Cães morrem após serem esquecidos em carro de pet shop
Uma notícia inesperada abalou uma família paraense na última sexta-feira (17). Acostumada a mandar semanalmente seus dois cachorros – um Yorkshire, de nome Spinner, e um Shih Tzu – Blanc -, a um pet shop localizado no bairro do Umarizal, em Belém, para tomar banho e realizar tosa, a advogada Luzilda Amorim foi surpreendida com uma triste notícia: seus cachorros faleceram antes mesmo de chegar ao pet.
Na sexta-feira (17), os animais, como de costume, foram entregues a um funcionário do estabelecimento, que fazia o transporte até o pet. Horas depois, o dono do local foi até a casa de Luzilda para dar a notícia de que eles haviam morrido, mas ela não estava em casa e a informação foi dada por telefone. ‘Ao atender o telefone fui surpreendida com a notícia de que meus cachorros haviam morrido’, conta, revoltada.
Ainda de acordo com a dona dos cachorros, a explicação que o proprietário do pet deu foi que eles haviam morrido por conta do calor. ‘Ele primeiramente me deu essa informação, mas na verdade eles haviam morrido asfixiados dentro da casinha deles, que foi esquecida no automóvel da empresa que veio buscá-los em minha casa’, explica a advogada, ainda muito abalada.
O caso foi registrado, no mesmo dia, em uma delegacia de Belém por meio de uma queixa crime. No local, segundo a dona dos animais, o proprietário do pet shop confessou que os cães haviam sido realmente esquecidos dentro do veículo da empresa. ‘Agora o caso está nas mãos do nosso advogado. Cada um dos envolvidos deve responder criminalmente e civilmente de acordo com suas responsabilidades, afinal de contas, isso é um crime previsto em lei’, explica.
Sobre a dor da perda, Luzilda é enfática. ‘Eu só espero que seja feita Justiça. A dor é muito grande. Para mim e para minha família, tanto o Spinner quanto Blanc não eram apenas dois animais de estimação, eles eram parte importante da nossa família. Dentro da nossa casa, eram como se fossem meus filhos, pois os tratava dessa forma. Hoje é como se eu estivesse chorando a morte de dois filhos meus. Estou passando um tempo na casa da minha mãe, pois não consigo entrar em casa e não encontrá-los por lá’, finaliza.
Repercussão – Um dos filhos de Luzilda, Ney Júnior, contou de forma resumida, por meio de uma publicação no Facebook, a dor que a família sente em relação à morte dos animais e como de fato aconteceu. Leia na íntegra:
‘Ainda imerso pela dor que sinto, presto uma última homenagem a dois grandes amigos. Na sexta (17), meus dois cachorros, Blanc, um Shih Tzu de quatro anos e o Spinner, um Yorkshire de nove anos de idade, nos deixaram e levaram com eles uma grande parte minha vida e de minha família.
Quem tem um amigo desses sabe o quanto eles são, sabe que se tornam parte da família e não apenas animais de estimação. É uma dor muito grande. Para minha mãe, é como se tivesse perdido dois filhos. Para eu e minhas irmãs, como se tivessemos perdidos nossos dois irmãos. Os mais amáveis, inocentes e companheiros.
Não bastasse a dor, suficientemente grande, outro sentimento nos preenche por inteiro. A revolta. E por isso compartilho o que estamos sentindo com todos vocês, amigos.
Na sexta (17), por volta de 13h da tarde, buscaram meus dois amigos em casa, como faziamos semanalmente, para tomar banho no petshop ‘Petstore Belem’, localizado na Wandekolk entre Boaventura e João Balbi. Entretanto, os dois foram ESQUECIDOS dentro do carro e lá o pior aconteceu. Do jeito que vocês podem ver na foto abaixo, do jeito que nos recebiam em casa, do jeito que levavamos os para passear, os dois faleceram juntos, asfixiados.
Nada preencherá nosso vazio. Nada trará, tão cedo, o sorriso de volta ao nosso rosto. Nada os trará de volta. Mas talvez eu possa evitar que outras pessoas sofram o que hoje minha família sofre. Talvez a justiça possa começar a ser feita por aqui. Peço aos amigos que compartilhem’, disse Ney Júnior no post.
A mensagem de desabafo feita pelo jovem foi compartilhada por quase quatro mil pessoas em menos de 24 horas. Amigos, parentes e até desconhecidos que tomaram conhecimento do caso se manifestaram apoiando a família e pedindo que a justiça ‘não feche os olhos para esta causa e que os culpados sejam punidos’.
Cuidados – Com glândulas sudoríparas inferiores as dos humanos, animais como cachorros e gatos são mais sensíveis as altas temperaturas. Estudos do Centro de Segurança da General Motors nos EUA mostram que, num dia com temperatura de 27 graus, o interior de um carro estacionado ao sol pode atingir 49 graus em apenas 30 minutos, chegando a 60 graus em duas horas.
Em entrevista ao Portal ORM, o médico veterinário e também professor de clínica de pequenos animais do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pará (UFPA), Júlio Fernandes, 34 anos, explica que estes animais, por ter a glândula sudorípara inferior a do homem, transpiram pouco, por isso, não podem ficar por muito tempo expostos a altas temperaturas. ‘A troca de calor que gatos e cachorros fazem é através da respiração, por isso, é de extrema importância que eles não permaneçam por longos períodos dentro de veículos, principalmente no nosso Estado, onde o clima é muito quente’, explica o especialista.
Sobre os cachorros, o médico foi mais além. ‘O cão possui as glândulas sudoríparas apenas nos coxins (almofadinha da pata), por isso, eles não transpiram e a troca de calor e feita através da respiração. Além disso, cães braquicefálicos (Boxer, Bulldog e Shih Tzu), ou focinho curto, neste caso os Shih Tzu, são mais sensíveis, logo a predisposição para que incidentes como esse aconteça é maior’.
De acordo com o especialista, não há informações na literatura veterinária sobre o tempo estimado que o animal possa permanecer trancado em um ambiente sem quaisquer entrada de ar. ‘Existem inúmeras variáveis para isso, como o tempo, se há fresta na janela, se o carro ficou no sol ou na sombra, mas algo concreto, que eu tenha conhecimento, não. Agora é claro, a temperatura que fez no dia do ocorrido influencia bastante, e por ter acontecido aqui em Belém, posso dizer que deveria estar muito quente e inapropriado para os animais’.
O médico aproveita para fazer algumas recomendações sobre o cuidado com os animais:
1 – Nunca deixar os animais em carros, mesmo com as janelas abertas, nem que seja bem ‘rapidinho’;
2 – Ao transportar animais em veículos, o ideal é usar sempre o ar
condicionado;
3 – Se for carro de pet shops, os mesmos devem realizar mais de uma viagem para entregar os animais, evitando que permaneçam trancados dentro dos veículos enquanto deixam outros em seus destinos;
4 – E principalmente, manter o cliente informado que esse tipo de problema pode ocorrer durante a realização de passeios nos horários considerados mais quentes; podendo levar o animal a óbito;
5 – Se o dono se deparar com uma situação dessa com o animal, deve procurar atendimento médico veterinário imediatamente.
Procurado pelo Portal ORM, por telefone, o Promotor de Defesa do Meio Ambiente, Benedito Wilson Sá, informou que o caso envolvendo a morte dos animais é um crime previsto em lei. ‘Os óbitos verificados nos animais são de responsabilidade pública, pois verifica-se crime previsto na Lei Federal 9605/98 do artigo 32, ou seja, crime de maus-tratos’ explica. De acordo com a lei, praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, pode resultar em pena de três ou até um ano de detenção e multa.
Sobre a responsabilidade do proprietário do Pet Shop no crime em questão, o Promotor foi claro. ‘O dono do Pet deve ser sim responsabilizado criminalmente, pois ele é o prestador do serviço pelo qual verificou-se crime de maus-tratos. A dona dos animais pode buscar a responsabilização civil, tendo em vista que no Direito Civil, os animais são vistos como ‘coisa’ e ela pode buscar o prejuízo sofrido. Paralelo a isso, ela pode buscar obter na justiça perdas e danos, já que a perda dos seus companheiros a trouxe um desarranjo pessoal’, finaliza.
Outro lado – Por telefone, o advogado que representa o pet shop, Juliann Lenno Aleixo, disse ao Portal ORM que a empresa está tomando todas as medidas necessárias para amenizar o sofrimento dos donos dos cães e que o caso foi um fato isolado. ‘A empresa está fazendo o máximo para amenizar a dor dessa família que perdeu os cães. Desde que o meu representado soube do acidente, prestou todas a assistência necessária aos donos. Não fugimos do erro e também esclarecemos que essas denúncias de maus tratos não procedem’, explica Aleixo.
Ainda de acordo com o advogado, o funcionário responsável pelo serviço já foi demitido por justa causa e a empresa deverá responsabilizá-lo pelas mortes dos cães. ‘A empresa não vai fugir da responsabilidade, mas também devemos buscar ações regressivas contra ele, ou seja, culpá-lo pelo erro também’, explica.
O advogado ressaltou também que a empresa já entrou em contato com a família dos cães para fazer um acordo e aguarda uma resposta. ‘O pet se propôs a minimizar o erro, oferecendo dois cães da mesma raça e com pedigree para os donos, com um ano de despesas custeadas pelo próprio pet. Agora, estamos aguardando um retorno’, finaliza Aleixo, ressaltando que a empresa está há três anos no mercado e realiza mais de mil atendimentos por mês.
Fonte: Portal ORM
que orrivel
sem muita delonga e costnluas solto aqui meu senso comum me jogando no abismo com pequenas asas que espero crescam no vf4o e ne3o me espatife no che3o. A realidade e9 subjetiva e a conscieancia dela ser uma possibilidade relacional como disse o Nepf4 me leva a um estado menos aflito. Treino para ne3o me atropelar (Como disse Jonas)e atrave9s do afetivo cognitivo melhorar minha comunicae7e3o e assim tb as realizae7f5es em grupo. O que alie1s sempre foram (em grupo) mas o ego teima em estreiar.