PF prende membros de organização criminosa responsável por crimes ambientais no sudoeste do Pará
Os membros de uma organização criminosa que praticava crimes ambientais, mais especificamente o desmatamento de áreas de mata protegida, foram autuados e presos pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (5). A ação ocorreu durante a operação Stang, deflagrada com o intuito de cumprir nove mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão, no município de Anapu, Sudoeste do estado. Segundo as autoridades, o grupo organizado era formado por madeireiros que desmatavam a região e seus “olheiros”, usados para avisar sobre a chegada de fiscalização.
Na operação, são investigados crimes de organização criminosa, desmatamento, receptação, dificultar fiscalização ambiental, ocultação de patrimônio e estelionato. Os agentes receberam autorização da justiça para apreender bens avaliados em até R$ 1 milhão de cada uma das 12 pessoas investigadas. Três dos envolvidos nos crimes seriam suspeitos de desmatar sem autorização; os outros faziam parte de um esquema organizado para alertar sobre a chegada de operações ambientais. Assim, os acusados poderiam se articular para sair do local onde a Polícia Federal e os demais órgãos ambientais estariam vistoriando. Segundo o que foi divulgado da investigação, cada membro do esquema cobrava R$ 200 para passar informações sobre movimentação de órgãos de fiscalização e policiais. Por mês, o lucro dos ‘olheiros’ podia ultrapassar os R$ 40 mil. Assim que eram avisados, os madeireiros escondiam toras de madeira e maquinários em dias de operações.
Crimes ambientais
A exploração de madeira é um dos crimes altamente lucrativos na região. Segundo a Polícia Federal, 50 árvores de ipê, cerradas, poderiam render cerca de R$ 1 milhão na exportação. Madeira de castanheiras – cujo corte é proibido, por estarem ameaçadas de extinção – e angelim-pedra também eram alvos dos criminosos.