Mistério – Polícia investiga morte de pescador no Ituqui
O corpo do pescador Fernando Gomes Pereira, de 65 anos, morador do vilarejo de Piracauera de Baixo, foi encontrado por colegas de trabalho por volta das 05h da última quarta-feira, 08, boiando nas águas do rio Amazonas, em frente a comunidade de Ituqui. Ele havia desaparecido desde a tarde de segunda-feira, 06, quando caiu de uma bajara, na Ilha do Meio, na comunidade de Fátima de Urucurituba.
Segundo familiares de Fernando, ele caiu da bajara no momento em que tentou pegar seus óculos dentro do rio Amazonas, em meio a um temporal quando fazia a travessia juntamente com sua neta, Shayla do Livramento Melo, de 09 anos, para Piracauera de Baixo. Já a menina Shayla conseguiu remar até a margem mais próxima do rio, onde pernoitou, até ser encontrada por volta das 07h de terça-feira, 07.
A doméstica Raimunda do Livramento Pereira, esposa da vítima, conta que veio para Santarém juntamente com Fernando após seu neto adoecer e, que na bajara trouxeram peixes para vender no Mercadão 2000. Dona Raimunda disse, ainda, que após Fernando comercializar os peixes lhe convidou para voltar para casa, porém, a doméstica não acompanhou seu marido por causa de seu neto ter ficado internado no Pronto Socorro Municipal e, que por isso a menina Shayla seguiu seu avô na viagem.
“Ele (Fernando) falou: Vou embora. Eu disse vai lá a bordo, pega a minha roupa e vai buscar a menina. Quando embarcou por volta das 05h e passou na Ilha do Meio, deu um temporal. Aí ele caiu, e ainda disse para a Shayla: Minha filha meu óculos caiu”, relata a doméstica, ressaltando que quando Fernando caiu no rio, tentou segurar na beira da bajara e falou para sua neta desligar o motor.
“Ela (Shayla) ficou olhando e desligou o motor. Aí ficou pelejando para ajeitar a bajara para seu avô subir. Ela tentou muito, mas não conseguiu, então, saiu remando e ficou olhando quando o avô sentou. Ela começou a chorar e continuou a remar de um lado para outro no meio do rio até chegar na margem”, detalhou.
APARIÇÃO – Shayla Melo relatou que quando conseguiu atravessar a praia e chegar na margem do rio, dormiu dentro da bajara, no meio do mato e, que na hora do vendaval tirava água da pequena embarcação e se embrulhava no encerado. “Em um determinado momento vi o meu avô do meu lado, mas depois ele sumiu, como se estivesse me ajudando a sobreviver”, conta a menina, que ficou no matagal desde a tarde da última segunda-feira, 06, até 07h de terça-feira, quando foi encontrada por familiares.
Por: Manoel Cardoso