Informe RC
UM NÃO DOÍDO
Bem poucos santarenos de nascimento ou opção residentes no município são contrários a criação do Estado do Tapajós, não dando o voto SIM na plebiscitária de 11 de dezembro para nossa emancipação política e governar nosso destino. Nada contra o Pará, não vamos deixar de ser paraenses, mas esta eleição “histórica”, isenta de paixões partidárias, como toda eleição, custa caro, precisa do apoio financeiro da população representada por prefeituras situadas na área a ser desmembrada, comércio, grandes empresas, multinacionais ou não, implantadas no Oeste paraense, se desejam o desenvolvimento da região. Caso contrário, ficamos expostos ao insucesso, mas vale lutar. A negativa, da bronqueada empresa Cargill Agrícola “única”, de não dar apoio financeiro ao movimento Pró-Tapajós alegando ser apolítica, não tem precedente na história de Santarém, mas tem nome: ingratidão. A palavra, quem bem definiu seu significado, foi o imortal poeta paraibano Augusto dos Anjos, no poema “Versos Íntimos” (procure ler). Certo está o padre ambientalista Edilberto Sena quando diz: empresas como a Cargill só querem ganhar dinheiro, mudar costumes, degradar o meio ambiente e tchau… O padre tem razão.
HOJE É BEM DIFERENTE
Na 1ª edição da revista Veja deste mês, na matéria “Especial-Cidades, as melhores e piores”, onde são avaliados índices de desenvolvimento urbano das cidades brasileiras, relacionando avanços e deficiências para assegurar uma melhor qualidade de vida a seus habitantes, lista as 5 melhores e 5 piores, tomando como base o ano de 2009. Em alguns quesitos, Santarém esteve entre as piores, como: acesso a internet de alta velocidade, saneamento, renda e mortalidade infantil. Faturou dois primeiros lugares, um bom, outro ruim. O bom: possui a mais baixa taxa de criminalidade, garantindo tranqüilidade a sua população. Apareceram delegados requerendo a paternidade do falso sossego. A ruim: possui o pior lixal do Brasil, misturando humanos com urubus. E olhem, a empresa coletora do lixo, Clean Ambiental, se diz expert em meio ambiente. Desta, ninguém quis ser pai, é a Clean mesmo! Na opinião de um velho policial, o quadro mostrado feito há quase 3 anos difere do presente, homicídios são quase diários, a periferia está tomada de gangues, traficantes e bocas de fumo, assaltos e roubos passam de uma centena por dia. Quem quer ser o pai?
REGIONAL E DETRAN: AMBOS TIRAM VIDAS
Se partidários do bem intencionado governador Simão Jatene não colocarem o Hospital Regional para funcionar como o previsto desde 2007, prometido pela excelência, com atendimento a pacientes de alta e média complexidade, fazendo jus aos 7 milhões de reais/mês, repassados religiosamente pela SESPA à conta bancária da Pró-Saúde, administradora do Hospital, esclarecendo a população os avanços a dinheirama do SUS, vindos à tona recentemente, principalmente a participação “benemerente” da empresa Ganso, serviços de hemodiálise, desde o início até hoje, mostrando valores percebidos mensalmente, com nome, endereço e número de doentes assistidos, e o DETRAN “não por culpa da Dra. Roberta Merabet”, apertar o cerco nas facilidades concedidas para obter carteiras de habilitação, graças a dois examinadores bacanas vindos de Belém, não vai ser fácil o PSDB ganhar eleição do PT em 2012 na disputa pela Prefeitura. Como quem desvia dinheiro do SUS tira vidas, um mal motorista também, estão matando demais em Santarém.
CONVERSA FURADA
O ingênuo vereador Gerlande Castro “PSD, ex PP”, em entrevista dada a jornal local, mostra entender de política tanto quanto o advogado festeiro, Sandro Lopes, de Trânsito. Vamos aos finalmente: para evitar inchaço político no partido, durante 12 anos de governos tucanos no Pará, o PFL, hoje DEM, aliado a época a nível nacional, foi copa/cozinha do PSDB no Estado, papel agora a ser desempenhado pelo PSD, sigla dada ao governador Jatene pelo seu fundador, prefeito de São Paulo. Melhor explicando, vai agasalhar políticos adesistas sem luz própria e condições de sobreviverem sem as benesses do poder, com uma ordem: ajudar nas municipais de 2012 os candidatos do PSDB. Apoio à Prefeita do PT na Câmara é uma história, justificar por ter ajudado na sua reeleição é outra, embora a motivação seja bem diferente. Quanto à independência do PSD no Município em rejeitar nome lançado pelo PSDB/DEM, deixa de ser história, passa a ser lorota. Nesta bravata do Gerlande nem a Maria do Carmo e o Everaldinho acreditam, muito menos do partido ser de centro.
SILENCIARAM
No “Senadinho” das laterais da Garapeira Ypiranga, na Praça da Matriz, numa das reuniões da semana, em sessão secreta, num grupo de 12 “senadores”, o assunto abordado era o silêncio do dep. Alexandre Von e vereadores de oposição a Prefeita às novas mazelas tornadas públicas praticadas pela Pró-Saúde, administradora do Hospital Regional, já que a atuação do parlamentar durante anos foi denunciar maus feitos da direção, contando sempre com ajuda dos legisladores que reproduziam no Legislativo-mirim as denúncias pesadas feitas pelo Deputado contra os dirigentes do hospital por não cumprirem com a finalidade para o qual foi criado e ainda estar sendo assaltado por prestadores de serviços médicos. Desde a denúncia feita na Assembléia e na Câmara contra a empresa Ganso “serviços de hemodiálise”, de embolsar indevidamente acima de 10 milhões do SUS, o parlamentar e vereadores parecem ter comido abiu, calaram, dizem os “senadores”. Será?
NÃO É BOM CAMINHO
No entendimento de um ex-governador do Pará “Magalhães Barata”, Lei era potoca. Desta vez, decisão da Justiça passou a ser, pelo menos por enquanto. A determinação do Juiz Elder Lisboa, titular da 1ª Vara da Fazenda da capital “impondo obrigações as partes, estado e sindicato” tomada na sexta (07) decretando o fim da greve dos professores, tida como ilegal, da rede pública estadual, mandando retornarem segunda-feira passada às salas de aulas depois de 42 dias afastados, não foi obedecida, continuaram a grevar, deixando mais de 600 mil alunos sem estudarem. Os mestres têm razão em exigir o pagamento do piso nacional da categoria, que o Estado mostrou com dados aos grevistas e ao magistrado não poder pagar, o mesmo ocorrendo com outras unidades da federação onde não estão em greve, mas prometeu repor já que paga 94,5% do exigido. Radicalizar e desmoralizar a Justiça não é bom caminho, principalmente quando recusam descontar nos contracheques os dias parados. Ganhar sem trabalhar?
O CHUTE VEM DEPOIS
Em 2006, quando o Deputado Federal e candidato ao governo do Rio, o quase ministro Carlos Lupy “PDT” numa alfinetada no PT falou: meu partido é limpo, não tem sanguessugas nem mensalão. O tempo passa. O último número de revista de circulação nacional acusa o ministro do Trabalho de acobertar corrupção no seu ministério, seus assessores paus-mandado, cobravam propinas em convênios com ONGs picaretas nos mesmos moldes usados no Ministério dos Esportes pelo recém defenestrado Orlando Silva “PCdoB”, por ter escorregado em bolas de dinheiro na garagem. Desta vez, o Ministro acusado não recebeu da excelência o consolo dado a outros 5 ministros exonerados por corrupção: a presunção de inocência. A companheira mandou abrir processo contra Carlos Lupy para se explicar. O Ministro, como os outros, se diz inocente, afirma não deixar o cargo, mas o chute vem logo depois.
NÃO ENTENDE NADA
Nada contra o titular da Secretaria Municipal de Transportes, meu conhecido, advogado Sandro Lopes, simplesmente está colocado no lugar errado por nada entender de trânsito, a não ser escrever a palavra. Uma cidade com mais de 200 mil habitantes, com movimento intenso de veículos e motos acima de 60 mil (30% de condutores inabilitados) não pode continuar colocando vidas humanas em risco por falta de sinalização, sinais de alertas queimados em locais de perigo, como ocorreu mês passado na avenida Rui Barbosa com a Trav. Professor Carvalho, onde em 15 dias, duas vidas foram cortadas, como muitas outras, o que poderia ser evitado se não tivesse no lugar um leigo na matéria. Cada um dentro do seu cada um, o um do Sandro está oferecendo perigo, melhor trocar antes que seja tarde e novas vidas sejam ceifadas.
BASTA IR LÁ E OUVIR
O Ouvidor Municipal, Milton Peloso “PT”, recentemente declarou do maior número de queixas no setor serem contra a Seminf. Pode ser, ganhou da Celpa e da Vivo, mas a afirmativa passou a ser suspeita pelo Ouvidor não ser simpático a seu colega de trabalho, pertencer a uma tendência interna do PT pouco ligada a Prefeita e possuir um irmão disputando na eleição interna entre filiados do partido a indicação de pré-candidato a Prefeito. Até aí tudo bem, faz parte do jogo democrático. Mas os queixumes podem diminuir se o Milton quiser colaborar com a administração e ir ao bairro da Matinha, próximo a Madeireira Alecrim e escutar os moradores que estão reclamando da empresa Berttolini, ameaçados do direito de ir e vir assegurado pela Constituição, numa passagem existente há 50 anos e mostrar à excelência maior do Município, sua chefa, o meio legal de solucionar o problema.
SE A MODA CHEGA, FECHA
Num País onde é comum crianças de 10 anos serem mães e com pouco mais enveredarem no caminho da prostituição, “chamada infantil”, impedir entrada de menores até 17 anos em motéis, cumprindo à risca o Estatuto da Criança e Adolescente, é uma missão espinhosa para a Polícia e fiscais dos Conselhos Tutelares. Em Belém, a partir deste mês, por determinação da Divisão de Polícia Administrativa, policiais passaram a fiscalizar casas de saliências em busca das cuiantãs, e o valor da multa pelo ilícito tolerado aplicado ao proprietário é de 10 salários mínimos, fora as complicações com a Justiça. Se esta moda chegar a Santarém é melhor fecharem, 70% da freqüência, as parceiras “professoras de indecência” têm de 12 a 17. Sacanagem aprende cedo.
O MUNDO DÁ VOLTAS
O pré-candidato à prefeitura de Belém, Almir Gabriel “PTB”, fundador do ninho tucano no Estado, começa a agitar seus ex-companheiros do PSDB, impondo a 1ª surpresa entre a passarada. O senador Flexa Ribeiro, sócio-proprietário da empresa de engenharia Engeplan, amigo e ligado a todos os governadores e prefeitos da capital dos fins de 1970 para cá, dos quais recebeu dezenas de obras, exceção do governo do PT, declarou: se Almir for candidato desiste de sua postulação ao cargo, não disputa contra quem mantém laços de amizade, surpreendendo seus atuais companheiros. Esta baixa não devia estar contabilizada pelo governador Jatene, embora num passado recente tenha sido a criatura preferida do criador. Na política o mundo dá voltas.
DIVIDIR O PÃO
Semana passada, professores e alunos, com gritos, pratos, faixas e narizes de palhaço, tomaram conta da câmara de Monte Alegre, protestando indignados contra o “educado” prefeito Jardel Vasconcelos, acusado de fazer mágica de 2009 para cá com o dinheiro repassado pelo Fundeb à merenda escolar dos estudantes do ensino médio de muitas escolas, segundo os manifestantes constatados por uma equipe da Seduc. Os mestres e a estudantada querem o impeachment do gestor ou saber onde foi entocado a grana da comida, já que o sabido Jardel apresentou comprovantes de pagamento de 600 mil refeições. Desde que inventaram governabilidade ou base aliada “dividir o pão” ficou mais difícil punir prefeito.
PERGUNTAR NÃO OFENDE
Para que aprovar Lei do Ficha Limpa se desvios de recursos públicos está prestes a ser institucionalizado no País? Por que a companheira Dilma não põe o espanador pra funcionar e limpar de seu governo as mazelas herdadas do anterior? E não repudia chantagem de parlamentares de sua base aliada quando um ministro, arrecadador de propina, é acusado de praticar desvios como ocorre com o do Trabalho? Se a presidente não age e nem reage, melhor jogar o espanador e deixar tudo como está.
Por: Ronaldo Campos
