Kurt Cobain morreu há 30 anos, mas seu legado continua vivo

Há exatos 30 anos, em 05 de abril de 1994, Kurt Cobain, vocalista do Nirvana, foi encontrado morto em sua casa.

Kurt Donald Cobain nasceu em 20 de fevereiro de 1967, em Aberdeen, Washington. Ele conheceu o colega músico Krist Novoselic enquanto estava no colégio e juntos formaram uma banda.

Após várias mudanças de conceito e de nome, o Nirvana enfim foi criado, com Cobain na guitarra e voz, Novoselic no baixo e Chad Channing na bateria. Seu álbum de estreia, “Bleach”, foi lançado em junho de 1989, pelo selo independente Sub Pop de Seattle. A boa recepção levou a banda a uma gravadora grande e a um novo baterista, Dave Grohl e com essa formação que seria definitiva, a banda gravou o que se tornaria “Nevermind”, um disco com acabamento mais refinado.

“Nevermind” foi lançado em setembro de 1991 e, puxado por seu single “Smells Like Teen Spirit”, alcançou o primeiro lugar na parada de álbuns da Billboard 200.

As letras de Cobain, que tratavam desde o ódio por si mesmo à rebelião adolescente e temas mais sensíveis como preconceitos e racismos, falavam diretamente ao descontentamento sentido pela juventude da geração chamada ‘X” e eram vistas como um antídoto para o excesso, machismo e a devassidão da cena hair metal dos anos 80. “Grunge” se tornou um termo familiar, e as bandas de Seattle Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains – todas incorporadas ao mesmo som e espírito, subiram nas paradas.

O terceiro e último álbum do Nirvana, o dissonante e emocionalmente pesado “In Utero”, foi lançado em setembro de 1993 e nunca satisfez totalmente seu compositor. Em novembro seguinte, no auge de sua popularidade, a banda vai na contramão e grava um show íntimo e desplugado para o especial “MTV Unplugged”, da extinta rede televisiva americana. A apresentação foi lançada em 1994 como o álbum ao vivo “MTV Unplugged in New York”.

O sucesso afetou profundamente a já frágil saúde mental e emocional de Cobain. Sofrendo de uma depressão que arrastava desde os sete anos, nunca diagnosticada ou tratada, relatos sobre seu abuso no uso de heroína, bem como seu relacionamento conturbado com sua esposa, a vocalista do Hole, Courtney Love, tornaram-se assunto dos tabloides.

Em 4 de março de 1994, enquanto o Nirvana estava em turnê pela Europa, Cobain foi hospitalizado em Roma por overdose. Após uma hospitalização de cinco dias, voltou para casa em Seattle. Cobain então aceitou se internar em uma clínica de desintoxicação em Los Angeles, diante da ameaça de não voltar a ver sua filha. Dois dias depois, saiu com o pretexto de fumar no jardim, pulou a cerca de quase dois metros da instituição e ninguém voltou a vê-lo.

Em 8 de abril, Cobain foi encontrado morto. Após investigação, foi decidido que ele havia morrido devido a um ferimento autoinfligido por arma de fogo em 5 de abril. Cobain tinha 27 anos.

A morte de Cobain marcou o fim da era do Nirvana e do grunge como movimento. Mais comovente, sua história de autodestruição e consequente morte, aumentou a conscientização nacional sobre o suicídio e a saúde mental.

Com o Nirvana, Cobain lançou apenas três álbuns durante sua vida em um período de cinco anos, tempo que foi suficiente para torná-lo o rosto de todo um movimento que tomou de assalto a contracultura no início dos anos 90 e causar um impacto profundo tanto na música quanto na cultura pop. Nas três décadas desde sua morte, a influência do Nirvana nunca diminuiu e persevera mais de uma geração depois.

 

Por Rodrigo Neves

O Impacto

 

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