Possível valsa de Chopin é descoberta após quase 200 anos
Uma valsa possivelmente escrita pelo compositor polonês Frederic Chopin foi descoberta. Ao menos é o que o curador Robinson McClellan e o estudioso em Chopin Jeffrey Kallberg acreditam.
O manuscrito, do tamanho de um cartão de índice e datado entre 1830 e 1835, foi descoberto na sessão de recordações culturais no cofre da Biblioteca e Museu Morgan, em Manhattan. Chopin, que escreveu principalmente solos para piano, morreu aos 39 anos na França em 1849.
Após uma análise completa do papel, tinta e caligrafia, o Museu Morgan concluiu que a obra é de fato uma valsa desconhecida do compositor polonês. A descoberta é importante por ser a primeira do gênero em mais de meio século.
A obra, que se acredita estar incompleta, é mais curta do que as outras valsas de Chopin e difere em muitos aspectos do que é considerado o estilo característico do compositor. A peça, na tonalidade de Lá menor, tem marcações incomuns.
Apesar da semelhança de estilo, o que se sabe com certeza, é que o manuscrito foi escrito por Chopin. A caligrafia combina, e o papel se alinha com o produzido na era em que ele estava fazendo música no início e meados de 1800.
Se ele compôs ou não a música, é algo aberto a um debate e interpretação mais amplos. Mas para os especialistas McClellan e Kallberg, não é absurdo pensar que Chopin não tenha publicado a peça por ser comum, na época, usar pequenos cartões com composições como “moedas sociais” e usá-las como presentes.
A origem do manuscrito não é conhecida, mas ele chegou à posse do museu através do espólio do educador musical Arthur Satz, que o comprou da esposa do falecido colecionador de autógrafos A. Sherrill Whiton Jr.
Mas agora a música está disponível no mundo todo, pois o pianista Lang Lang gravou a valsa a pedido do NY Times no Steinway Hall em Manhattan e McClellan espera que mais pessoas “a toquem, estudem e a apreciem”.
O manuscrito permanece no museu, onde ficará em exposição.
Por Rodrigo Neves