Familiares acusam Polícia Militar pela morte de colhedor de coco
Manifestantes fecharam a rodovia PA-252, com a PA-150, na altura do quilômetro 24, no trevo do Acará, em Moju, cidade no nordeste do Pará. O motivo da manifestação seria a morte do colhedor de coco Rogério de Souza Peres, de 29 anos. Familiares acusam que ele foi assassinado com cinco tiros de fuzil a sangue frio pela Polícia Militar, neste último final de semana, na vila Luso. Para obter respostas sobre o crime, amigos e parentes da vítima realizaram a interdição no meio da tarde da última segunda-feira (17), e só terminaram no início da noite do mesmo dia.
A família diz que Rogério estaria roçando o açaizal da mãe, com quem morava, quando a PM chegou no imóvel, por volta das 11h30 do último domingo (16). Seriam quatros policiais, divididos em duas viaturas. A mãe da vítima estava em um igarapé próximo, escutou um disparo de arma de fogo e voltou correndo para casa.
Assim que retornou à residência, encontrou o filho morto. Um familiar de Rogério, que preferiu não ter o nome revelado por motivos de segurança, contou que ela se jogou em cima do corpo de Rogério e um policial teria a empurrado e, em seguida, efetuado, pelo menos, outros três tiros.
A genitora de Rogério não conseguiu identificar os rostos dos militares envolvidos no caso, mas a única coisa que lembra é que o PM que, supostamente, executou o filho dela “tinha a patente de sargento”, de acordo com o que o parente repassou à redação.
O familiar contou que Rogério era um homem trabalhador e, ao que sabe, não tinha passagens pela polícia ou tido nenhum desentendimento que poderia ser o motivo do crime. “Ele ia sair de férias nesta quinta-feira (20). Era um homem trabalhador. Morava e ajudava a mãe. Inadmissível o que aconteceu. Os policiais chegaram atirando e nem deixaram ele (Rogério) se esclarecer”, contou.
PM diz que Rogério teria atirado contra os militares
Segundo informações da PM, após denúncias, um suspeito de furto teria confessado que comprava drogas de Rogério. A polícia teria se dirigido até o local, na vila Luso e, conforme consta no relatório policial, tinham outros dois suspeitos que teriam atirado contra os militares.
Por conta disso, os PMs revidaram. O trabalhador foi baleado e levado para a Unidade Mista de Moju, mas não resistiu aos ferimentos. Não há relatos de agentes de segurança feridos durante a possível troca de tiros.
O 47° Batalhão, responsável pelo policiamento na região, informou que um Procedimento Administrativo seria aberto para apurar o caso.
Por meio de nota, a Polícia Civil disse que “um inquérito foi instaurado para apurar o caso e que está sendo realizada a coleta de depoimentos”. A instituição também já solicitou exame pericial.
Fonte: O Liberal
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