Meta do Minha Casa Minha Vida 2 sobe para 2,4 milhões de casas
A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira, o critério da extrema pobreza na definição dos beneficiados na segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida, que favorece as regiões Norte e Nordeste. A presidente participou da assinatura de convênios do programa com 2.582 municípios com até 50 mil habitantes, um investimento de R$ 2,8 bilhões do governo federal na construção de 107 mil unidades. Na solenidade, Dilma anunciou a ampliação da meta do Minha Casa, Minha Vida de 2 milhões para 2,4 milhões de unidades, a partir do próximo mês.
– A primeira condição é o déficit habitacional, por esse critério a concentração seria nos grandes municípios. Mas leva em conta também a desigualdade social, a existência de pobreza nos municípios e nas regiões. A combinação desses dois critérios permitiu que a gente pudesse enfrentar com muita determinação a concentração de pobreza em algumas regiões. O nordeste é uma dessas regiões. Este é um programa que tem de dar prioridade a atender primeiro os que mais necessitam. Falta casa e, além disso tem miséria, é ali que tem de estar o Minha Casa, Minha Vida – afirmou a presidente.
Dilma disse que estudos de organismos internacionais mostram que, enquanto o Brasil está distribuindo renda, os países mais ricos estão aumentando a desigualdade. Para ela, o Brasil vai na contracorrente dos países ricos.
– Estudos de quem quer que seja a respeito de distribuição de renda mostram que os países desenvolvidos estão voltando para trás. Há um aumento significativo na desigualdade de renda nos países mais avançados. O Brasil está na contra corrente. É um país que tem uma visão clara da importância da melhoria de vida da sua população, porque de fato país rico é país sem pobreza e país sem pobreza é país que oferece oportunidades para a sua população. Nós somos um país na contra corrente e, por isso, é que tenho certeza que este país vai dar um salto cada vez mais e sucessivamente. É um país que percebe que sua maior riqueza é a riqueza da sua população – disse.
Dilma afirmou que, além de construir casas para a população, o Minha Casa, Minha Vida também vai impulsionar a economia dos pequenos municípios:
– Nesses municípios, o governo vai investir R$ 2,8 bilhões na primeira etapa. Isso significa levar oportunidade de emprego, gerar e fazer rodar o círculo virtuoso. Porque o comércio local vai se desenvolver, as pessoas vão demandar cimento e, assim, como a gente faz justiça social, a gente faz crescimento econômico. É com a mesma engrenagem que as coisas são produzidas.
Em seu discurso, a presidente disse que o Minha Casa, Minha Vida foi melhorando nos últimos anos. Lançado no governo Lula, a meta do programa era construir 1 milhão de casas. Na segunda etapa, a meta foi para 2 milhões e, agora, o governo está concluindo estudos para ampliá-la em 400 mil unidades, mas ainda falta definir a distribuição desse total por faixas de renda e municípios.
– Nós fomos cada vez mais melhorando esse programa. Ninguém achava que se devia dar subsídio para fazer a casa própria. Falar em subsídio no Brasil era tabu. Não era aceitável. E era impossível resolver o problema sem subsídio, porque a renda das pessoas não suportava o custo da produção. Por isso, esse programa reconhece a obrigação do Estado brasileiro com as populações que, ao longo dos anos, foram marginalizadas e excluídas da casa própria – disse.
A presidente destacou a parceria do governo federal com os estados e municípios. Segundo Dilma, no Minha Casa, Minha Vida não há escolha de beneficiados com base nas cores partidárias:
– O Brasil veio evoluindo depois que reconquistamos a democracia. Somos um país que convive com a liberdade de imprensa, com a multiplicidade de opiniões e com a crítica, mas o nosso grande passo foi sermos capazes de ter relação republicana com prefeitos de qualquer origem partidária. Somos governantes para todos os prefeitos sem distinção de partidos políticos e origem – afirmou.
Fonte: O Globo