Mulher de Cachoeira diz que recusou convite para posar nua

Andressa Mendonça

A mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, afirmou em entrevista ao jornal “O Globo” que foi convidada para posar nua, mas que recusou a proposta.

“Eu fui convidada [para posar nua pela revista “Playboy”]. Mas não vou dar esse gostinho, não! Deixa só para o Cachoeira. Eu contei do convite e ele gostou, morreu de rir. É bem-humorado e espirituoso. Me ligaram convidando para ir conhecer a empresa, ver como é a produção da revista, foram supereducados. Mas eu agradeci e disse que meu papel, nesse momento, não é esse”, disse.

Andressa ganhou destaque na imprensa após a prisão do marido, em fevereiro, depois que operações da Polícia Federal apontaram uma ligação dele com um esquema de jogos ilegais e outros crimes. As denúncias resultaram na abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso.

A dez dias do depoimento de Cachoeira na CPI, sua mulher disse que ele “está em paz, muito bem, muito equilibrado”.

“Ele está muito bem orientado por três advogados: a doutora Dora Cavalcanti, o doutor Márcio Thomaz Bastos e o doutor Augusto Botelho. Eu tenho certeza de que ele não quer prejudicar ninguém. Ele não é uma pessoa fria. Mas também não está nervoso”, afirmou.

Segundo o Blog do Josias, a entrevista de Andressa , espécie de pombo-correio do marido, vai na contramão do que ela disse há uma semana: “Ele pode explodir. Ele é um leão enjaulado. Ele pode explodir porque é uma pessoa que está presa, sentindo-se injustiçada. […]. Ele se sente bode expiatório.”

Na entrevista publicada hoje, Andressa afirma que conversou com alguns deputados –sem especificar quais–  sobre o depoimento de Cachoeira. “Eu conversei hoje [ontem] com alguns deputados sobre como seria, e eles me garantiram que ele não irá algemado ou com roupa imprópria, da prisão. Eles me disseram que tem um regimento que garante que ele compareça sem algemas, com traje costume, terno e camisa social”, afirmou.

Andressa também comentou sobre as visitas quem tem feito ao marido na penitenciária da Papuda, em Brasília. “Por enquanto, só [nos vemos] pelo vidro, mas estou muito otimista que logo, logo tudo se resolverá. Quando a gente conversa, ele diz que vai acabar tudo bem. Eu também digo que a gente tem de ficar confiante, que é apenas uma turbulência na vida. Quem não passa por isso? Quem está livre de ser preso? Eu digo: “não é só você que está preso. Eu estou presa junto com você. Estou esperando-o muito ansiosa”. Quando sair, será muito bem recebido. O Cachoeira é uma pessoa encantadora.”

Entenda a CPI do Cachoeira

A CPI vai investigar as informações obtidas pela Polícia Federal, por meio das operações Vegas e Monte Carlo, sobre um suposto esquema montado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro de 2012 acusado de vários crimes, entre os quais exploração de jogo de azar, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando. Além de atuar no ramo de jogos, Cachoeira têm atividades também em outras áreas.

Segundo as investigações, Cachoeira construiu uma rede de colaboradores na esfera pública, principalmente atuando em Goiás e no Distrito Federal. Grampos e relatórios da PF amplamente divulgados pela imprensa apontam a relação do bicheiro com: deputados federais, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), além de funcionários da Anvisa, Incra, Receita e Infraero.

Álbum mostra quem foi citado

Escutas telefônicas da PF indicam a atuação do grupo de Cachoeira em atividades do Congresso, na tomada de decisões nos governos do Distrito Federal e de Goiás, em pagamento de favores e propinas a agentes públicos e na interceptação ilegal de e-mails, entre outros.

Relatórios mostram a ligação do grupo de Cachoeira com a empresa Delta Construções, que cresceu fazendo negócios com o setor público e é a empreiteira que mais recebe recursos do governo federal desde 2007. Segundo a PF, há indícios de que a maior parte dos valores que entraram nas contas de empresas fantasmas ligadas a Cachoeira é oriunda da Delta. Políticos receberam doações eleitorais por meio dessas empresas.

A CPI mista é formada por 16 senadores e 16 deputados, respeitando a proporcionalidade partidária no Congresso. A comissão tem o prazo de 6 meses para concluir seus trabalhos, com possibilidade de prorrogação. Uma CPI tem poderes de investigação e pode ouvir testemunhas, investigados, requisitar informações e documentos sigilosos, além de quebrar os sigilos bancário e fiscal. Ao término das investigações, as conclusões devem ser encaminhadas ao MP.

Fonte: UOL

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