O que se sabe e o que falta saber sobre o duplo homicídio no Cipoal

A delegada Raíssa Beleboni, titular da Delegacia Especializada de Homicídios da 16ª Seccional de Polícia Civil de Santarém, avança nas investigações sobre o caso de duplo homicídio que vitimou Pedro Farias e Emerson Sousa, pai e filho, no domingo (12), na comunidade Cipoal, em Santarém.

Os suspeitos Allan Patrick e Rick Marley, que são irmãos, acompanhados de advogado, se apresentaram na tarde de terça-feira (14), para prestar depoimento à autoridade policial.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o exato momento em que as vítimas invadem a residência dos irmãos suspeitos do duplo homicídio. As imagens se tornaram peças importantes para a defesa deles.

Na quarta-feira (15) em coletiva à imprensa, a delegada informou sobre as investigações, bem como dos depoimentos dos irmãos.

“O que eles falaram é bastante coincidente com o que eles demonstraram nos vídeos que foram vinculados nas redes sociais. A alegação deles é de que a confusão toda começou após uma disputa automobilística, um posto de combustível da comunidade Cipoal e a partir daí houve uma desavença com uma terceira pessoa, não com Emerson ou o seu Pedro, mas uma terceira pessoa que teria gerado os fatos que culminaram na morte do pai e do filho”, disse a delegada.

Conforme a autoridade policial, Allan Patrick e Rick Marley detalharam toda a situação desde o início.

“Como ocorreu a luta corporal com as vítimas? e alegaram terem utilizado para se defender, que a tese deles é essa, como foi amplamente explicitada nas redes sociais, os instrumentos que foram trazidos pelas próprias vítimas. Então agora serão ouvidas outras pessoas que presenciaram partes de toda desavença, desde disputa automobilística até o ocorrido na padaria e chegando ao fato propriamente”.

A delegada disse ainda, que já foi ouvida uma das pessoas que estavam na residência, faltava ouvir a segunda para que se tenha uma noção mais completa do que aconteceu.

“Essa pessoa, que foi que se envolveu propriamente na confusão após a disputa automobilística também será ouvido ao longo da semana para que a gente consiga entender todo o panorama dos fatos e o quanto do que eles [Allan e Rick] dizem em depoimento e nos vídeos divulgados procede de acordo com a realidade”.

Os fatos até as mortes

Para a delegada, é possível sistematizar momentos importantes antes do desfecho com as mortes de pai e filho, que, considerando os relatos até o momento, não participaram da disputa automobilística (racha) entre veículos, mas teriam tomado às dores de um parente, que inclusive, os acompanhou até a residência dos suspeitos.

“Pelo que eles relataram foram vários momentos. A disputa automobilística começou no posto, do posto eles foram para uma padaria nas proximidades. Onde houve uma nova desavença. Eles chegaram a entrar em luta corporal. Foi quando o veículo do Allan foi atingido por uma batida e ele também atingiu o veículo da outra pessoa com outra batida. A partir daí eles permaneceram nas imediações, a pessoa teria voltado em um segundo carro, quando eles tiveram novo desentendimento e a partir daí eles [Allan e Rick] foram para residência a pé, segundo eles, pela região de mata, até chegar ao imóvel, e aí sim, houve a entrada na residência e as agressões” informou a delegada.

“Então seriam vários momentos distintos, mas as agressões ocorreram após a entrada das vítimas no imóvel, pelo que eles nos relatam. Vamos continuar com as diligências para apurar se toda a dinâmica que eles escrevem condiz com a realidade ou se existem fatos que ainda não foram informados”, completou.

A delegada garantiu que todas as pessoas que estavam no local vão ser qualificadas e ouvidas, no primeiro momento na qualidade de testemunha, “para dizerem o que aconteceu, para que a gente possa entende, quantas pessoas invadiram a residência? qual era a intenção dessas pessoas? de quem eles estavam acompanhados? quem é que tava no imóvel, o que foi que aconteceu propriamente? como foram as agressões de fato? Esses são elementos determinantes para que se esclareça propriamente a circunstância do homicídio?”

Bebedeira, manobras arriscadas e carro incendiado

Na manhã de domingo (12), um veículo sendo consumido pelo fogo chamou à atenção de moradores e motoristas que passavam pelo trecho da Santarém-Cuiabá, no Cipoal, em Santarém.

O incêndio, segundo informações de populares, foi desfecho de uma situação de bebedeira durante a noite/madrugada, imprudência no trânsito e briga entre condutores de veículos.

De acordo com relatos, indivíduos estiveram consumindo bebida alcoólica até as primeiras horas da manhã. Essa celebração desenfreada culminou em um racha perigoso entre veículos, com um deles colidindo violentamente contra o outro até que um dos carros fosse levado ao canteiro em frente a uma empresa de armazenamento de grãos.

Após esse ocorrido, uma briga generalizada iniciou, e posteriormente, teriam ateado fogo no veículo, que rapidamente foi envolto pelas chamas, lançando uma cortina de fumaça negra sobre a área circundante.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi prontamente alertada sobre o incidente e esteve no local, apurando os detalhes do ocorrido e buscando identificar os responsáveis por esse ato de violência e destruição, contudo, já haviam empreendido fuga.

Tal situação teve como consequência o duplo homicídio. Na delegacia, o dono veículo incendiado, Allan Patrick, disse que foi ele mesmo que tocou fogo no próprio carro, sob revolta por não ter dinheiro para mandar consertá-lo.

Pai e filho são mortos

Pedro Farias de Sousa e Emerson Sousa dos Santos, pai e filho, respectivamente, foram mortos a golpes de faca e de barra de ferro, no início da tarde de domingo (12), no Cipoal, na região de Planalto em Santarém.

As vítimas chegaram a ser socorridas, no entanto, uma morreu a caminho do hospital, e outra evoluiu a óbito na unidade hospitalar.

A Polícia realizou diligências no sentido de localizar e prender os suspeitos Allan Patrick e Rick Marly Sousa Pereira, que são irmãos, no entanto, não lograram êxito.

Por Baía

O Impacto

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