Exército reforça combate a incêndio na TI Mãe Maria no sudeste do Pará; 10% da floresta foi queimada
Tropas do Exército chegaram à Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Pará, nesta segunda-feira (16), para ajudar no combate ao incêndio que há mais de duas semanas se espalha pela Terra Indígena Mãe Maria. O fogo já destruiu cerca de 10% da área de floresta, matou animais e fez com que aulas fossem suspensas e indígenas deixassem as aldeias.
As equipes do Comando Militar do Norte levaram helicóptero, tratores, caminhões pipa e outros veículos para atuar em conjunto com a Defesa Civil Municipal e Corpo de Bombeiros. Uma base foi montada em uma escola da aldeia Kikatêjê.
Também estão na TI Mãe Maria, desde sábado (14), as brigadas enviadas pelo Instituto Brasileiro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e pela Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi).
Na semana passada, a Defesa Civil Municipal pediu ajuda para os órgãos federais para a operação de combate as chamas.
Neste primeiro momento, os caminhões tanque do Exército são usados para abastecer os cestos dos helicópteros que combatem o incêndio em focos de difícil acesso pelos brigadistas. Os veículos também ajudam no trabalho de rescaldo de focos ao longo da rodovia BR-222.
Os tratores de esteira trabalham na preparação de aceiros – uma espécie de abertura de caminhos na vegetação – para a impedir o alastramento do fogo para outras áreas da floresta preservada.
Os militares também colaboram para levar combustível às equipes no terreno e para realizar o reconhecimento de locais de difícil acesso.
A TI Mãe Maria tem uma área equivalente a 62 mil campos de futebol onde vivem 1302 indígenas. Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), os primeiros focos de incêndio no território foram identificados no início do mês de julho e a situação se agravou em decorrência da seca prolongada na região.
Ainda, de acordo com a Funai, o Corpo de Bombeiros atua desde o início no combate ao fogo e reuniões foram realizadas com outras instituições – como o Ministério Público Federal (MPF) – para definições ações conjuntas.
“A fundação tem articulado para trazer reforços de brigadistas de outros estados e há, ainda, a possibilidade de apoio aéreo, que pode ser oferecido pelo Governo do Estado do Pará”, diz a nota.
Dados da plataforma BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que somente no domingo (15), 45 focos ativos foram identificados na TI Mãe Maria.
“São muitos focos e pontos onde o fogo começa e se espalha”, reforçou o cacique Katê Parkatêjê, da aldeia Gavião Parkatêjê, que na semana passada retirou indígenas de aldeias, durante a noite, por causa da fumaça dos incêndios. É importante fazer um trabalho para capacitar o povo das aldeias para se tornarem brigadistas também. Assim teríamos equipes permanentes na terra indígena”, pediu o líder Gavião.
Fonte: G1/Pará
Imagem: Divulgação/Exército