Ultrapassagens indevidas são a principal causa de acidentes nas estradas do Pará, segundo PRF

No Pará, em pouco mais de sete meses, 47% das mortes registradas nas rodovias federais tiveram como principal causa a ultrapassagem indevida. De um total de 128 óbitos, no período de 1º de janeiro a 24 de julho deste ano, 61 foram devido a essa infração – sendo julho considerado o mês mais violento, acumulando 15 mortes até o momento. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Para combater esse tipo de imprudência, a PRF iniciou, na sexta-feira (23), uma fiscalização com drones na rodovia BR-316, entre os trechos da Castanhal e São Francisco do Pará.

A ação faz parte da Operação Férias Escolares 2024 e seguirá até segunda-feira (29). O superintendente da PRF no Pará, inspetor Haroldo Teixeira, afirma que, com essa tecnologia, é possível reforçar a segurança viária, contribuindo para a redução de acidentes. “Temos observado o aumento da infração de ultrapassagem em faixa dupla contínua. E visando coibir, além da fiscalização normal, nós utilizamos a tecnologia do drone, que é uma ferramenta que vem auxiliar a PRF”, afirma.

Cerca de 50 agentes da PRF reforçarão a segurança nas áreas críticas, onde contarão com o auxílio de 12 drones para identificar as possíveis infrações ao longo da estrada. Teixeira reforça também que essa é uma ferramenta que “já está incorporada em nossa atividade. Não só na parte de trânsito, mas também na área de combate ao crime. Utilizamos nas fiscalizações de trabalho escravo, no combate ao crime e em áreas onde não se tem uma visão total.

Um dos pontos na fiscalização é no km 7,5, trecho da BR-316 com maior ultrapassagem o ano inteiro. Sobre o alcance do drone na rodovia, Teixeira observa: “Geralmente, estipulamos cinco quilômetros para um lado [da pista] e cinco quilômetros para o outro”. “Existe um operador do equipamento e temos a parte que realiza a abordagem do veículo. Captou a imagem da ultrapassagem, ele [o agente] avisa e é feita a abordagem”, descreve.

“Assim como nós temos outras tecnologias como o radar portátil e o etilômetro, o drone vem somar para ajudar na fiscalização. É uma tomada aérea [o drone]. Uma equipe se posiciona em um determinado local e, quando o condutor faz uma ultrapassagem, fazemos um levantamento aéreo e acompanhamos esse veículo até o ponto de abordagem da equipe [da PRF]. Após isso, é feita a identificação e notificação por ultrapassagem em local proibido”, detalha o superintendente.

Reforço

“Vamos tornar esse uso uma rotina nas fiscalizações de trânsito, principalmente no combate à ultrapassagem”, acrescenta Haroldo, ao evidenciar que é a primeira vez que utilizam os drones na operação durante o mês de julho. Ele lembra, ainda, que, além dos objetos aéreos, o efetivo será reforçado no local da operação: “A gente precisa dar uma atenção não só na saída de Belém, mas também no retorno. E, por isso, a gente reforça com mais policiais”, frisa Teixeira.

De acordo com o superintendente, a tecnologia com o videomonitoramento é uma forma de tornar as operações ainda mais eficazes. “Quando não se tem um efetivo ideal para fazer esse tipo de fiscalização, tem que se utilizar de ferramentas tecnológicas. Ao invés de colocarmos duas ou três equipes [em um ponto], colocamos apenas uma equipe. E, com a ajuda do drone, torna a operação mais eficiente, liberando os agentes para outras fiscalizações”, destaca o superintendente.

Ponto crítico

O trecho escolhido para intensificar a fiscalização se dá devido ao grande fluxo de condutores trafegando nesta época do ano e devido ao aumento de infrações registradas na região, conforme explica Teixeira: “O principal trecho com acidentes por conta desse tipo de infração é entre Castanhal e Santa Maria [do Pará], onde ainda se tem uma pista simples. Agora que iniciou a obra de duplicação. A gente foca nessa engenharia de rodovia por conta do grande índice de acidentes”.

“O objetivo maior [da operação] é preservar vidas e evitar acidentes. Temos observado que a infração de ultrapassagem em local proibido gera uma consequência muito grave. Geralmente, os acidentes são de colisões frontais e com vítimas. Então, tentamos utilizar essa ferramenta tecnológica justamente para diminuir a questão dessas ocorrências nas rodovias [federais] do Pará”, acrescenta o policial rodoviário.

Dicas

O superintendente descreve, também, como realizar ultrapassagens de forma segura e em que condição é permitida: “A ultrapassagem proibida é quando tem a linha dupla contínua. Além da faixa pintada no leito da rodovia, se tem as placas sinalizando que não pode ultrapassar. Por isso, deve-se observar e aguardar o momento correto e o local para fazer a ultrapassagem”. E ainda, “ter uma distância do veículo à frente, sinalizando sempre a saída da faixa e o retorno”, alerta.

Fonte: O Liberal

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