Andressa Mendonça se cala na CPI e é dispensada

ndressa Mendonça, mulher de Cachoeira, vai à CPI, mas usa o direito de ficar calada

A CPI do Cachoeira retomou nesta terça-feira os trabalhos para ouvir o depoimento da namorada de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, mas ela ficou calada. Andressa permaneceu sete minutos na sala e repetiu três vezes a mesma frase:

– Vou exercer meu direito de permanecer em silêncio – disse ela, ao ser indagada pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se queria colaborar com os trabalhos da comissão.

Kátia Abreu diz que recebeu ameaças por telefone

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) perguntou se Andressa iria falar sobre as acusações que fez contra ela de que frequentava a casa de Carlos Cachoeira para pegar dinheiro. Andressa voltou a dizer que nada falaria.

– Sua mentirosa e cascateira – esbravejou a senadora.

De terninho preto, sorrindo às vezes, Andressa saiu sem falar nada, para irritação dos parlamentares.

Logo no início dos trabalhos, e antes mesmo de Andressa comparecer, Kátia Abreu pediu a palavra para rechaçar as insinuações da depoente. Para a senadora, há uma tentativa de chantagem, que ela não aceitará.

– Essa senhora disse que Kátia Abreu não saia da casa de Cachoeira pedindo dinheiro. Pelo jeito, a bela virou fera e tem de tomar muito cuidado para não ficar enjaulada – disse a senadora.

Kátia Abreu também narrou um telefonema que recebeu dia 3 deste mês, em seu gabinete no Senado, de um homem que teria dito que ela teria de se retratar sobre acusações que tem feito; caso contrário, iria atrás de sua cabeça. O telefonema teria partido de um orelhão em Taguatinga, cidade próxima a Brasília.

– Quero que mostre as provas de que pedi dinheiro para esse contraventor. Não tenho medo dela nem de seu comparsa – afirmou a senadora.

Também convocado pela CPI, o policial federal aposentado Joaquim Gome Thomé Neto, acusado de fazer grampos a serviço do governo do Distrito Federal, ficou calado e foi dispensado.

Andressa é acusada de chantagear juiz

Na última terça-feira, Andressa pagou fiança de R$ 100 mil à Justiça Federal para não ser presa. Ela é acusada de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, da 5ª Vara Federal, responsável pelo processo em que Cachoeira e mais sete pessoas respondem por corrupção de agentes públicos, violação de sigilo e formação de quadrilha armada.

Na quarta-feira, está marcado o depoimento da ex-mulher do bicheiro, Andréa Aprígio de Souza. Ontem, ela obteve liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar calada durante o depoimento. Andressa irá depor na condição de investigada, enquanto Andréa poderá falar como testemunha.

Cachoeira é suspeito de ter comprado uma fazenda no nome da ex-mulher, manobra similar à estratégia adotada com Andressa Mendonça, que passou a ser investigada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) por figurar como proprietária de uma fazenda de R$ 20 milhões, situada a cem quilômetros de Brasília.

Relatório da PF sobre documentos apreendidos na deflagração da Operação Monte Carlo sugere o sequestro da fazenda em nome da ex-mulher Andrea, situada em Alexânia (GO), próximo a Brasília. Os documentos apreendidos não detalham o valor de compra da fazenda colocada no nome da ex-mulher de Cachoeira.

Já com o imóvel em nome da namorada Andressa, o bicheiro pretendia faturar R$ 38 milhões com novos loteamentos.

As investigações da PF apontam ainda Andrea, a ex-mulher, e o irmão, Adriano Aprígio, como os principais testas de ferro de Cachoeira. A Vitapan Indústria Farmacêutica, empresa que teria sido usada para lavar dinheiro da jogatina, segundo a PF, também já esteve no nome dos dois. A indústria foi avaliada em R$ 100 milhões. Andrea também é sócia do Instituto de Ciências Farmacêuticas de Estudos e Pesquisas (ICF), em Goiânia.

Fonte: O Globo

 

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