STF não reconhece recurso de advogado e Bruno continua preso
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no final da tarde desta terça-feira (8), que não vai analisar recurso protocolado pela defesa do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, acusado de mandar assassinar a ex-modelo Eliza Samudio, em 2010. A decisão foi tomada pelo grupo da Segunda Turma que é composto por cinco ministros.
A defesa tenta reverter decisão do ministro Carlos Ayres Britto, publicada em fevereiro deste ano. Na época, Britto rejeitou um pedido liminar de habeas corpus feito pelos advogados do ex-jogador. Mas, segundo o advogado do goleiro, Rui Caldas Pimenta, isso não atrapalha o pedido de habeas corpus que deve ser avaliado em três semanas. “Recusaram apenas um agravo contra uma liminar de dezembro. Mas isso foi bom, porque já estão olhando o processo”.
O advogado reiterou que o habeas corpus vai ser julgado com sustentação oral. “Eles não rejeitaram o pedido de liberdade. Que vai ser apenas daqui a alguns dias”. Os ministros envolvidos alegaram que a defesa não poderia ter recorrido da decisão provisória porque o habeas corpus ainda vai ser analisado.
A defesa de Bruno acredita que ele deve voltar a jogar pelo Flamengo. O clube carioca admite que pode reativar o contrato, que está suspenso desde a prisão do ex-jogador, dependendo do que a Justiça determinar.
Há quatro dias, Rui Caldas Pimenta afirmou que, nas próximas semanas, o jogador poderia ser liberado da prisão, dependendo dos argumentos que ele utilizasse perante os ministros do STF.
Nesta terça-feira, o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rafael de Piro, afirmou que as portas do clube não estão fechadas para o atleta. “O contrato está apenas suspenso e, em tese, pode ser reativado”.
Em dezembro de 2010, Bruno foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão acusado de cárcere privado de Eliza Samudio, em 2009. O goleiro já cumpriu quase dois anos – mais de um terço da pena –, o que daria a ele a possibilidade de tentar a progressão de pena. “Um terço da pena já foi cumprido e o bom comportamento poderá resultar em uma condicional”, afirma Rui Pimenta.
Entenda o caso
A polícia prendeu sete pessoas e apreendeu um menor suspeitos de estarem envolvidos no desaparecimento da jovem Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo. Eliza, que brigava na Justiça para que Bruno reconhecesse a paternidade do filho, desapareceu no início de junho de 2010. No dia 25 de junho, o filho da jovem foi encontrado na casa de uma amiga de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher de Bruno.
Após ouvir depoimento de dois suspeitos, a polícia concluiu que Eliza teria sido sequestrada com seu filho no Rio de Janeiro no dia 4 de junho e levada para Minas Gerais. Segundo a polícia, a jovem teria sido mantida com o filho no sítio de Bruno e, dias depois, teria sido morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Apesar de a polícia não ter encontrado o corpo de Eliza, o delegado que cuidava do caso concluiu que ela está morta.
Fonte: Hoje em Dia