MPF suspende eleições no IFPA
A eleição para escolha do novo reitor do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Pará (IFPa) foi suspensa após recomendação feita pelo Ministério Público Federal. A sugestão foi baseada em denúncias de irregularidades, entre elas o número considerado excessivo de nomeações para ocupação efetiva e designação para cargos comissionados realizadas pelo atual reitor, Edson Ary Fontes, durante o período eleitoral.
Em comunicado escrito e em vídeo divulgado terça-feira (22), Edson Ary afirmou que por meio de ofício encaminhou ao MP todos os esclarecimentos solicitados sobre a eleição. O pleito ocorreria ontem, 21, e representa um momento de mobilização de toda a comunidade da instituição, uma das mais respeitadas do Norte e Nordeste do país.
A reitoria garante que a participação do MEC, após a suspensão do pleito, assim como o acompanhamento do processo eleitoral por parte do MPF tem origem em ação proativa da própria direção. “Tendo esta reitoria, reiteradas vezes solicitado via ofício o acompanhamento do pleito por parte das autoridades competentes, a fim de que certifiquem-se da lisura do certame e garantirem a finalização do processo”, explica o texto.
No vídeo, encaminhado junto com o documento, em tom de desabafo, o reitor confronta as informações do Ministério Público e afirma que todos os procedimentos estavam corretos, mas admite ter acatado a recomendação, após reunião com o Ministério da Educação (MEC), em virtude da possibilidade de qualquer uma das chapas recorrerem junto á justiça federal e assim gerar um impasse. “Como nós estamos lutando exatamente para que a democracia se fortaleça dentro da instituição achamos mais sensato estabelecer essa parceria com o MEC, Ministério Público, para que nada paire na lisura do processo da eleição”, comentou o reitor na gravação.
Na recomendação, assinada pelos procuradores da república Felício Pontes Júnior, Alan Mansur e Bruno Valente, constam documentos encaminhados ao MPF que apontam a ocorrência de fraude consubstanciada no possível deslocamento de servidores para oito municípios do Estado do Pará, onde haveria eleição, com a justificativa de atendimento de ações da rede E-tec/Brasil, quando, segundo as denúncias, o objetivo seria de fraudar o processo eleitoral.
De acordo com a documentação que está em posses da procuradoria, os deslocamentos que ocorreriam nos dias 12 a 16 de maio, teriam sido alterados para as proximidades da eleição, no dia 21 de maio. A maioria dos deslocamentos estariam marcadas por via terrestre. No caso de deslocamento por via aérea, no qual é possível a comprovação da viagem em dia e hora, atestou-se que um dos responsáveis pelo ETEC teria viajado no dia 18 de maio para Santarém, com destino a Juruti, e não no período designado.
Fonte: Diário do Pará