecer no assentamento. Então fui lá tirei a coordenada da área, levei pro Incra, consultamos o documento, está aqui da consulta, a gente viu que a área esta disponibilizada para assentamento. Então, a gente foi fazer os processos legais para ser executado o assentamento que lá já ta criado o assentamento desde 2018.
Adilson Barbosa: Quando a gente chegou lá para falar todas as verdades para eles, eles duvidaram porque até então eles pensam que a área continua sendo da Ufopa. A Ufopa tá com mais de 10, 12 anos, sei lá, que não mexe mais na área. E certo que a área esta lá e o Incra pegou a área de volta, todo mundo pode olhar, a área é pra assentamento. Se é pra assentamento, a gente pode organizar, com o conhecimento que a gente tem, organizar para ser criado, executado melhor o assentamento, que criado já tá. Parece que eles andam desinformados quanto a isso. Quando a gente chegou lá que explicou eles, tudo isso e chamou eles pra ver que o direito era deles, eles viessem associar, viessem com a gente, que a gente tinha como entrar com recurso junto ao Incra para ser executado o assentamento e eles terem o direito da terra deles lá.
Adilson Barbosa: E eles não entenderam isso, se entenderam, entenderam mal. Eles estão criando aí essas denúncias que não é verdade. Quanto a tudo que eles estão falando, que a gente chegou lá com alvoroço, que a gente tá criando problema com os donos de terras que já moram lá, invasão. Nunca, nunca, isso nunca existiu! Tanto é que a área tá limpa, a gente simplesmente fomos lá tomar conhecimento para a área, se podia executar o assentamento, se ela não estava cheia de gente, que uma vez criada o assentamento, com certeza tava cheia de gente e não tava, tinha era grileiro e a terra era prá eles. A gente foi conscientizar eles de tudo, fizemos a reunião, eles até gravaram isso lá, expliquei tudo pra ele, assegurei eles de quem eu era, defensor de direitos humanos, está aqui o certificado desde 2010.
Adilson Barbosa: Tem aqui, quando falei que eu tinha apoio, tá aqui que a gente tem para regularizar, para dá o direito deles de cidadãos de bem. Eu como defensor de direitos humanos tenho que mais é que fazer as coisas corretas, nada que eles tão denunciando e mentindo, eles vão responder por isso aí. Tá, não pode ficar assim e garantir pra eles que eu tenho apoio da Defensoria Pública do Estado, eu tenho apoio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, para ajudar a gente a criar o assentamento, trazer o direito deles, abrir o espaço que olha o direito é de vocês que moram aqui.
Adilson Barbosa: A gente regularizando essa área é para vocês. Vocês vão ter o pedaço de terra de vocês regularizado, documentado, assentamento criado, projeto vem pra vocês de criação de peixe, de plantio de mandioca, de açaí, de pimenta do reino, de cacau, tem tudo, é só regularizar a situação. Deixei bem claro para eles tudo isso, assegurei pra eles que eu sou defensor de direitos humanos, que eu não era lá um charlatão, que eu tava chegando lá com mentirada pro rumo deles, quer dizer assegurando eles. Falei pra eles que eu era preparado, eu tinha um curso de Juiz Mediador. Ta aqui meu certificado, sou credenciado no Tribunal de Justiça de Goiânia, vocês podem pegar, podem vim aqui, que o apoio que tenho, sou amparado por uma lei, qual é a lei que sou amparado aqui?
Lorenna Morena: Amparado pela Lei n° 9.307/96?
Adilson Barbosa Sou amparado por isso aqui, sou preparado para ajudar eles, em tudo que eles precisam.
Lorenna Morena: O que o senhor acha que aconteceu? Qual o medo deles?
Adilson Barbosa: Não sei entender qual o medo deles, desde quando me identifiquei para eles, a pessoa que eu sou respaldado com conhecimento para criar o assentamento, dá o direito deles, enfim. Houve um mal entendido com eles, não sei o que eles entenderam, como foi que eles entenderam para tá inventando isso porque eles vão provar. Qual os homens que chegou armado lá? Quais são os lotes que a gente demarcou? Qual o terror que a gente fez pra eles?
Lorenna Morena: Não existe demarcação?
Adilson Barbosa: Não, fomos fazer o levantamento da área. Os homens que chegaram lá foi dois engenheiros, dois técnicos do Incra de Belém que eu trouxe para fazer o levantamento da área pra realmente a gente ter certeza, que a área tá disponibilizada para assentamento e que não tinha ninguém dentro da área, já ocupando ela. Até então, a gente tinha que tomar conhecimento dessa pessoa que já tava lá porque eles eram prioridade para eles, claro né. A gente chegou lá como tinha um aparelho geométrico de um pessoal que funciona energia, motorzinho de energia para o aparelho funcionar, mais gente pra ajudar eles, carregar comida, água, os aparelhos dentro da mata, para fazer o levantamento tinha que ter no mínimo 15 pessoas, pra tudo isso, é onde eles acharam que a gente chegou lá.
Adilson Barbosa: E essa questão de eles falarem que a gente chegou lá de noite, querendo derrubar barracão, querendo invadir, isso não existe, não tem invasão coisa nenhuma! Tudo legal, eu provo aqui, em qualquer lugar que se precisa, tem a documentação toda aqui pra mim provar, tudo certinho, não é nada do que eles estão falando. Tudo legal, uns apoios que eu falei pra ele, que a gente tem para as coisas darem certo, eu tenho os apoios, certo, posso provar em qualquer lugar. E e a gente foi lá perguntou pro pessoal que lá na vila se tiver 10 moradores. Aí fui com esses 10 moradores e perguntei quem era o líder de lá, quem era o representante da comunidade?
Lorenna Morena: E ele não apareceu?
Adilson Barbosa: Não aqui não tem representante, liderança de comunidade não. Com quem que eu converso aqui? Para a gente tentar resolver uma situação aqui, de criar um assentamento e ver o levantamento dessas áreas, terras de vocês, tratar com vocês, preciso do apoio de vocês aqui. Aí veio um rapazinho e falou pra mim assim: ‘rapaz quem toma de conta do barracão que tem aqui onde acontece evento, mais isso e aquilo, é fulano de tal’. Aí chamou o rapaz, nós foi lá na casa dele, o Jhon me levou lá, chegou lá o rapaz disse: ‘não beleza’. Contei pra ele toda a situação: e foi, não, seja bem-vindo. Fechamos tudo porque eles, os moradores de lá tinham apontado ele como líder lá da comunidade. Então fui tratar com ele, eu não sei se tinha uma desavença, um mal entendimento com eles lá, que eu falo aqui da família dele, que é parente, que apoiou e não sei o que. Então parece que eles tem lá uma desavença entre eles, certo que quando eu conversei com o rapaz, combinei, fechei tudo com esse rapaz que eles me apontaram como presidente da comunidade, líder, quando a gente chegou tudo certo, eu falei tal dia, eu to chegando com os técnicos do Incra para nós fazer o levantamento da área para gente ver se realmente a área ta disponibilizada para assentamento que a gente possa executar o processo de assentamento, então os técnicos vem pra fazer o levantamento, manda ir pra dentro do mato, com tanta coiseira e motor de energia para usar aparelho, ce arruma um barracão pra nós? não pode arrumar, todo mundo arrumou.
Lorenna Morena: Essa reunião foi no barracão?
Adilson Barbosa: Não, já foi na escola, que o barracão já tinham dito que não queria, a gente fez lá na escola. Aí tudo bem, quando a gente chegou de noite, ai eles deram a cara, porque já havia, não porque esse rapaz não é presidente da comunidade, porque eu vou deixar esse povo vim pra cá, já entrou lá uma confusão deles, própria pra comunidade, tudo é parente lá. Ai quando a gente chegou, eles: ‘ué, mas eu já conversei com o rapaz ele disse que era o presidente da comunidade, agora não é mais, como que pode esse negócio, chama lá o rapaz, o rapaz veio’, não foi Jhon? O rapaz, ah eles não quiseram, ficaram aí sem argumento pra nada, ai ficou e eu falei, não beleza, pode deixar. Não tem problema, pode deixar não vai criar confusão, atrito entre vocês, que a gente não quer problema com ninguém não, a gente arruma outro jeito, ai foi que esse Jhon já mora lá na vila arrumou pra nós se alojar na casa dele.
Lorenna Morena: Você que mora lá? Falaram que você também não é de lá?
Jhon: Meu pai mora lá há 20 anos do outro lado do rio, há 21 anos, eu sou da região de lá, porque ele falou essa baboseira.
Adilson Barbosa: Bobagem dele, então aí um desentendimento entre eles. É certo que a gente não quis problema com ele, quando ele chegou lá inventando aquela coisinhas tal, eu fui então me identificar pra eles qual era o meu objetivo, meu papel, meu projeto, meu trabalho, quem eu era, enfim. Ai eles não acreditou em nada disso, veio ai inventar essas denúncias descabida que vai dá pano pra manga, com certeza, porque a mentira tem perna curta, a mentira só vale alguma coisa quando a verdade não chega, eu respaldado eu to, conhecimento do Incra pra gente executar o projeto eu tenho e provo. Tenho um monte, porque o tempo não dá, eu tenho documento demais aqui pra provar, isso aqui tudo é documento, dá uns 3 ou mais kg de documentos pra mim provar tudo certinho, como a gente ta trabalhando tudo certo.
Adilson Barbosa: Certo é que a gente conseguiu georreferenciar a área toda, a área não é de Ufopa, a área não é de A ou B, a área hoje é da associação [inaudível]. A nossa associação que não é de lá, é do município de Prainha, ta aqui, eu mostro CNPJ, documento, tudo, já tem 300 famílias, com nome lá no Incra protocolado, para ser executado o projeto lá. Só ta seguro, vem um novo superintendente para o Incra aqui de Santarém, para sentar e fazer tudo que tem que ser feito.
Lorenna Morena: Pra finalizar vamos falar dessa parte que eles falaram que o senhor havia prometido, que eles iriam ganhar de 2 a 8 mil? Qual o papel do Seu Adilson ali no local?
Adilson Barbosa: Quando eu falei pra eles lá que tem até o vídeo de eu explicando tudo que regularizando a área, ia ser bom demais pra eles, que eles iam ganhar de 2 a 6 ou até mais disso por mês e manter a mata, tirar aqueles grileiros tudo que ta lá, os madereiros que tão lá desmatando ilegal e eles trabalhar em 20% da terra, ta tudo documentado, com 80% da área pra preservação, nesses 80% vamos entrar lá com o Projeto de Crédito Carbono, onde eles vão ganhar cerca de R$ 4, R$ 20 reais por tonelada, cada hectares da 50 tonelada de crédito carbono. Imagine o tanto de dinheiro que vai vim pra eles, tudo documentado, legal, trouxe esse projeto, ta aqui, já dei andamento dele no Instituto de Meio Ambiente em Belém. Então, quanto aos 20% da área para eles trabalharem tem projeto de plantar 800 mil pés de açaí, de 800 a 1 milhão de pé de cacau [inaudível] da pra 370 família.
Adilson Barbosa: Então, imagina plantando 2 mil pé de cacau, 2 mil pé de açaí cada um, quando não dá. 5 mil pé de pimenta cada um, 80 gaiola de peixe para criação dentro do rio, sem precisa ta pegando peixe em fora de época, fazendo confusão, dando trabalho para a Justiça Ambiental, dando trabalho para o pessoal da Semma, pessoal que [inaudível) águas, pescando ilegal, tirando madeira ilegal, uma série de irregularidades, preservar a mata em pé e da condições deles trabalhar nos 20%, certo. Ter produção, grande produção, daqui 2 anos esse projeto vai ser executado, que eu acredito que eles não vão atrapalhar esse projeto a ser executado.
Adilson Barbosa: Daqui 2 anos eles tão vendo lá saindo tonelada e toneladas de poupas de açaí, é que o tempo aqui não da pra mim explicar tudo, quantos litros de polpas dá em um pezinho desse, em uma moitinha de açaí, em 5 pé da cerca de 16 litros por pé, plantando 5 mil, quantos litros não dá? O cacau da cerca de 3 kg por pé, pimenta da 3kg por pé, o camarada tem 5 mil pé de cacau, tendo 5 mil de pimenta, tendo 2 mil pé de açai, que produção não tem! As gaiolas de peixe cria 6 mil peixe, de 8 meses a 12 meses os peixes estão pesando 1kg, 1kg e 200. Bota 6 mil peixinhos, tira 6 toneladas nesse período.
Adilson Barbosa: Um bom projeto disso aqui é inédito na região, ninguém tem, a gente vem preparado, estudado 12, 10 anos estudando tudo isso ajeitando com os apoios de um lado, apoio de outro, que a gente não consegue fazer só. Ai chega e tenta explicar pra eles, eles vem com história que está chamando eles de analfabeto, que a gente ta invadindo, ta revendendo os terrenos. Por isso a gente deu a chance pra eles, olha se vocês quiserem, façam a associação pra vocês, façam, registram para ter o direito de andar com o próprio pés, a nossa associação é do município de Prainha, então ta lá com projeto gigantesco pra ajudar eles em tudo, em tudo.
Lorenna Morena: Em nenhum momento existiu essa possibilidade de terem falado em revenda de terreno?
Adilson Barbosa: Quero que eles provem isso. Quando ele falam da possibilidade da venda de lote, devem ter visto alguém falar isso ou eles estão inventando, que eles provem, quem é que chega lá que negociou lote e comprou lote, chegou algum recibo que comprou alguma coisa, que eles provem tudo isso e que provem que fiz esse terror lá, que a gente chegou lá armado, a gente chegou de noite, fazendo isso e aquilo de noite, isso que te falei antes, que organizamos tudo e que se desentenderam lá.
Adilson Barbosa: Acredito que não passa de um desentendimento entre eles lá e inventando isso pra prejudicar o projeto. Mas não prejudica igual eu falei pra eles, querendo ou não, não vai prejudicar, já ta destinado, a gente já conseguiu a terra ta georreferenciada, o projeto tá todo pronto, tá só esperando o Incra ajeitar tudo, para executar o projeto, essas famílias vão tudo lá.
Lorenna Morena: Seu Adilson veio aqui falar um pouco com a gente falar. Demos o direito de resposta sobre as denúncias que foram ocorrida pela parte da manhã. Jhon falou pouco mais enfim, a parte que mais interessa que ele realmente ele mora, seus pais são da região.
Jhon Way: Meu pai mora há 21 anos lá do outro lado do rio, eu foi e comprei uma casa lá na barreirinha, já preservando esse projeto bom, foi por isso.
Lorenna Morena: Você ouviu e entendeu?
Jhon Way: Ouvir e entendi, e faço parte da associação. Eu sou Presidente do Conselho, é o que ele falou aí, eu só tenho a concordar.
Rômulo Noronha também mencionado por denunciantes se manifestou alegando que sua função foi apenas atender um pedido de sócio da associação. Veja a breve explicação:
Deixe eu falar o que aconteceu. Eles me chamaram, como eu sou sócio da associação e lá no Chapadão eu tenho terra, tenho uma fazenda lá, me chamaram se tinha como eu ir lá (Fazendinha) deixar os Engenheiros do Incra com o motor de luz? Eu falei que tinha sim. O que que eu fiz, fui lá, deixei e vim embora, única coisa que eu fiz foi só isso, entendeu!?
Porque Lorenna não existe invasão, ninguém foi lá invadir terra nenhuma. Única coisa que foram fazer é levantamento da área e que eu fui deixar e vim embora no outro dia, só isso.
Porque também falaram que foram armados com um bocado de gente, levar uns pessoais pra grilar terra e que não procede nada disso! E como eu sou conhecido, tinha gente lá dentro, em todo lugar, muita gente me conhece, falou comigo e citaram nessa situação que não existe.
Por fim, informaram à reportagem que a matéria é mentirosa e que a justiça será acionada em processo de calúnia e difamação.
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Matéria atualizada às 15h27.
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