Rede capacita comunitários a serem agentes de comunicação
Na direção do conceito de “aldeia global”, onde todos estão conectados em uma grande rede de comunicação que elimina fronteiras e une pessoas, em Juruti comunitários de diferentes regiões do Município estão sendo capacitados para desenvolver ferramentas e ações de comunicação. O objetivo é a integração entre as comunidades rurais e delas com a área urbana promovendo a troca de experiências e a disseminação dos conhecimentos tradicionais e das notícias locais.
As comunidades são beneficiadas pelo Programa de Comunicação Comunitária desenvolvido pela empresa de consultoria Magnética Vitae em parceria com o Conselho Juruti Sustentável e, a Colônia de Pescadores Z-42. As atividades integram o programa de Comunicação Social implementado pela Alcoa como parte dos Planos de Controle Ambiental da Mina de Bauxita de Juruti. “A Rede Juruti de Comunicação Comunitária (RJCC) tem a função de ressoar entre as comunidades, promovendo o reconhecimento de seus valores”, diz Magnólio de Oliveira, coordenador pedagógico da Magnética Vitae.
Para isso, são realizadas oficinas sobre técnicas básicas de produção jornalística junto às lideranças e aos comunitários em geral, especialmente a juventude. Como resultado, as cerca de 20 comunidades que participam da Rede já desenvolveram quatro edições de um informativo impresso, vídeos e blogs. Além disso, em breve também serão divulgados spots de rádio sobre temas importantes para os moradores das localidades. Um laboratório multimídia foi montado na sede da Colônia de Pescadores Z-42 para dar suporte às atividades e cinco pólos comunitários reúnem as atividades.
Periodicamente, são realizados encontros intercomunitários, nos quais os participantes podem trocar experiências e apresentar os resultados obtidos com as oficinas. “Nestes encontros, conseguimos fortalecer um pouco mais a comunicação entre as comunidades”, explica Magnólio. “Além disso, mais pessoas estão se aproximando da Rede e se interessando pelo trabalho. Isso é importante, pois a rede trabalha sempre a formação de novas lideranças, para que elas estejam preparadas para acompanhar as mudanças”, avalia.
Na atual rodada de oficinas, que deve acontecer até o fim do primeiro semestre, os comunitários estão sendo estimulados a discutir os temas trabalhados pelas câmaras técnicas do Conselho Juruti Sustentável, que visa a participação de todos os atores da sociedade local na tomada de decisões em prol do desenvolvimento do município desenvolvendo discussões sobre os temas de Saúde; Segurança e Cidadania; Educação, Cultura e Turismo; Meio Ambiente; Desenvolvimento Rural e Urbano; e Infraestrutura e Saneamento.
Segundo Juana Galvão, Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Institucionais da Alcoa Juruti, o programa de Comunicação Comunitária visa estimular e oportunizar o intercâmbio entre as comunidades. “Juruti conta com cerca de 200 comunidades rurais distribuídas numa extensão de mais de oito mil quilômetros quadrados. Uma população informada é fundamental para qualquer processo democrático. Por isso, incentivamos o programa de comunicação comunitária”, afirma.
Expressão – “Eu participei lá na comunidade do Santo Hilário de uma oficina. A gente fez um programa de rádio, montou, entrevistou as pessoas de lá, como se nós fôssemos locutores. Isso pra gente é um futuro, uma coisa muito importante na vida de cada jovem da nossa região, tanto de Juruti quanto de outras comunidades”, conta Luiz Almeida Pereira, morador da comunidade São Raimundo do Oriente.
A experiência de Luiz é o que, segundo Magnólio, revela a importância de desenvolver a comunicação comunitária: o protagonismo das comunidades, que até pouco tempo, tinham pouca ou nenhuma oportunidade de se manifestar. Por isso, o material produzido pela Rede é escrito com as próprias palavras dos participantes.
“Não tem uma intervenção nossa no conteúdo. Podemos intervir numa correção ortográfica ou corrigir a forma de colocar os problemas. A rede se propõe a colaborar com o processo de modificação que está acontecendo aqui, é um processo de transformação das pessoas e da visão que a gente tem do interior”, explica Magnólio.
Fonte: RG 15/O Impacto e Temple Comunicação