O DIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO

Hoje, a mãe pátria deveria amanhecer em festa, pois é o dia consagrado a um dos nossos símbolos nacionais, o dia do Hino Nacional Brasileiro.

Digo que deveria ser um dia festivo porque atualmente a nossa música maior está relegada ao segundo plano, quase esquecida. Só é bem lembrada quando antecede um jogo da seleção brasileira, mas pouco se sabe sobre ela, como por exemplo, que os seus versos são escritos em português clássico.

Razão por que é oportuno um pouco de história. Esta nunca não faz mal para avivar a memória ou então para servir de gotas de cultura a alguns desatentos ditos patriotas. Será que ainda há?. E saiba, então, a partir daqui que, o Hino Nacional Brasileiro tem letra de Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e música de Francisco Manuel da Silva (1795 -1865). Foi adquirida por 5:000$ cinco contos de réis a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922  pelo então presidente da república Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2 de setembro de 1971.

E olhem mais, o Hino deve ser executado em continência à Bandeira Nacional (quando eu era soldado parava-se onde quer que se estivesse.  Até o trânsito parava em respeito a ele). E deve ser executado também em continência ao presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, assim como em outros casos determinados pelos regulamentos de continência ou cortesia internacional. Sua execução é permitida ainda na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias religiosas de caráter patriótico e antes de eventos esportivos internacionais.

O que antes não era necessário, pois, pelo menos onde estudei, na minha infância, sob a batuta das professoras Raquel e Judite Davina Santos, Helena Bezerra, Maria do Céu Cunha, e muitas outras abnegadas, depois no Seminário São Pio X e Colégio Dom Amando, cantava-se antes do início das aulas e hasteava-se o Pavilhão Nacional.

A partir de 22 de setembro de 2009, o Hino Nacional Brasileiro tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o País. Ao menos uma vez por semana todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo. (Quem fiscaliza?) Creio que não seria necessária uma lei para isso, se houvesse uma continuidade nos ensinamentos dos sentimentos cívicos que se aprendia na juventude para que se formasse cidadão com amor à Pátria.

A música do hino é de Francisco Manuel da Silva e foi inicialmente composta para banda. Em 1831, tornou-se popular com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I. Posteriormente, à época da coroação de Dom Pedro II, sua letra foi trocada e a composição, devido a sua popularidade, passou a ser considerada como o Hino Nacional Brasileiro, embora não tenha sido oficializada como tal.

Após a proclamação da República os governantes abriram um concurso para a oficialização de um novo hino, ganho por Leopoldo Miguez. Entretanto, com as manifestações populares contrárias à adoção do novo hino, o presidente da República, Deodoro da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a composição de Francisco Manuel da Silva, estabelecendo que a composição de Leopoldo Miguez seria o Hino da Proclamação da República.

Durante o centenário da Proclamação da Independência, em 1922, finalmente a letra escrita pelo poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada tornou-se oficial. A orquestração do hino é de Antônio Assis Republicano e sua instrumentação para banda é do tenente Antônio Pinto Júnior. A adaptação vocal foi feita por Alberto Nepomuceno.

De acordo com o Capítulo V da Lei 5.700 (0109.197) que trata dos símbolos nacionais, durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio. Civis do sexo masculino com a cabeça descoberta, (ou seja, sem o bonezinho!) e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Além disso, é vedada qualquer outra forma de saudação (gestual ou vocal como, por exemplo, aplausos, gritos de ordem ou manifestações ostensivas do gênero, sendo estas desrespeitosas ou não).

Segundo a Seção II da mesma lei, execuções simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema cantadas em uníssono. Portanto, em caso de execução instrumental prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução cantando, deve-se manter, conforme descrito acima, silêncio.

Em caso de cerimônia em que se tenha que executar um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.

E, atenção!  É proibida a execução de quaisquer outros arranjos vocais ou artístico-instrumentais do hino.

Lamentavelmente, corre no País um movimento para trocar a letra do Hino Nacional, por acharem que é muito confusa. É uma pena! Pois os outros países não trocam de hino como trocam de presidente ou de regime político, sistema de governo, etc… É uma pena, digo, porque quando alguém vem me questionar sobre a dificuldade de se entender a letra do Hino Nacional, respondo-lhe, já como professor de língua portuguesa de trinta anos de magistério, desde a alfabetização de adultos ao ensino superior. É desculpa para se justificar a pobreza do vocabulário. Nivela-se por baixo, pelo minimismo. Ou a preguiça mental, de pelo menos ter o trabalho de consultar um dicionário e saber, por exemplo, que:

Margens plácidas – “Plácida” significa serena, calma. Ipiranga – É o riacho junto ao qual D. Pedro I teria proclamado a independência. Brado retumbante – Grito forte que provoca eco. Penhor – Usado de maneira metafórica (figurada). “Penhor desta igualdade” é a garantia, a segurança de que haverá liberdade.                Imagem do cruzeiro resplandece – O “Cruzeiro” é a constelação do Cruzeiro do Sul que resplandece (brilha) no céu. Impávido colosso – “Colosso” é o nome de uma estátua de enormes dimensões. Estar “impávido” é estar tranqüilo, calmo. Mãe gentil – A “mãe gentil” é a pátria. Um País que ama e defende seus “filhos” (os brasileiros) como qualquer mãe.  Fulguras – do verbo fulgurar (reluzir, brilhar). Florão – “Florão” é um ornato em forma de flor usado nas abóbadas de construções grandiosas. O Brasil seria o ponto mais importante e vistoso da América. Garrida – Enfeitada. Que chama a atenção pela beleza. Lábaro – Sinônimo de bandeira. “Lábaro” era um antigo estandarte usado pelos romanos. Clava forte – Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.

Então, num País que não tem tempo de tratar de outro assunto a não ser corrupção nos quatro pontos cardeais é justificado que não se deem a devida atenção ao Hino Nacional, porque se pretende a cada dia mais destruir os valores, os heróis nacionais, e por, conseguinte, os símbolos nacionais. Já é hora de se evocar as palavras do Almirante Barroso quando convocou os brasileiros, para reta final da batalha de Riachuelo, na guerra do Paraguai. – “O Brasil espera que cada um cumpra com o seu dever”. Esperamos que se cumpra com o dever cívico ao Hino Nacional Brasileiro.

Post scriptum: Na sexta-feira santa, quando aguardava a estréia do filme XINGU, encontrei com um amigo santareno, no shopping, em Belém, que me perguntou: é verdade que Santarém não tem mais um buraco nas ruas? Eu lhe respondi que pelo menos na Avenida Tapajós não. Porque com a enchente parte dela já está encoberta pelas águas. Está no fundo! Logo, as águas já cobriram a todos os buracos. Agora, aguarda quando a água baixar!

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Hoje, também é o dia Internacional do Beijo e o FLUMINENSE reabre o seu salão de Baile, com a nova pista de dança, do Palácio Tricolor. Com dupla atração: Milton Milena e Caetano, Delson, Banda Estilus e a cantora Diane Freire, farão a animação musical, com o melhor da Saudade e todos os ritmos para você ouvir, dançar e namorar. Não Perca!

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