DOMINGO É PARA FAMÍLIA
Escrevo este texto no início do dia do trabalho (por extensão se chama o dia do trabalhador),e por ironia do destino e paradoxalmente, não tem trabalho, para muitos.
Denominei, assim, o papo de hoje, porque me lembrei da manifestação realizada pelo Sindicato dos Comerciários, no dia 27.03, na Câmara Municipal de Santarém, por ocasião da Sessão Ordinária, transformada em audiência pública para receber sugestões da população para o Código de Postura do Município, em fase de discussão pelo Legislativo Municipal e tão necessário ao nosso Município, pois uma das palavras de ordem, pela comitiva organizada, era justamente, a frase que tomei emprestado para hoje.
Em uma economia capitalista, como a nossa, o domingo realmente é para a família, quando estamos de folga, ou quando atuamos em algum segmento da sociedade que não precisa funcionar em domingos, feriados e dias santos (já quase apagados dos nossos calendários).
Quem não gosta de ir a uma praia, ao parque, ao shopping, a igreja, ao cemitério, ao museu, a uma viagem de recreio? A um passeio, ou a uma viagem a serviço, de ônibus, de barco em um dia de folga? Mas para usufruirmos dessa folga, e realizarmos o nosso desejo, a nossa programação é preciso de um batalhão de pessoas que estão ali para prestar os seus serviços. Para nos atender. Estão de plantão, hora extra, ou coisa parecida.
Raciocinar em não trabalhar no dia de domingo ou feriados é estar fora da realidade trabalhista, como já falamos acima, em uma economia capitalista e numa economia como a de nossa cidade, quase recessivas, é desprezar o emprego, e impor uma paralisia na economia local.
Primeiro entendo que não é matéria para se colocar na Lei Orgânica do Município, ou Código de Postura do Município, horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, ou de trabalho dos empregados, creio que deve ser discutida em Dissídio ou Acordo Coletivo da Categoria, como se fazia no tempo em que eu era diretor do Sindicato dos Bancários do Pará.
Mas acredito, também, que já é o momento de repensar esse modelo, de vez que Santarém já está prestes a receber um novo e mais amplo Shopping, que estão construindo na rodovia Fernando Guilhon e este empreendimento vai necessitar de mão de obra qualificada, (o balconista que atende o cliente na base do “diga”, já está em extinção). E vai funcionar em regime de plantão, ou turnos de empregados, inclusive nos feriados, dias santos e domingos.
Então, a oportunidade de emprego que oferecerá, a continuar com esse pensamento de que “todo domingo é da família”, estará prejudicada, por aqui, e como precisarão funcionar terão que trazer mão de obra de fora. Se continuar, tendo gente que não quer trabalhar nos dias de domingo, ficará desempregado.
É hora de começarem a procurar Órgãos de qualificação profissional, existentes em nossa cidade, para começarem a se preparar para a vinda de outras empresas que necessitarão de mão de obra especializada.